O futuro do trabalho está na felicidade dos colaboradores. Mas como se assegura isso?

Já todos nós ouvimos alguém dizer que é cada vez mais difícil a captação de talento, mas que a retenção está igualmente exigente. A pandemia trouxe consigo uma enorme variedade de tendências ao mundo do trabalho, nomeadamente no local de trabalho.

Por Teresa Sabino,  CFO da UPPartner

 

O mercado está mais exigente e mais dinâmico e tem novas prioridades. É uma mudança de paradigma, pois os colaboradores já não querem estar em empresas que têm apenas um bom salário e um bom pacote de benefícios.

A preocupação com o bem-estar físico, emocional, financeiro e social está cada vez mais na ordem do dia e é um grande desafio para as empresas, que devem proporcionar todas as condições para o bem-estar de cada um dos colaboradores. Sempre foi importante ter colaboradores felizes, até porque as empresas são feitas de pessoas e são estas que permitem que as mesmas atinjam o sucesso. Mas hoje, tendo em consideração o contexto que temos vivido, este é um desafio digno dos melhores. É agora, mais importante do que nunca, que as empresas tenham a capacidade de manter os seus quadros felizes, pois só assim serão produtivos.

A felicidade dos colaboradores é um dos factores mais importantes na gestão de uma empresa bem-sucedida e rentável. Colaboradores felizes e empenhados tendem a faltar menos ao trabalho, a desempenhar melhor as suas funções e a apoiar a empresa em qualquer situação. Quando os colaboradores são felizes, leais e empenhados, os lucros da empresa são muito mais elevados e, o mais importante, esta cultura da felicidade torna-se um ciclo de positividade que acaba por se propagar. As empresas têm que definir estratégias que promovam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, só assim conseguirão recursos mais felizes e, como consequência, mais produtivos. Acredito que o investimento na felicidade organizacional traz como retorno a atração e retenção de talento.

 

Mas como é que se consegue manter os colaboradores felizes?

Realmente, no ambiente socioeconómico atual pode não ser uma tarefa fácil, até porque cada colaborador tem a sua própria noção de felicidade no trabalho. O desafio ainda é maior porque o conceito de felicidade ao não ser igual para todos os colaboradores, leva à existência de pacotes flexíveis que se ajustem à individualidade de cada um, a felicidade é uma experiência individual. Além disso, existem sempre fatores externos que podem ter um impacto na felicidade das pessoas e que as empresas não conseguem controlar. Atrevo-me a dizer que a chave do sucesso das empresas gira em torno da concentração não só dos clientes, também eles muito importantes, mas acima de tudo dos colaboradores.

Colaboradores felizes sentem orgulho e realização no trabalho que executam e isso leva-os a gostar realmente do que fazem e a quererem fazer mais e melhor. Esta sensação de pertença, tem um ciclo de feedback positivo, além de que reduz o stress, o que por sua vez pode afetar positivamente a produtividade.

 

Mas a grande questão mantém-se, como manter os colaboradores felizes e produtivos?

Alguns factores a ter em conta são: o envolvimento nos objectivos e resultados da organização; o reconhecimento; a equidade e a justiça; relações positivas; responsabilizar e em simultâneo dar liberdade e autonomia.

Vou partilhar alguns dos exemplos que ilustram as várias formas que encontrámos de gerar e manter esta felicidade: dando a flexibilidade necessária para que cada colaborador se consiga organizar em função das suas necessidades, nomeadamente flexibilidade de horários; estando disponíveis para ouvir os colaboradores e partilhando informação; proporcionando uma progressão de carreira e em alguns casos até uma mudança de carreira; dizendo obrigado e bom trabalho, este reconhecimento por vezes vale mais do que um benefício meramente financeiro; mas sim, os benefícios extra também contam e um Seguro de Saúde ou mais de 25 dias de férias, são excelentes exemplos; permitir que o local de trabalho seja uma escolha do colaborador, seja este local presencial, online ou híbrido, ou mesmo uma mudança de cidade, entre muitas outras iniciativas que fazemos internamente.

Tudo se resume à humanização, todos somos humanos e todos devemos ser tratados com o respeito que isso acarreta. A época em que éramos considerados apenas como números e máquinas felizmente está a chegar ao fim. Hoje, um bom líder tem de ser acima de tudo um cuidador das pessoas da sua equipa.

 

 

Ler Mais