Novobanco: Formar para desenvolver

O desenvolvimento profissional e pessoal, seja ele garantido por escolas, academias, ou universidades corporativas, será cada vez mais determinante no futuro.

Complementar a formação universitária e aproximar à realidade empresarial são os grandes objectivos da Cidade das Academias criada pelo novobanco. Em entrevista à Human Resources Portugal, Catarina Horta, directora coordenadora do departamento de Capital Humano do novobanco, e Luís Mota, director da Academia novobanco, referem a crescente necessidade de preparar novos quadros e novos líderes, mas também de reciclar conhecimentos e preparar profissionais experientes para o desempenho de funções profissionais diferentes. Quanto mais relevantes e impactantes forem os entregáveis destas áreas, maior será a capacidade da instituição no que diz respeito a reter colaboradores.

 

Lançaram a Cidade das Academias em Fevereiro de 2022. Que balanço fazem, agora que passou um ano?
O lançamento da Academia novobanco – a Cidade das Academias simbolizou o momento a partir do qual o desenvolvimento profissional e pessoal voltou a ser um objectivo relevante a perseguir, após uma sequência de anos difíceis para o novobanco e uma fase “pós-pandémica”.

O balanço é muito positivo. A Academia permitiu-nos estruturar melhor os conteúdos formativos e aumentar o investimento em formação comparativamente aos anos anteriores, em que a organização de iniciativas formativas se centrou sobretudo nos conteúdos regulatórios.

A Cidade das Academias é uma estrutura que, tal como foi desenhada, integra 22 elementos orientados para o desenvolvimento dos colaboradores, embora nem todos estejam já disponíveis ou em actividade. Em 2022 esperávamos erguer e disponibilizar mais componentes da Cidade do que fizemos, mas temos a certeza de estar na direcção certa para alcançar o principal objectivo – a valorização dos nossos colaboradores.

 

Este projecto nasceu com o intuito de permitir que os colaboradores possam actualizar ou adquirir as competências necessárias para o futuro. Neste momento, mantêm-se estes objectivos ou a estrutura sofreu alterações orgânicas com o tempo e experiência?
Os objectivos mantêm-se, mas a experiência deste primeiro ano de Academia tornou-nos mais conscientes que, paralelamente, deveremos cuidar com especial atenção para determinadas áreas internas, no sentido de compensarmos a menor acção formativa ocorrida nos anos anteriores a 2022.

 

Que competências esperam que esta formação permita desenvolver nos colaboradores?
Esperamos que a formação disponibilizada desenvolva nos nossos colaboradores as competências técnicas, digitais, regulatórias e de liderança que lhes permita melhorar o seu desempenho profissional, devidamente alinhadas com a estratégia da instituição.

Adicionalmente, vamos procurar disponibilizar conteúdos formativos que permitam aos colaboradores, com flexibilidade, adquirir outras competências não necessariamente relacionadas com as suas funções profissionais, mas que contribuam para o seu desenvolvimento pessoal.

 

Como é definido o plano do colaborador? É proposto pela empresa ou totalmente criado pelo colaborador?
Neste momento, os planos de formação bianuais são essencialmente definidos pelo banco, com base na identificação das necessidades formativas, anualmente actualizadas, nas diversas áreas da organização. A componente definida pelo colaborador ainda é pouco significativa, mas a intenção é criar as condições necessárias para que estes planos integrem um maior número de preferências formativas dos colaboradores, consoante formos aumentando a diversidade dos conteúdos formativos disponíveis. É o foco de 2023.

 

Que feedback têm recebido dos colaboradores relativamente à formação?
A formação “não regulamentar” disponibilizada tem recebido uma nota muito positiva. No que diz respeito à formação regulamentar, é solicitado que seja desenvolvida noutros formatos para que os seus conteúdos sejam mais facilmente apreendidos. Estamos empenhados em que os temas regulamentares sejam pensados em função do utilizador final e da sua experiência enquanto consumidor de temas regulatórios.

 

Em 2022, que iniciativas da Cidade das Academias gostariam de destacar?
No ano de 2022, destacamos a organização de um programa de formação em Liderança dirigido a todas as primeiras e segundas linhas da instituição, construído em parceria com a Nova SBE. Esta iniciativa vai continuar em 2023 e será alargada ao Grupo novobanco. Também o desenvolvimento de uma formação em ESG para todos colaboradores do banco. Por fim, a continuação da formação comercial ao Retalho, sobre o novo modelo de distribuição, dada a mais de 130 equipas de balcão. Relevamos ainda o aumento de programas formativos do Balcão Escola numa fase “pós-pandémica”, o que representa uma retoma em força.

