Pela primeira vez em sete anos, satisfação global dos colaboradores diminui

A sétima edição do estudo de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano Índice da Excelência revela que, pela primeira vez em sete anos, o nível de satisfação global dos colaboradores cai após uma trajectória ascendente, mesmo durante os anos de pandemia em que tal crescimento se registou de forma residual.

 

Os resultados da sétima edição do Índice da Excelência mostram que a satisfação global desce face ao ano de 2021, estando agora nos 70,3% (cerca de -4 p.p.). Este decréscimo foi generalizado nas quatro dimensões de análise, se bem que mais expressivo no “Clima” e “Gestão de Pessoas”, e ao contributo das pequenas e grandes empresas. Em sentido contrário, as médias empresas verificaram um ligeiro aumento no nível global de satisfação dos seus colaboradores.

Na sua sétima edição, o estudo desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com o ISCTE Executive Education analisou e destacou as boas práticas de gestão de pessoas, num panorama cada vez mais tecnológico, funcionando também como base de alerta ao tecido empresarial sobre as tendências e a importância do valor humano num mundo cada vez mais digital e moldado pelas novas formas de trabalho que exigem, em contexto incerto e de constante adaptação, preparação das pessoas e das organizações.

Analisando em detalhe o que levou a esta quebra no nível de satisfação global, Gonçalo de Salis Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting, afirma que «esta descida manifesta-se transversalmente em todos os domínios de análise (Dinâmica Organizacional – Práticas de Gestão – Clima – Gestão de Pessoas), sendo mais expressiva, na ordem dos -6 a -8 p.p, no Clima e Gestão de Pessoas, onde a penalização dada pelos colaboradores participantes nas temáticas relacionadas com a Compensação e Benefícios, assim como na Gestão de Talento (Avaliação de Desempenho, Carreiras e Desenvolvimento) foi ainda maior do que nos anos anteriores, dada a maior sensibilidade em contexto de elevada inflação», afirma Gonçalo de Salis Amaral.

Neste sentido, em termos de iniciativas organizacionais, os colaboradores reforçam como áreas de investimento prioritária para este ano de 2023 a Compensação e Benefícios, seguida da Formação e da Gestão de Carreiras, em linha com o que já se tinha revelado no ano passado. Adicionalmente, verifica-se uma subida no ranking das iniciativas a implementar a revisão dos modelos e processos de Avaliação de Desempenho, por forma a promover maior transparência e clareza nos critérios associados.

Dos participantes que praticam trabalho híbrido, o nível de satisfação com o mesmo aumentou face ao ano anterior, estando em média nos 90% de satisfação, havendo ainda algumas preocupações face ao impacto desta modalidade na visibilidade interna e progressão de carreira. A capacitação das chefias para gerir equipas híbridas mantém-se positiva, assim como sentimento face ao impacto deste regime de trabalho na produtividade, qualidade de vida e na performance do negócio.

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