O índice de felicidade da União Europeia já foi divulgado. Aústria é o país mais feliz. E Portugal, que lugar ocupa?

As nações mais e menos felizes da União Europeia já são conhecidas e os resultados podem surpreender. A Áustria, a Polónia e a Roménia ocupam o top 3 de países mais felizes da UE, noticia o Euronews.

 

No outro extremo da tabela, a Alemanha é apenas superada pela Bulgária. Na verdade, a Bulgária foi o único dos 27 inquiridos a obter uma pontuação global inferior a seis em dez – o resultado mais elevado possível – para a satisfação global com a vida em 2022. Portugal surge em 20.º lugar, atrás de países como Itália (14.º), Espanha (17.º) e França (19.º).

Todos os anos, o Eurostat, a agência europeia de estatísticas, mede o nível de felicidade da população de cada Estado-Membro com as suas vidas. Essa escala vai de zero a dez, sendo zero a insatisfação absoluta. Também pergunta até que ponto os inquiridos estão optimistas (ou não) com o futuro.

 

 

Embora se possa presumir que quanto mais rico for o país mais felizes serão as suas pessoas, essa não é a realidade. A Alemanha tem uma das economias mais fortes entre os 27, mas os números sobre a felicidade não reflectem isso. Em 2021, totalizava 7,1, mas os dados mais recentes mostram que desceu para 6,5. O país tem sofrido com a estagnação económica, aliada ao desconforto relacionado com a guerra na Ucrânia, bem como com um elevado aumento na imigração e um governo relativamente impopular.

O que torna as nações mais felizes?

Não é a primeira vez que a Áustria lidera a tabela e atribuiu aos seus níveis de felicidade uma pontuação média de 8. Sendo um país economicamente estável não surpreende, mas na Roménia e na Polónia, bastante mais pobres, a satisfação com a vida também ocupa os tops da escala, sugerindo que mais dinheiro não significa necessariamente mais felicidade.

Em vez disso, parece que factores como a idade, nível de educação, a situação familiar e financeira poderiam ser maiores indicativos de satisfação global do que de riqueza. A maioria dos Estados-Membros mostrou que as pessoas entre os 16 e os 29 anos apresentavam maior satisfação com a vida, em comparação com as pessoas com mais de 65 anos. A tendência oposta foi apenas observada na Dinamarca, Suécia, Irlanda, Países Baixos, Luxemburgo e Finlândia.

Outro dado interessante é o facto de a satisfação com a vida parecer depender bastante do nível de educação, o que, em certa medida, reflecte os níveis de rendimento. Em todos os Estados-Membros, a satisfação com a vida aumentou paralelamente ao nível de educação. Principalmente na Eslováquia, com uma diferença de cerca de 1,6 pontos entre aqueles que possuem o ensino superior e aqueles que possuem o ensino primário (menos do que o secundário).

O local onde se vive também faz diferença. Em Malta, Áustria, Finlândia, Países Baixos, Bélgica, Irlanda, Suécia, Dinamarca e Luxemburgo, as pessoas nas zonas rurais declararam-se ligeiramente mais felizes, em 0,2 pontos ou mais. Porém, na Bulgária, Roménia, Lituânia, Eslováquia, Portugal, Hungria, Croácia, Chipre, Alemanha e Eslovénia, os habitantes das cidades afirmaram estar mais satisfeitos com a vida.

Também os agregados familiares com crianças manifestaram níveis de felicidade mais elevados do que os restantes, ainda que, entre 2018 e 2022, tenha diminuído -0,3 pontos, nos agregados familiares com filhos dependentes.

No que diz respeito ao género, há poucas diferenças. Entre 2018 e 2022 os homens registaram um pouco menos do que as mulheres, mas ambos atingem uma média de 7,1 pontos a nível da UE.

O estudo mostra que existe uma divisão bastante significativa entre as zonas da UE. No geral, os países nórdicos e na parte mais ocidental tendem a estar mais satisfeitos com as suas vidas do que as pessoas nos países bálticos. Aqueles que vivem perto da região do Mediterrâneo e nas partes orientais da UE são, na sua maioria, mais infelizes. Porém, entre 2018 e 2022, houve ligeiros aumentos nos países com satisfação de vida geralmente mais baixa e o inverso aconteceu nas nações tipicamente “mais felizes”.

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