Nuno Ferreira Morgado, partner da PLMJ: «O impacto da IA sobre o emprego e o estado social é, ainda, impossível de antecipar.»

Na análise aos resultados da 52.ª edição do Barómetro da Human Resources, Nuno Ferreira Morgado
partner da PLMJ, destaca que «o impacto da IA sobre o emprego e sobre o estado social é, neste momento, impossível de antecipar. Nestas alturas, importa recorrer à história: em qualquer anterior revolução tecnológica (e houve várias), o trabalho baseado em pessoas continuou a existir, e agora não será diferente».

 

«O mais recente Barómetro da revista Human Resources traz-nos questões da maior actualidade e impacto nos temas de Pessoas. Parece-me pertinente destacar as que respeitam ao impacto da inteligência artificial (IA).

Numa altura em que a “sombra” desta nova tecnologia parece assustar governos e cidadãos, os resultados do Barómetro indiciam que o impacto da mesma ainda é reduzido: quase 25% dos inquiridos têm uma perspectiva negativa ou não conseguem medir o impacto da IA. 45% dos inquiridos acreditam que destruirá tanto emprego como o que criará.

O que sobressai é que estas respostas são mais uma percepção do que baseadas em experiências concretas. A IA trará, sem dúvida, oportunidades de aumento de eficiência e produtividade, e terá, certamente, como efeito – pela primeira vez em muitas décadas – a superação das limitações (designadamente as legislativas) que o trabalho baseado em pessoas tem.

No entanto, o impacto da IA sobre o emprego e sobre o estado social é, neste momento, impossível de antecipar. Nestas alturas, importa recorrer à história: em qualquer anterior revolução tecnológica (e houve várias), o trabalho baseado em pessoas continuou a existir, e agora não será diferente. Seguramente surgirão novas profissões e serão necessários trabalhadores com novos conhecimentos.

Essa transição será socialmente menos dolorosa se Portugal tiver, enquanto País, uma estratégia que o ajude a ser um beneficiário da IA e não um “lesado” da IA. Tenho dúvidas e estamos, como sempre, atrasados, mas também tenho esperança.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Abril (nº.160) da Human Resources, no âmbito da LII edição do seu Barómetro.

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