Nova SBE: Formação de qualidade para empresas à prova do futuro

A Nova SBE ocupa o 18.º lugar do ranking mundial da formação de executivos do Financial Times. Um reconhecimento do trabalho desenvolvido pela escola internacional que tem sabido acompanhar o presente, sem nunca perder a visão para o futuro.

 

De uma forma geral, a área de educação tem crescido muito e rapidamente, e diversos desafios têm surgido. Do lado das empresas, também as necessidades têm vindo a sofrer transformações e novos compromissos são essenciais para as lideranças das organizações. Pedro Brito, Associate dean for Executive Education & Corporate Engagement da Nova SBE, fala-nos sobre a necessidade de modernização tecnológica, a forma como a Nova SBE tem acompanhado as exigências do mercado e, sobretudo, como tem cooperado para um Portugal mais competitivo e à “prova de futuro”.

 

A Nova SBE acaba de subir ao 18.º lugar do ranking mundial da formação de executivos do Financial Times. Como encaram esta conquista?
Os rankings são uma forma excelente de melhorarmos continuamente a qualidade da educação ao longo da vida. Isto não teria sido possível sem a proximidade do nosso corpo docente com a realidade das empresas e do mercado. Esta relação de confiança tem criado oportunidades para testar novas abordagens metodológicas, impactando de forma ainda mais positiva o trabalho da escola.

O desempenho da Nova SBE Executive Education nos rankings do Financial Times reflecte a consolidação de uma posição de liderança a nível mundial, juntamente com outras escolas como o INSEAD, IMD e London Business School. Mas não somos a única escola portuguesa em destaque nestes rankings. Existe aqui uma oportunidade única de criar um cluster de educação em Portugal, focado no posicionamento do país a nível mundial, aproveitando sinergias potenciais relacionadas com investimentos comuns e promovendo um movimento de melhoria da competitividade das empresas através do ensino de qualidade.

 

Hoje, que importância assume a formação de executivos no mercado laboral?
As empresas precisam de reflectir sobre as suas responsabilidades de longo-prazo para com os seus colaboradores. Muitas estratégias de gestão de pessoas das empresas consideram os ciclos anuais dos colaboradores quando deveriam considerar o ciclo de vida dos colaboradores. Este pensamento de longo-prazo implica que se reflicta sobre as responsabilidades da empresa para além do tempo de permanência de um colaborador numa organização, e como procura garantir a sua empregabilidade e competitividade no mercado, mesmo após a saída da organização. Exige, também, que se crie uma relação de proximidade com as equipas, explicando a cada pessoa que funções deixarão de existir no futuro, promovendo um sentido de urgência no desenvolvimento de competências- chave. Estas são empresas que preparam equipas à “prova de futuro”.

As empresas que criam estas culturas de aprendizagem e crescimento não têm receio de formar pessoas que poderão ir trabalhar para outras organizações, porque compreendem que a empregabilidade é um processo que garante a competitividade das pessoas no mercado de trabalho, seja dentro ou fora da organização. Por isso, quando as pessoas percebem que estão numa empresa que valoriza o seu desenvolvimento, elas tendem a permanecer e a contribuir para o crescimento da organização e criação de valor.

Este é o princípio base do lifelong employability e uma importante base de uma estratégia de gestão de pessoas. Por esta razão, o tema da formação passou a ser estratégico para a organização, pois impacta directamente a competitividade da organização, a curto-prazo e longo prazo. Os talentos ficam durante mais tempo, criam mais valor para a organização e estão mais preparados para os desafios futuros.

 

Como é que este trabalho com as empresas e organizações consegue transformar a economia e a sociedade?
A visão da Nova SBE está assente no princípio de que somos uma plataforma de desenvolvimento de talento e conhecimento para o mundo, impactando positivamente a nossa sociedade. Para tal, a proximidade estabelecida entre a escola e os parceiros corporativos tem permitido desenvolver não só uma cultura de inovação e empreendedorismo presente nos programas educativos, como respondido de forma efectiva a desafios reais das empresas.

As escolas têm um activo muito importante que pode estar ao serviço da sociedade: os alunos. Sejam de mestrados, doutoramento ou executivos, são eles que contribuem para a criação de valor através de projectos aplicados. Por exemplo, no apoio à internacionalização das empresas, os alunos dos mestrados da Nova SBE desenvolvem projectos aplicados, no âmbito de uma das cadeiras do curso ou mesmo como base para a sua tese, em grupos multidisciplinares, com a mentoria de professores especializados na matéria.

Na dificuldade em acesso a talento, 70% dos alunos de mestrado da Nova SBE são internacionais, oriundos de mais de 90 países. As empresas têm, por isso, acesso a talentos com uma educação de qualidade, com vontade de trabalhar no mercado internacional.

