Pedro Ramos, Keeptalent: All you need is L.O.V.E.

Há quem diga que vivemos agora a “Era das Pessoas” nas empresas… Prefiro, contudo, manter a “velha” expressão de que vivemos “o” tempo da “Experiência do Colaborador”. Tudo é experiencial, sensorial e, obviamente, emocional na relação entre as pessoas nas organizações, sejam estas líderes ou liderados.

 

Por Pedro Ramos, presidente da Associação Portuguesa de Gestão de Pessoas (APG) e CEO da Keeptalent Portugal

 

A verdade é que, com este novo protagonismo que os colaboradores passaram a ter nas empresas, o foco passou a ser como ir superando as expectativas deles, alinhando vontades e emoções, e proporcionando experiências positivas.

Realmente, este é o momento de estarmos todos, nas empresas, (in) L.O.V.E.! Mas, descodifiquemos… L de Liberdade; O de Oportunidade; V de Valorização; E de Envolvimento.

 

Liberdade
… De poder escolher e optar por uma de várias e diferentes situações: desde logo, a empresa onde trabalha (ou, pela negativa, deixar de escolher a empresa ou determinada liderança); liberdade para poder gerir os seus tempos de “trabalho” e “não trabalho”; liberdade de poder trabalhar em regimes, modelos e locais mais adaptados às suas formas de ser e estar; liberdade de poder organizar a sua agenda profissional, ou de poder contribuir para a construção da “agenda colectiva” da sua equipa de trabalho. No fundo, ser livre…

 

Oportunidade
… De crescimento; oportunidade para poder tentar, errar, voltar a tentar e… aprender com os erros; oportunidade de evolução profissional e oportunidade de aprendizagem; oportunidade de partilhar o seu conhecimento e a sua experiência profissional em diferentes e renovados contextos pessoais e profissionais. Experienciar um mundo de oportunidades…

 

Valorização
… Agregar valor à sua equipa, à organização, mas também à sociedade e ao mundo que nos rodeia, valorizando a pegada que se pretende construir e deixar; mas também sentir-se valorizado e reconhecido pelo seu trabalho e pelo seu progresso e crescimento profissionais; valorizar as condições físicas, ambientais e psicológicas facilitadoras de um bom ambiente de trabalho; e valorizar a confiança das e nas lideranças. Valorizar a promoção da diferença de pensamento…

 

Envolvimento
… Sentir-se envolvido e poder envolver- -se nas decisões e na construção da estratégia do negócio; envolver-se no trabalho de equipas voltadas para o atingimento de objectivos cada vez mais de curto prazo e de elevado desempenho; investir nesse envolvimento através da competência crítica “generosidade”, dando de si em prol das equipas, sentindo o necessário retorno desse investimento pessoal. Envolvimento total na promoção de um clima não tóxico…

Afinal, a tal “Era da Experiência do Colaborador” não é mais do que uma expressão pomposa para dizer que o que as pessoas necessitam são experiências baseadas em L.O.V.E., de natureza e âmbito bem mais simples do que inicialmente poderíamos imaginar.

E, já agora, algo tão básico como a adopção de um discurso assente e vivido na “segunda pessoa do plural”, um valente, sonoro e poderoso – nós! É que, tal como na vida real – e já não estamos a falar de “novo mundo” ou “velho mundo” –, com uma dose valente de amor, empregue em tudo o que fazemos, empreendemos, acreditamos e ajudamos a concretizar.

Com isto, é sempre meio caminho andado para uma maior satisfação, sentimento de pertença, desejo de mobilização. É a vida real, que de forma mais visível e mais exposta chegou definitivamente às nossas organizações.

Por isso, faz cada vez mais sentido a (nova?) expressão: All WE need is… LIFE!

 

 

Este artigo foi publicado na edição de Agosto (nº.140)  da Human Resources, nas bancas.

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