Pedro Ramos: Visão de curto prazo e preocupação profunda com as (suas) pessoas: Por enquanto?
Constatando que, no actual contexto, as empresas demonstram preocupação com assegurar a continuidade do negócio, mas também com garantir a saúde – física e psicológica – dos seus trabalhadores, Pedro Ramos, director de Recursos Humanos da TAP Air Portugal questiona de se estas preocupações são apenas circunstanciais ou se irão perdurar.
«São muito curiosos os resultados deste XXXIII Barómetro Human Resources nas várias dimensões, mas gostaria de destacar a última questão sobre qual é, actualmente, o foco dos responsáveis máximos das empresas. Se “assegurar a continuidade do negócio” é claramente o maior foco identificado no actual contexto, curioso é que, não muito distante, o segundo maior foco é o “de garantir a saúde dos seus trabalhadores”.
Obviamente que estes dados referem-se a uma análise efectuada num contexto de pandemia, mas também após uns meses, já revela claramente os dois caminhos que estão a ser percorridos pela gestão de topo das nossas empresas. Por um lado, a manutenção do negócio num contexto de grande turbulência, exigindo níveis de adaptação, resiliência e flexibilidade enormes e, por outro lado, a consciencialização de que o bem-estar físico e psicológico das suas pessoas e equipas é determinante para que seja possível, no imediato, ir agregando valor e consolidando esse percurso de resultados imediatos.
Se estas preocupações são apenas circunstanciais, diria instrumentais, nesta actual lógica de gestão de curto prazo, ou estruturais – que perdurem para além da pandemia num qualquer futuro (novo) normal – é a questão que importa ir acompanhando nos próximos tempos.»
Este testemunho foi publicado na edição de Novembro (nº. 119) da Human Resources, no âmbito da XXXIII edição do seu Barómetro.