Mas na Nova SBE, existem muitas áreas, além dos alunos, que contribuem activamente para a sociedade. Vemos, no tema da Literacia Financeira, o exemplo do Nova SBE Finance Knowledge Center que desenvolveu, com a Fidelidade, um programa gratuito de finanças, denominado “Finanças para todos”, que conta já com mais de 12 000 inscrições e que é facilitado por alunos do Mestrado de Finanças.

Por outro lado, apoiando a inovação, o Nova SBE Innovation Ecosystem, o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality ou o Nova SBE Haddad Entrepreneurship Institute trabalham com alunos, professores, especialistas, startups, empresas e muitos outros stakeholders, no processo de ideação e prototipagem de soluções de elevado impacto para as empresas parceiras. Potenciando a competitividade das PME, equipas de alunos, professores e comunidade, estão a desenvolver uma plataforma de mentoria gratuita, especialista em áreas de apoio ao crescimento, desde internacionalização, financiamento, transição energética, transformação digital, etc.

Por último, sobre a necessidade de acesso a dados que permitam aos gestores tomarem decisões sobre os seus negócios, as equipas de investigação aplicada desenvolvem estudos que apoiam o processo de tomada de decisão das empresas portuguesas. Já a expertise dos nossos professores, em áreas tão diversificadas como estratégia, finanças, globalização, sustentabilidade, marketing ou inovação, assegura que os nossos parceiros nunca se sentem sozinhos na resolução dos desafios da internacionalização.

 

A nível nacional e internacional, sentem que as áreas que carecem de maior formação são iguais?
Considerando que o tecido empresarial é composto sobretudo por PME, a literacia financeira, as boas práticas de gestão e governação, a implementação de estratégias digitais e a compreensão do impacto das alterações climáticas são alguns dos temas urgentes das organizações. O problema é que grande parte das PME não sente necessidade de investir tempo na aprendizagem destes temas. O foco, quase exclusivo, nas receitas e resultados de curto- prazo limita a capacidade de se prepararem para o futuro.

 

Muitas PME possuem recursos financeiros e humanos limitados para investir em novos mercados e estabelecer relações comerciais internacionais ou responder a pedidos de grande volume. Mas porque é que estas empresas não se unem a outras nesta jornada de internacionalização, diluindo o risco e aumentando o proveito para as partes? A falta de incentivos financeiros e as barreiras linguísticas associadas são outras “desculpas” para muitas empresas ignorarem a oportunidade de exportar e internacionalizar.

Os decisores das PME têm de compreender que só com mais conhecimento e formação sobre os desafios à exportação, como a logística internacional, regulação ou barreiras comerciais, e apenas com uma atitude colaborativa e ganhando escala, é que será possível crescer de forma sustentável. O nível de conhecimento e formação que os decisores de muitas PME demonstram ter é ainda muito limitado e, por isso, a formação de qualidade é um factor crítico para a competitividade das empresas e do nosso país.

 

Como é que os programas de formação da Nova SBE dão resposta?
A Nova SBE tem vindo a trabalhar com várias entidades corporativas e fundações, no sentido de estudar o impacto da educação na performance das PME. Depois de um piloto bem-sucedido, tencionamos, ainda este ano, ampliar este estudo a centenas de organizações que demonstrem potencial de crescimento e empenho na sua formação.

Os programas de formação foram desenhados para responder a questões práticas do dia-a-dia das PME, desde o financiamento ao crescimento, licenciamento industrial ou gestão de empresas familiares. Os programas são compostos por uma componente presencial e online, mas a grande novidade é a elevada componente de mentoria entregue por especialistas e pares, que compreendem de forma prática as necessidades dos gestores e empresários.

 

Que elementos diferenciadores definem o sucesso do modelo de formação da Nova SBE?
A Nova SBE conta com um ecossistema muito diverso de stakeholders que fazem parte, em muitos casos, dos programas formativos oferecidos. Os alunos de mestrado participam em discussões que permitem, por exemplo, compreender a forma como os talentos do futuro encaram as lideranças actuais. O Nova SBE Innovation Ecosystem, o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality e o Nova SBE Haddad Entrepreneurship Institute permitem que executivos tenham acesso a startups e à nossa equipa de inovação, no desenvolvimento de projectos aplicados, tornando o trabalho passível de ser transferido para a realidade das suas organizações. A Nova SBE tem o seu próprio programa de certificação de coaching, o que permite que muitos alunos tenham acesso a coaching individual gratuito. O serviço de carreiras, dinamiza e promove actividades extra-curriculares de desenvolvimento de carreira, tais como workshops, sessões de mentoria, entre outros, ao longo do ano.

