O ex-vice-presidente de RH da Microsoft revela as quatro coisas que nunca faria como colaborador (duas podem “chocar”)

Chris Williams, ex-vice-presidente de Recursos Humanos da Microsoft e podcaster, consultor e criador do TikTok, e testemunhou muitos colaboradores cometerem alguns erros básicos. Partilhou com a Business Insider quatro coisas que ele nunca faria enquanto colaborador.

 

Leia atentamente:

Oferecer ou esperar lealdade da empresa

«Não tenho certeza se alguma vez as empresas recompensaram verdadeiramente a lealdade, mas não é certamente o caso nos dias de hoje. Mesmo quando a lealdade é reconhecida, é geralmente uma lealdade pessoal, de um indivíduo para outro. E com as pessoas a mudar de emprego com tanta frequência, esse tipo de lealdade raramente perdura.

Não espere que a empresa recompense a sua antiguidade no seu salário mensal. Não espere que o promovam simplesmente com base na sua longevidade. E não espere que a empresa simpatize com os seus anos de “casa” quando os layoffs estiverem a aproximar-se.

A empresa vai tratá-lo como parte de números e contas. Uma simples troca de valor (ver número 2 abaixo). Normalmente a pergunta é: “O que tem feito ultimamente?”. Considerando o mundo de alta pressão das finanças e economia, é errado esperar o oposto.

Portanto, não espere lealdade da empresa e não ofereça a sua, se não quer sair desiludido.

Se a antiguidade na empresa está a ajudá-lo a entender melhor o funcionamento das coisas e a sua posição, use isso para ser mais útil. Não espere uma recompensa pela mera resistência.

E se conseguir encontrar uma função melhor, noutro departamento ou noutra empresa, aceite-a. Não deixe que um sentimento de lealdade não correspondida o detenha. Um colaborador nunca deve ser mais leal a uma empresa do que essa empresa a esse colaborador.»

 

Pedir à chefia um aumento

«No minuto em que pede um aumento, está a começar de trás. De uma posição de fraqueza. De pedir algo como se estivessem a fazer-lhe um favor. A conversa que deve ter é sobre uma clara troca de valor.

O seu trabalho dá à empresa um valor e a empresa deve retribuir. É assim que a empresa pensa sobre isso e sobre o colaborador. Por isso, é assim que deve apresentá-lo.

Não fale em valor de mercado. Não fale sobre outras pessoas e quanto recebem. Não peça porque precisa ou porque tem uma família para sustentar.

Reflicta e calcule, cuidadosamente e da melhor maneira possível, o valor que gera em nome da empresa. Detalhe os outputs que cria, a receita que gera, os gastos que poupa e assim por diante. Seja claro sobre o retorno do investimento da empresa em si.

Apresente isso à sua chefia. Parta de uma posição de força, de orgulho pelos seus contributos. De seguida, aborde como a empresa lhe pode devolver uma parte justa desse valor.»

 

Fazer ameaças vazias

«Da mesma forma, nunca faça uma ameaça que não pretenda cumprir até ao fim.

  • Não ameace sair sem ter outro emprego minimamente garantido
  • Não ameace avançar com uma acção legal se ainda não explorou o que isso significa junto de um advogado, e que esteja disposto a aceitar o caso (e o qual pode pagar)
  • Não ameace a sua chefia ou a empresa de forma alguma, a menos que pretenda que isso seja a última coisa que lá faz.

Porque provavelmente eles vão cobrar-lhe isso.

Caso opte por enveredar pelas ameaças, o respeito mútuo da relação com o seu empregador deixa de existir e deixou isso bem claro. E é provável que até fiquem contentes por ter saído de lá.

Portanto, ameace sair ou lutar apenas se realmente quiser sair. E espere o pior.»

 

Quando pedir ajuda, esteja preparado

«Quando pedir ajuda a alguém, vá bem preparado. Isso vale para todo o tipo de ajuda, seja para fazer o seu trabalho, para tomar uma decisão ou até mesmo ajuda do seu manager ou dos RH para resolver uma situação difícil. Converse claramente sobre as suas opções e as suas dúvidas.

Analise cuidadosamente a situação, documente o histórico e delineie as opçóes. Explore o problema detalhadamente para que, ao pedir ajuda, seja capaz de fazer um pedido claro e específico, e não apenas algo vago.

Se estiver a enfrentar uma situação difícil com um colega, por exemplo, certifique-se de documentar tudo. Guarde todos os e-mails, tire apontamentos após cada reunião e anote todos os problemas à medida que ocorrem. Guarde-os nos seus dispositivos pessoais e tenha-os à mão se precisar de os levar aos RH. Dessa forma, pode garantir que o problema está bem documentado e claramente definido.

Não sou um grande fã da velha frase usada por alguns managers, “Não venha ter comigo com problemas, venha sim com soluções”. Isso é simplista e pouco produtivo. Mas é importante que entenda claramente a questão.

O processo de preparação não só o ajuda a ser mais claro e objectivo quando pede ajuda, mas também o pode levar a uma decisão ou resolução por conta própria.

De qualquer forma, ao fazer o pedido, estará mais confiante e seguro do que sabe, do que precisa e o que está a pedir.»

Ler Mais