 

Um ano depois, que mais-valias consideram que a Academia trouxe como complemento à formação base?
Como somos naturalmente insatisfeitos achamos que o impacto que queremos que a Academia novobanco venha a ter ainda está distante do pretendido, sobretudo porque não foi possível alcançar a diversificação de conteúdos formativos previstos disponibilizar em 2022. Mas o conceito está enraizado, visto que todas as pessoas falam na Cidade das academias como o conceito central do desenvolvimento de pessoas no banco.

 

Quais os grandes temas deste ano relacionados com a Academia?
Em matérias de novos cursos, relevamos a organização próxima de um programa de formação em crédito, um pacote formativo em novas ferramentas informáticas para toda a organização, associado ao projecto de mudança para o Campus do novobanco, o lançamento de uma formação sobre a igualdade do género e o desenvolvimento e entrega de um plano formativo para a área de Retalho, subsequente àquela que quase foi concluída em 2022, sobre o atendimento comercial. Reforça-se o anteriormente mencionado de que as edições do programa de formação Liderança para todos as primeiras e segundas linhas do Grupo novobanco concluir-se-ão no ano em curso.

Como principais iniciativas para 2023, sublinhamos a implementação de duas plataformas digitais (uma para o ensino de idiomas, e a outra, para a disponibilização de diversos conteúdos formativos, técnicos e digitais), um investimento já aprovado e organizado em 2022. Destaca-se ainda a disponibilização de uma biblioteca digital via o atual LMS (e que será associada a uma biblioteca física) e, finalmente, a intenção de alargar o número de parcerias estabelecidas, no âmbito do Fórum de Parcerias Externas, um dos elementos que integra a Cidade das Academias.

 

Quais as metodologias da Academia corporativa do novobanco e de que forma são inovadoras face ao mercado?
É sempre importante estarmos atentos às inovações com sucesso que vão surgindo no mercado, mas sempre humildes e conscientes de que muitas organizações também fazem o mesmo e que às vezes, mais importante que a inovação é a forma consistente como a utilizamos.

Sobre as metodologias utilizadas, destacamos duas abordagens. Por um lado, temos tentado reconquistar a simpatia dos formandos pelas acções de formação presenciais, terreno que o período pandémico fez perder adeptos e, por outro lado, sobretudo nos programas de formação mais extensos, temos utilizado os formatos híbridos de modo a rentabilizar os tempos dos formandos envolvidos e potenciar o desenvolvimento de trabalhos colaborativos que são solicitados entre as interacções online ou presenciais.

 

Qual a importância das parcerias com outras instituições de formação ou universidades para o sucesso deste projecto?
A importância do estabelecimento de parcerias com outras organizações é relevada no desenvolvimento do próprio negócio bancário. E também para o sucesso da Academia novobanco, essas parcerias são muito importantes – permitir-nos-ão estar mais próximos de alguma inovação e mais próximos de conteúdos formativos muito específicos. Estes protocolos ajudar-nos-ão também a envolvermo-nos com algumas comunidades, partilhando com elas contributos em conhecimento que a nossa instituição bancária possa dispor.

Por estas razões e como já dissemos anteriormente, é nossa intenção alargar o número de protocolos estabelecidos no âmbito do Fórum de Parcerias Externas da Cidade das Academias.

 

Que objetivos e iniciativas esperam colocar em prática em 2023?
Os principais objectivos que fixamos para 2023, passarão pela disponibilização de um leque diverso de conteúdos formativos digitais; por envolver todos os colaboradores da instituição em acções formativas; e assim reforçar a valorização do desenvolvimento dos nossos colaboradores.

 

Manifestaram a possibilidade de a Cidade das Academias deixar de ser uma cidade virtual e poder adquirir um formato físico, no futuro projecto do Campus do novobanco. Em que ponto se encontra esta iniciativa?
O projecto para o futuro Campus do novobanco está em curso, uma mudança prevista para daqui a um ano e meio. A esta distância, algumas das decisões finais ainda estão em ponderação. Ainda assim, com base no que se conhece à data, é muito provável que no Campus do novobanco, a Cidade das Academias adquira uma componente física através de um conjunto de salas dedicadas à formação, modernamente equipadas, por um espaço dedicado à biblioteca física e pela utilização de um balcão real, dentro do Campus, como Balcão Escola.

 

Tinham como objetivo, em 2022, rever e redinamizar o projecto do Balcão Escola. Como está essa iniciativa?
Esta iniciativa foi adiada para 2023, essencialmente por dois motivos. Por um lado, o número de programas formativos desenvolvidos em 2022 no Balcão Escola aumentou substancialmente, o que exigiu que a respectiva equipa orientasse mais os seus esforços ao acompanhamento e certificação destas iniciativas; e, por outro lado, sobretudo, por existirem ainda dois modelos de distribuição na área do Retalho no ano passado, o que dificultava a remodelação do Balcão Escola, objectivo que queremos concretizar no ano em curso.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias” na edição de Março (n.º 147) da Human Resources, nas bancas.

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