O futuro é híbrido. Mas como se cria uma cultura de equipa num mundo digitalizado?

O mundo do trabalho mudou radicalmente nos últimos 24 meses, desafiando todas as empresas a reimaginarem as experiências dos seus colaboradores e das suas equipas. Como criar um ambiente mais conectado e produtivo e continuar a estimular um sentido de comunidade e de cultura num mundo que se tornou maioritariamente digital?

Por Fernando Braz, Country leader da Salesforce Portugal

 

A  verdade é que, de acordo com a McKinsey, nove em cada 10 empresas tem planos para mudar para um modelo híbrido de forma permanente, abraçando o posicionamento do ‘Sucesso a partir de qualquer lugar’ que lhes permitirá ainda terem um futuro mais ágil e criativo. Este posicionamento será ainda um factor de peso na atracção e retenção de talento. Esta mudança não inclui apenas a transformação dos modelos de operação das empresas, mas também na forma como impulsionam as interacções sociais e como interagem com cada colaborador, para que ele se sinta integrado e apoiado em fazer o seu melhor.

Seja qual for a forma como os espaços físicos dos escritórios ou as formas trabalhar mudem, a cultura da empresa irá manter-se como uma parte fundamental da experiência do colaborador, impactando directamente a produtividade das equipas.

Ao combinar o melhor dos mundos físico e digital, os líderes das empresas têm a oportunidade de criarem um melhor local de trabalho – que permita que as pessoas estejam mais conectadas e encontrem um bom equilíbrio entre o trabalho e casa – que conduza a um crescimento da inovação e dos resultados de negócio.

 

Incentivar a flexibilidade e encontrar novas formas de conexão

A partir de agora, muitos colaboradores apenas pensarão em ir ao escritório quando é necessário a bem das equipas onde estão inseridos e dos clientes com quem trabalham, seja uma ou duas vezes por semana. Sendo que é esperado que haja cada vez maior flexibilidade de ambas as partes, as empresas deverão olhar para as funções das suas equipas e explorar o que é possível ser feito, incluindo modelos de trabalho flexível que vão ao encontro de cada função e equipa.

Ao criarem novas formas de trabalho – flexibilidade, totalmente remoto ou totalmente presencial em escritório – as empresas estão a ir ao encontro das necessidades e expectativas dos seus colaboradores, aumentando a produtividade, priorizando o bem-estar e impulsionando os níveis de colaboração. No entanto, é importante que os responsáveis das empresas invistam ainda na manutenção e crescimento das iniciativas dedicadas a acções de recursos humanos que contribuam para a cultura corporativa e para o sentido de pertença dos colaboradores.

Isto significa que as empresas devem definir o que é mais importante na forma como e onde as equipas trabalham, como comunicam e que comportamentos são mais importantes para cada uma. Priorizar reuniões presenciais em dias específicos, encontros de equipas em locais diferentes e actividades de voluntariado, encorajando reuniões por videoconferência e actualizações de liderança da empresa canais de chat são alguns exemplos do que é possível fazer-se para manter uma cultura corporativa e um sentido de pertença, mesmo que à distância.

Ao aceitar o mundo digital de hoje, muitos colaboradores querem continuar a ter a oportunidade de ter contactos presenciais – para aprender, inovar e para se inspirarem. Tornar os espaços de trabalho mais intencionais, envolvendo as formas como os colaboradores usam e experienciam o escritório, permite que os líderes planeiem maior flexibilidade para priorizarem a produtividade e o equilíbrio.

Retirar secretárias não usadas para utilizar o espaço de forma mais flexível, como com cabines e espaços de sociabilização, pode ajudar a ir ao encontro das necessidades das equipas que procuram colaboração e inovação. Encontrar novas formas de unir as relações presenciais às virtuais poderá ser a próxima evolução da cultura corporativa.

 

Apoiar as equipas para a redefinição do espaço de trabalho

Da mesma forma que os colaboradores confiaram na liderança das empresas para os ajudarem a ter sucesso durante a pandemia, as empresas vão precisar agora das suas equipas para que, num mundo digitalizado, continue a haver um compromisso de se ouvirem mutuamente, para que sejam criadas experiências à medida.

Garantir que as equipas se sentem ouvidas e envolvidas é um desafio para qualquer líder, principalmente se os colaboradores estiverem todos em modelo remoto. Introduzir inquéritos regulares sobre o bem-estar, por exemplo, pode ajudar os responsáveis a compreenderem as mudanças nas prioridades e necessidades das suas equipas, levando à tomada de decisões apoiadas em dados concretos, para a criação de programas e benefícios que apoiem as equipas e as suas famílias.

A forma como uma empresa colabora será um reflexo directo da sua cultura. Mudar para modelos digital-first implica criar uma sede digital que garanta que cada colaborador tem as ferramentas necessárias para comunicar e colaborar a partir de qualquer lugar. Este posicionamento explica a razão pela qual cada vez mais empresas procuram tecnologias de colaboração, para transformarem a forma como trabalham, como se conectam e como partilham informação.

Unir os colaboradores, clientes e parceiros numa só plataforma e comunicar em tempo real com todos poderá ajudar a aumentar a produtividade e a dar poder às equipas para redefinirem o ambiente de trabalho de acordo com os seus próprios termos.  Existem diferentes ingredientes na construção de um melhor ambiente de trabalho num mundo que prioriza as experiências digitais e, evoluir os espaços físicos, priorizar relações e reuniões presenciais e liderar com empatia são alguns deles e cada um tem o seu peso particular na construção do futuro corporativo.

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