 

Entre programas de formação abertos e customizados, quais os mais solicitados?
A liderança foi, é, e continuará a ser uma competência fundamental nas organizações, mas está sempre em evolução. É uma competência crónica e todas as lideranças precisam de dedicar uma parte do seu tempo a desenvolver e aplicar o conhecimento e competências adquiridas, para que as transformações tenham o efeito desejado e os imprevistos possam ser geridos de forma adequada.

O desafio é que a competência de liderança tornou-se de tal forma ampla que hoje um líder é uma espécie de astronauta. Tal como os astronautas, as lideranças têm de dominar muitas disciplinas, têm de ser capazes de actuar com clareza em situações de pressão, lidar com o desconhecido e riscos quase impossíveis de prever.

Isto tem levado a que muitos temas tenham vindo a ser cada vez mais valorizados: Lidar com o imprevisto – temas como foresight scenario planning, fiction strategy e risk management são disciplinas com cada vez maior procura e valorização; Learn to learn – a capacidade das lideranças e equipas compreenderem as formas mais eficazes de aprender para que consigam manter a competitividade e relevância no mercado é algo que tem emergido nos programas educativos; Economy for management – cada vez mais lideranças procuram compreender as implicações macro-económicas, políticas e sociais nos seus planos de negócio. Health & Well-being – Não só do ponto de vista de práticas de bem-estar, mas o papel das lideranças enquanto mentor, managerial coach ou facilitador de soluções com impacto positivo no indivíduo e equipas; Conhecimento emergente – temas como a inteligência artificial, data e sustentabilidade, deixaram de ser da área de IT ou departamento de CRS. As lideranças têm de compreender as implicações destes e de outros temas no seu negócio.

 

Como é que a formação pode preparar os colaboradores para desafios como a inteligência artificial?
Do ponto de vista técnico, as pessoas procuram competências muito diversas. É por isso que temos um portefólio de mais de 80 programas. Mas existe um denominador comum de competências que são procuradas: as “meta-competências”. São competências transversais a qualquer função ou hierarquia e cada vez mais valorizadas pelo mercado. Alguns exemplos incluem o pensamento paradoxal, o saber lidar com a incerteza, a agilidade de aprendizagem, o auto-agenciamento e a transdisciplinaridade. Estas meta-competências serão fundamentais para lidar com diferentes desafios, incluindo a integração de IA nas empresas.

 

O que mais valorizam os estudantes?
Do ponto de vista metodológico, existe uma expectativa de que tudo deveria ser mais simples, rápido e acessível. A nossa própria expectativa enquanto consumidores aumentou. Se conseguimos fazer a marcação de uma experiência cultural numa aplicação em dois minutos, porque não fazer o mesmo para a experiência formativa? Se hoje podemos escolher um prato personalizado num restaurante por conta das preferências e alergias, porque não podemos escolher o menu do programa de forma personalizada? Estas expectativas têm sido traduzidas em metodologias de aprendizagem cada vez mais personalizadas e orientadas para as necessidades do mercado. Alguns exemplos de metodologias que utilizamos nos nossos cursos incluem projectos aplicados à realidade dos participantes; Business Safaris, que são visitas a empresas de referência para os alunos compreenderem de forma imersiva a aplicação ou prática num caso real; o acesso a conteúdos online antes de sessões presenciais onde os alunos debatem temas ambíguos e polémicos; ou a participação em eventos abertos que permitem aos alunos compreenderem os pontos de vista do mercado e aumentar a sua rede de relações.

 

De acordo com a estratégia da Nova SBE, que objectivos pretendem atingir?
Existe um movimento muito importante de envolvimento da nossa comunidade interna e externa na vida da escola. O objectivo final passa por aumentar o impacto que a Nova SBE tem na sociedade portuguesa e no mundo. Faremos este caminho, reforçando o rigor dos nossos programas educativos, combinando o melhor que a academia e as empresas podem oferecer. Pretendemos aproximar ainda mais as nossas áreas de investigação à realidade empresarial e aos desafios sociais.

Queremos exponenciar o acesso à educação para aumentar a competitividade do nosso país no mundo. Neste sentido, estamos a trabalhar com várias entidades públicas e privadas para apoiar o processo de modernização e internacionalização de empresas portuguesas.

Estamos cada vez mais comprometidos com a consolidação de um portefólio educativo com elevado impacto no desenvolvimento das pessoas e negócio das empresas e este ano lançaremos um grande projecto de educação para PME, que pretende melhorar a competitividade das empresas e que contará com centenas de empresas participantes e mentores especializados para apoiar o processo de aplicação de conhecimento no dia-a-dia das suas organizações.

 

Esta entrevista faz parte do Caderno Especial “Formação” na edição de Junho (n.º 150) da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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