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O que é preciso para haver mais executivas de topo?
Conheça três mitos e três formas de as mulheres chegarem aos conselhos administrativos das organizações.
A composição dos conselhos de administração continua a ser predominantemente masculina. Na UE, apenas cerca de 17% dos conselheiros das maiores empresas cotadas em bolsa são mulheres; nos EUA, as mulheres detêm cerca de 19% das direcções das empresas S&P 500; e no Japão as executivas representam apenas 1% dos conselhos.
Vários estudos têm apontado para o impacto positivo das mulheres nos cargos de topo das organizações. Em primeiro lugar, porque as mulheres trazem uma nova perspectiva para as questões mais complexas. Em comparação com os homens, as mulheres são mais propensas a tomar papéis activos nos conselhos e a fazer perguntas difíceis. Em segundo, as executivas têm uma compreensão mais profunda de alguns mercados e consumidores. Em terceiro, tendem a ser mais flexíveis e capazes de lidar com situações ambíguas.
Então, como pode a permanência das mulheres nos conselhos de administração de ser aumentada? A professora do IMD Bettina Buechel aponta três mitos que precisam ser dissipados e três formas de melhorar a probabilidade das mulheres serem nomeadas para um cargo de direcção.
Mito 1 – As mulheres não têm o estilo de liderança certo. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Cranfield, uma vez nomeadas para os conselhos das empresas do FTSE 100, as mulheres são mais propensas a ser nomeadas para direcções posteriores e realizar múltiplas direcções.
Mito 2 – As mulheres não têm a experiência certa. Muitos CEOs do sexo masculino frequentemente justificam a ausência de mulheres no topo das organizações com a falta de experiência destas em gestão em geral e o pouco tempo em que se encontram no meio. No entanto, as líderes afirmam que não existem mais mulheres nos conselhos devido a estereótipos do sexo masculino.
Mito 3 – As mulheres não correm riscos. Na verdade, as mulheres são mais propensas que os homens a ser nomeadas para os conselhos de administração em circunstâncias precárias (Ryan & Haslam, 2005). Há também evidências que sugerem que as mulheres que procuram uma carreira assumindo uma direcção são menos avessas ao risco que as outras mulheres (Adams, 2014).
Três maneiras para estar pronta para assumir a liderança…
1] Construa uma rede de contactos. O poder de antecipar e influenciar a mudança figura na sua rede. É importante saber alimentá-la. Caso considere tornar-se membro de um conselho, mapear a sua rede vai ajudá-lo a identificar possibilidades.
2] Entenda o que é preciso para integrar um conselho de administração. Avalie a sua familiaridade com as principais responsabilidades do conselho. Estas incluem suporte estratégico para a melhoria de negócios, avaliação organizacional, liderança, compreensão financeira, gestão de riscos e corporativa.
3] Desenvolva a sua história. Tendo em conta o seu conhecimento e experiência, desenvolva uma narrativa sobre o que a diferencia. Prepare-se para poder comunicar isso claramente e de forma sucinta.