O papel das competências tecnológicas na competitividade de Portugal

Por Maria João Oliveira, directora de Recursos Humanos da valantic BT

Vivemos numa era onde a tecnologia desempenha um papel central em praticamente todos os sectores da economia. Desde a saúde até às finanças, passando pela educação e pelo entretenimento, a digitalização transforma a forma como as organizações operam o seu dia-a-dia quotidiano. Neste contexto, a formação em competências tecnológicas não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade crítica para indivíduos que procuram investir na sua carreira, sejam eles jovens profissionais ou adultos à procura de uma mudança de área. Em Portugal, esta realidade apresenta tanto desafios quanto oportunidades, pelo que acredito que investir em formação tecnológica é crucial para estimular o mercado de talento no país.

Não é segredo que a rápida evolução tecnológica tem criado uma procura crescente por profissionais qualificados em áreas como programação, análise de dados, cibersegurança, inteligência artificial e desenvolvimento de software. Esta tendência não mostra sinais de abrandar e, de facto, as empresas enfrentam uma escassez significativa de talentos que possuam estas competências críticas. É essencial contar com uma força de trabalho devidamente equipada para inovar e manter uma vantagem competitiva a nível global.

No primeiro caso, para os jovens que entram no mercado de trabalho, possuir competências tecnológicas pode ser a chave para oportunidades de emprego em líderes de mercado. Da mesma forma, para aqueles que procuram mudar de carreira, a tecnologia oferece um novo leque de possibilidades, permitindo-lhes alterar a sua trajectória profissional, de modo a corresponder a um mercado de trabalho em constante evolução.

Considero que, ao investir em formação tecnológica, Portugal pode beneficiar de múltiplas formas. Primeiro, a empregabilidade dos cidadãos aumenta substancialmente quando possuem competências tecnológicas, o que é uma vantagem significativa num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Além disto, profissionais qualificados em tecnologia tendem a encontrar empregos com melhores condições e salários mais elevados, contribuindo para uma maior estabilidade financeira e qualidade de vida.

Há ainda que referir o papel da formação em competências tecnológicas em fomentar a inovação e a competitividade empresarial. Com uma força de trabalho preparada, as empresas podem explorar novas oportunidades, desenvolver produtos inovadores e expandir-se para novos mercados. Isto é particularmente importante para as pequenas e médias empresas em Portugal, que são o coração da economia nacional. Uma força de trabalho qualificada pode ser o factor diferenciador que permite a estas empresas crescer e prosperar a nível internacional.

Para alcançar estes objectivos é essencial que haja uma colaboração entre o governo, empresas e instituições de ensino. Programas de formação e requalificação devem ser acessíveis para que todos tenham acesso a recursos educativos de qualidade, algo essencial para a redução de desigualdades. Acompanhado de uma cultura de aprendizagem contínua, onde a actualização constante de competências seja valorizada e incentivada.

Com um mercado em constante evolução, a aquisição de competências tecnológicas é um pilar fundamental para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Ao capacitar jovens e pessoas interessadas na requalificação de carreira, não apenas melhoramos as suas perspectivas de emprego, mas também fortalecemos a posição do país no cenário global. Cabe também às organizações de IT o dever de apoiar este desenvolvimento, uma vez que o investimento na educação tecnológica é um investimento no futuro de todos.

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