O propósito organizacional e o trabalho remoto. Sai reforçado ou prejudicado?

No cenário em constante evolução do trabalho remoto, encontrar e manter um propósito organizacional tornou-se uma prioridade para as empresas. O Purpose Lab Index, o primeiro estudo em Portugal dedicado a avaliar o propósito nas organizações através da visão dos seus colaboradores, apresenta algumas evidências para explorar os pormenores destes conceitos.

 

Por Equipa Purpose Lab

 

Apesar de os pormenores dos resultados serem publicados apenas em Outubro de 2023, num evento onde serão distinguidas as empresas que melhor trabalham o propósito organizacional, é possível avançar, desde já, com alguns dados relevantes sobre os impactos das novas formas de trabalho potenciadas com a pandemia. Nomeadamente, todas as temáticas relacionadas com a possibilidade de trabalho remoto, uma realidade em muitas funções/organizações, ainda que não sejam claros os impactos gerados na relação colaborador/ empresa.

Sabemos que o trabalho remoto exige uma liderança forte, onde a tecnologia desempenha um papel vital, mas igualmente importante é conhecer e entender os colaboradores e as suas motivações. É precisamente no processo de entendimento, das oportunidades que se criam, e no alinhamento dos profissionais, com o seu propósito pessoal e profissional, que este estudo recai.

Em 2023, 48% profissionais inquiridos referem preferir trabalhar remotamente, e 52% presencialmente. A análise mais aprofundada dos dados permite uma leitura clara: quem trabalha presencialmente sente um maior alinhamento entre o seu Propósito Pessoal e o da Organização.

As principais diferenças de quem trabalha remotamente e presencialmente parecem ficar a dever-se, principalmente, a um maior distanciamento da organização e à menor possibilidade de partilha informal com os colegas.

As razões que mais contribuem para o reconhecimento de uma cultura de Propósito Organizacional de quem trabalha remotamente são:

  • Tenho autonomia e responsabilidade para realizar meu trabalho;
  • Sinto que a minha vida tem sentido;
  • Na organização onde trabalho não há problema com a diversidade de pessoas (género, nacionalidade, raça, cultura, outros).

 

Já as que menos contribuem são:

  • As contratações e demissões estão em sintonia com cultura da organização onde trabalho;
  • Sinto que trabalho numa organização onde a pessoa é o mais importante;
  • Existem métricas e avaliações de propósito na organização onde trabalho.

 

As razões que mais contribuem para o reconhecimento de uma cultura de Propósito Organizacional de quem trabalha presencialmente são:

  • Utilizo os meus pontos fortes e os meus talentos no meu trabalho;
  • Sinto que a minha vida tem sentido;
  • Conheço o meu propósito pessoal.

 

As que menos contribuem são:

  • Sinto que trabalho numa organização onde a pessoa é o mais importante;
  • A organização onde trabalho é o melhor local para trabalhar;
  • Existem políticas internas inovadoras que têm as pessoas como o centro da organização onde trabalho.

 

A cultura organizacional desempenha um papel crucial, e as empresas que promovam os valores de propósito, incentivando a colaboração, empatia e responsabilidade social, mesmo à distância, vão certamente alavancar os seus resultados. A partilha destes dados contribui em larga medida para tal, embora apenas seja levantada uma ponta do véu, deixando a discussão e análise mais aprofundada para a apresentação do estudo, a publicar brevemente.

 

Este artigo foi publicado na edição de Setembro (nº. 153)  da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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