O papel do CFO do futuro dependerá de dois factores-chave. Um é competências digitais, mas provavelmente não adivinha o segundo

Nos últimos anos, o Chief Financial Officer (CFO) passou de um mero gestor de recursos financeiros, responsável pela administração e contabilidade da empresa, para um impulsionador de negócios no qual os membros da administração confiam para a tomada de decisões. A Robert Walters analisa o actual perfil de um CFO e qual o seu papel no futuro.

 

A transformação do perfil do CFO está intimamente ligada às mudanças no ambiente de negócios. Num mundo cada vez mais complexo e globalizado, as empresas precisam de líderes financeiros não apenas conhecedores de números, mas que também entendam o panorama geral do negócio e sejam capazes de tomar decisões estratégicas.

Competências e conhecimentos tecnológicos fundamentais

A liderança digital é particularmente importante para os CFO que devem acompanhar as suas empresas nos planos de transformação digital. Por isso, devem focar-se em ser mais inovadores e actualizados com as mais recentes tecnologias e tendências, de forma a poderem monitorizar de forma exaustiva e constante as métricas financeiras, facilitando assim a tomada de decisão.

Visualizadores de dados, dashboards e relatórios tornam-se ferramentas necessárias para identificar oportunidades de melhoria e crescimento, bem como para antecipar qualquer cenário de instabilidade.

«O CFO de hoje deve ter a capacidade de fornecer soluções actuais e futuras que enriqueçam as estratégias de negócios, antecipando as necessidades da empresa e as mudanças socioeconómicas que podem afectar a sua actividade», afirma Susana Costa, head of Finance da Robert Walters Lisboa.

A figura do CFO perante os ESG

«Por um lado, o CFO deve ser um parceiro estratégico e de negócios, por isso deve ser capaz de transformar dados financeiros em informações úteis para todos os níveis de uma empresa. O CFO tem agora um papel transversal, com objectivos alinhados com as diferentes áreas de negócio, e com a capacidade de influenciar as decisões globais da empresa», acrescenta Susana Costa.

Uma das áreas em que o CFO assumiu novas funções é a implementação de critérios ESG (Environmental, Social and Governance). Com a crescente consciência da importância da sustentabilidade e da responsabilidade corporativa, as empresas estão a adoptar políticas e práticas que levam em conta não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos ambientais e sociais das suas operações.

«Do ponto de vista do talento, esta evolução de funções é um desafio, uma vez que vivemos um tempo em que as empresas exigiam estes perfis, mas o mercado estava habituado ao perfil anterior, e precisou de um período de adaptação. Hoje, as empresas que não promovem esta figura e a transformam num player empresarial, para além de um gestor, têm dificuldade em continuar o seu crescimento e ser competitivas», conclui a responsável.

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