
O total de pessoas empregadas em Portugal volta a bater recordes
A Randstad Portugal divulgou a sua análise aos dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Serviço Público do Emprego Nacional (IEFP) e da Segurança Social, relativos ao mês de Janeiro de 2025, que revela que o ano começou com boas notícias no mercado de trabalho nacional, uma vez que a tendência positiva de aumento do emprego e de queda do desemprego transitou para 2025.
Os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a Janeiro de 2025 revelam que há mais 33.900 pessoas empregadas face ao mês anterior (+ 0,7%), continuando o total de empregados a bater recordes (5.167.300 pessoas empregadas).
De acordo com o INE, também o desemprego continuou a registar um decréscimo, com a taxa de desemprego a fixar-se nos 6,2%, menos 0,2 pontos percentuais que no mês anterior. Esta queda do desemprego foi principalmente sentida pelos jovens entre os 16 e os 24 anos (-3,8%), e pelos homens (-3,8%).
Em comparação com o período homólogo, a queda do desemprego foi de 5000 pessoas (-1,4%), tendo o desemprego aumentado apenas nos grupos populacionais dos homens (+2%) e nos adultos (+4,3%). Analisando a situação face a Janeiro do ano passado, o número de pessoas empregadas também teve um aumento de 107.900 profissionais (2,1%) e a população activa também aumentou em 102.900 pessoas (1,9%) e continua a bater recordes, superando os 5,5 milhões de pessoas activas. Tal deveu-se também ao aumento da população empregada ser superior à queda da população desempregada.
Para completar esta análise, a Randstad analisou também os dados do IEFP. Nesta análise ao desemprego registado nos Centros de Emprego, verificou-se uma tendência inversa, com um aumento mensal dos desempregados registados (+4,1%) e de pedidos de emprego (+3,3%), com os desempregados registados a representarem 71,9% do total de 486.002 pedidos de emprego. Este aumento mensal, uma tendência sazonal do mês de Janeiro, registou-se tanto para mulheres como para homens de forma praticamente igual, identificando-se mais 4,1% de mulheres registadas como desempregadas e mais 4% de homens.
Os dados do IEFP revelam ainda que este aumento do desemprego registado verifica-se também na comparação com o período homólogo, em que se registaram mais 4,3% registadas como desempregadas e mais 0,2% de registadas para pedidos de emprego.
De acordo com a análise da Randstad, esta tendência sazonal é justificada pela desaceleração da actividade económica após o pico do final do ano, o que também ajuda a explicar que o sector dos serviços tenha sido o mais afectado, representando 74% do crescimento mensal do desemprego registado (mais 10.005 pessoas). Dentro deste sector, é essencialmente nas actividades de “comércio por grosso e a retalho” (+1.755), “alojamento e restauração” (+2431) e “actividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (+3070) que se registam as maiores subidas mensais.
Na análise ao período homólogo, registam-se aumentos do desemprego registado em actividades dentro do sector dos serviços como “informação e comunicação” (+23,5%), “consultoria e actividades científica” (18,7%) e “transportes e armazenagem” (+15,3%), o que, de acordo com a análise da Randstad, pode estar relacionado com mudanças tecnológicas e reestruturações empresariais às quais o mercado de trabalho deve estar atento no futuro.
Na análise de Isabel Roseiro, directora de Marketing da Randstad Portugal, «os dados do INE mostram uma consolidação do mercado de trabalho, com um crescimento sustentado do emprego e uma taxa de desemprego que se mantém em níveis relativamente baixos. No entanto, os dados do IEFP revelam uma realidade mais complexa, com o sector dos serviços a registar um aumento do desemprego devido a efeitos sazonais e à desaceleração da actividade económica após o período festivo. Estes movimentos reforçam a importância de estratégias de adaptação no recrutamento e na gestão de talento, especialmente em sectores mais susceptíveis a flutuações sazonais. O desafio passa por garantir maior previsibilidade e estabilidade no emprego, através de iniciativas que promovam a requalificação e a mobilidade dentro do mercado de trabalho, permitindo às empresas e aos profissionais responder melhor às mudanças estruturais e tecnológicas que continuam a transformar o panorama laboral.»