Pandemia obriga a “fast foward” nas organizações. E é fundamental não perder o momentum

Pensar como serão os próximos meses ou, um pouco mais à frente, como será um cenário pós-pandémico nas nossas organizações, é um exercício com algo de semelhante à consulta dos oráculos na antiga Grécia.

 

Por João Piedade Guerreiro, People & Culture Director do Sovena Group

 

Quando reflectimos sobre a futura realidade organizacional, mesmo no curto prazo, corremos o risco de acabar como Creso, Rei da Lídia. Ao perguntar ao Oráculo de Delfos o que lhe reservava o futuro, obteve como resposta que, se fizesse guerra aos Persas, um grande império seria destruído. Com confiança reforçada, juntou um exército e enfrentou os Persas na batalha do Rio Hális. As suas tropas foram esmagadas. Cumpriu-se a profecia, um grande império foi devastado, neste caso o do próprio Creso.

Apesar do tom sombrio da analogia, temos algumas boas razões para estar optimistas:  as nossas organizações estão hoje melhor preparadas para enfrentar a surpreendente configuração do futuro próximo; os nossos colaboradores estão mais informados, formados e confiantes sobre os comportamentos a adoptar; e nos locais de trabalho foram implementadas medidas adequadas de prevenção e mitigação.

Por outro lado, é fundamental garantir que capitalizamos o que de mais positivo esta situação nos trouxe, transformando em políticas efectivas as práticas e processos de trabalho que nos últimos meses provaram ter sucesso, alguns dos quais estavam há bastante tempo nas agendas, esperando uma oportunidade de concretização.

Ficou também demonstrado que podemos alterar processos de trabalho de forma célere e eficaz. O melhor exemplo disso é o teletrabalho. Se alguém nos desafiasse, no início deste ano, a alterar, em 48 horas, o regime presencial para trabalho à distância, diríamos que não era de todo possível, que teríamos que fazer primeiro um piloto, e que ainda assim necessitávamos de analisar com maior profundidade as diversas vertentes e implicações do tema.

No entanto, foi exactamente isso que aconteceu em muitas organizações, incluindo no sector público; literalmente de um dia para o outro, as pessoas estavam a trabalhar a partir de casa.

Sabemos que a realidade deste teletrabalho foi muito diferente da definição desta prática, concretizado em condições longe das ideais, em confinamento caseiro, conjugado com diferentes variantes de telescola e, por vezes, com a necessidade de “disputar” os mesmos recursos. Também sabemos que o momento foi, e continua a ser, especial, que tudo realmente aconteceu em “fast foward”, e que o sentimento de mobilização face à emergência gerou uma motivação adicional.

Foi o sentimento de pertença e de contribuição para algo maior que levou a que as nossas pessoas, nas unidade industriais das várias geografias em que estamos presentes, se mantivessem sempre a laborar, fazendo assim, com grande orgulho, parte da linha da frente do abastecimento da cadeia alimentar, assegurando a disponibilidade dos nossos produtos aos clientes e consumidores.

É por isso fundamental não perder o momentum, mantendo os níveis de compromisso e a motivação que foi gerada. O equilíbrio entre a execução do plano estratégico para a área de Pessoas, e a resposta às exigências excepcionais da pandemia COVID-19, será seguramente a chave para enfrentar os próximos meses.

Na Sovena queremos manter uma agenda que respeite, simultaneamente, os planos definidos para o desenvolvimento das nossas pessoas – nomeadamente através do programa “Sovena – Growing Future Leaders” – tal como o reforço da nossa cultura organizacional, e a elaboração de políticas ajustadas ao “novo normal”. E queremos fazê-lo assegurando, no dia-a-dia, a efectiva proximidade com todos, de modo presencial ou virtual, acompanhando as necessidades particulares de cada Colaborador e das Equipas em que se inserem.

É difícil antever com vamos viver os próximos tempos e, tal como na antiga Grécia, as profecias dos oráculos modernos têm de ser bem interpretadas. Mas estamos confiantes que, na Sovena, vamos continuar a Alimentar Futuros.

 

 

 

 

 

Ler Mais