O agora é já!

Por Ricardo Florêncio

 

O tema de capa desta edição da Human Resources é a reportagem com os testemunhos, tendências, experiências e caminhos diferentes e alternativos que as empresas estão a seguir e que foram apresentados e discutidos na XXI Conferência da Human Resources, levada a cabo no passado dia 8 de Julho. Desafio-vos assim a ler esta reportagem que elucida, de modo muito claro e directo, o que as empresas estão a desenvolver, as suas visões sobre o tema, os caminhos alternativos para quando for possível viver em tempos mais “normais”. Vivemos há ano e meio em clima de pandemia. Já muito se falou e discutiu as transformações e alterações que esta situação trouxe às nossas vidas, às empresas, ao País. Se ao princípio criou um certo clima de mudança, com o passar dos meses, do ano, os métodos de trabalho que temos hoje, e com as obrigatoriedades que estamos a viver, tornaram a situação cansativa. E isso já é visível em todas as empresas. Este pára, arranca, fecha, não fecha, desconfina, não desconfina, está a levar as empresas a uma situação de impotência para a sua gestão, e para a gestão dos seus colaboradores. Há muitas empresas que já desenharam, ou estão a desenhar, os novos planos, processos e métodos de trabalho que vão adoptar para o futuro, o que não é tarefa nada fácil, atendendo às muitas variáveis em jogo. Desde o que é mais importante para a eficácia e eficiência das empresas, à gestão da saúde mental das pessoas, ao equilíbrio que tem de ser feito, para se dirimir os sentimentos de injustiça que vão decerto acontecer. E se, como referi, o desenho, implementação e comunicação destes planos, já por si, não é tarefa fácil, o adiar sistemático da sua aplicação, e sem ter datas previsíveis e fechadas, está a levar empresas e pessoas para níveis de ansiedade que se tornam muito preocupantes. Já não estamos a falar de capacidade de adaptação, de transformação por parte das empresas e pessoas. Estamos a falar de situações que se tornam quase ingeríveis. Mas não sabendo bem quando será o AMANHÃ, o que interessa é mesmo o AGORA, o JÁ.

 

Editorial publicado na revista Human Resources nº 128, de Agosto de 2021