Portugal é o país da EMEA que mais pretende contratar até Setembro. Saiba quais os sectores e regiões que se destacam

Cerca de 41% dos empregadores portugueses preveem aumentar as suas equipas no próximo trimestre, face a 14% que anteveem uma redução, enquanto 43% das empresas esperam manter o seu número de colaboradores.

 

Estes são dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que revela, assim, uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +27% para o terceiro trimestre do ano, um valor já ajustado sazonalmente, que reflecte uma subida de 11 pontos percentuais face ao segundo trimestre deste ano.

Esta projecção traduz, porém, uma descida ligeira de quatro pontos percentuais, na comparação com o período homólogo de 2022, quando a generalidade dos sectores registava uma forte recuperação pós-pandémica e ainda não eram notados efeitos decorrentes do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Estes valores posicionam Portugal ligeiramente abaixo da média global, mas acima da região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), com mais sete pontos percentuais do que esta última.

Além disso, apenas quatro países deste território têm perspectivas de contratação mais optimistas: Países Baixos, África do Sul, Reino Unido e Alemanha. Portugal é ainda o país desta Região que mais cresce nas intenções de contratação, comparativamente ao último trimestre do presente ano.

Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no terceiro trimestre do ano, e oito destes sectores têm intenções de contratação mais optimistas, face ao segundo trimestre de 2023. Por outro lado, sete reduzem as suas projecções face ao período homólogo de 2022.

 

Por sector

O sector das Tecnologias da Informação é o que apresenta as intenções de contratação mais vigorosas, com uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +44%, o que representa uma subida de 12 pontos percentuais face ao período entre Abril e Junho do presente ano, mas que se traduz numa descida moderada de sete pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.

Na lista dos sectores com a projecção mais optimista está também o das Energia e Utilities com +37%, o que espelha uma subida de oito pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior.

Segue-se o sector dos Serviços de Comunicação, que incluem telecomunicações e media, e que apresenta uma projecção robusta de +32%. No entanto, este valor traduz uma ligeira descida, de três pontos percentuais, face ao último trimestre e de dois pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.

Já o sector de Bens e Serviços de Consumo, que contempla as atividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria e Indústria de Bens de Consumo, apresenta uma projecção de +30%, sendo dos sectores que mais cresce face ao segundo trimestre do ano, com uma subida de 14 pontos percentuais. No entanto, quando comparada com o terceiro trimestre de 2022, a projecção abranda sete pontos percentuais.

O sector dos Transportes, Logística e Automoção, que situa a sua projecção nos +25%, assume também uma evolução positiva considerável face ao trimestre anterior (mais 14 pontos percentuais), seguido do sector da Indústria Pesada e Materiais, que abrange também os subsectores da Agricultura e Construção, e que apresenta uma projecção saudável de +23%. Estas intenções de contratação revelam um crescimento de oito pontos percentuais face ao segundo trimestre deste ano, mas um abrandamento ligeiro de quatro pontos percentuais face ao período homólogo de 2022.

Com uma projecção sólida, a fixar-se nos +21%, surge o sector das Finanças e Imobiliário, valor que espelha uma das evoluções mais positivas face ao último trimestre, de 14 pontos percentuais, mas uma queda acentuada de 22 pontos percentuais em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Por fim, a área da Saúde e Ciências da Vida apresenta a projecção mais conservadora, com +6%, o que traduz uma subida de três pontos percentuais face ao segundo trimestre do ano, mas uma descida de 23 pontos percentuais, se comparada com o mesmo período de 2022.

 

Por região

De Norte a Sul de Portugal, os empregadores de todas as regiões avançam com previsões otpimistas de contratação para o terceiro trimestre do ano, e todas evoluem positivamente face aos meses de Abril a Junho de 2023. Porém, quando comparadas com o período homólogo de 2022, há um abrandamento das perspectivas de contratação em todas as regiões menos uma.

Em contraste com o registado nos últimos trimestres, a Região Centro é a que apresenta uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta, a fixar-se nos +32%, o que se reflecte num crescimento de 27 pontos percentuais face ao último trimestre – o mais acentuado de todas as regiões – e numa evolução positiva de oito pontos percentuais, quando comparada com o período homólogo de 2022.

Seguem-se depois o Grande Porto e a Grande Lisboa, com uma projecção de +30% e +29%, respectivamente. Na primeira região, esta previsão demonstra uma estabilização face ao último trimestre, apenas registando a subida de um ponto percentual e uma queda ligeira de dois pontos percentuais, face ao mesmo período do ano passado.

Já na Grande Lisboa, a projecção revela um maior optimismo face ao trimestre passado, com as previsões de contratação a crescerem 13 pontos percentuais, mas a diminuírem dois pontos percentuais face ao terceiro trimestre do ano passado.

A Região Sul surge como a quarta com a projecção mais respeitável, a fixar-se nos +21%, o que equivale a uma evolução positiva de 11 pontos percentuais face ao último trimestre, mas um decréscimo considerável, de 13 pontos, percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Também com uma projecção positiva surge a Região Norte, com o valor de +16%. Esta vem revelar uma subida de três pontos percentuais face ao período de Abril a Junho, mas uma descida de oito pontos percentuais face ao período homólogo de 2022.

 

Por dimensão

As quatro categorias de empresas, independentemente da dimensão, avançam com previsões de contratação positivas para o terceiro trimestre de 2023, mas apenas duas das categorias assumem uma evolução positiva face ao período compreendido entre os meses de Abril a Junho de 2023, e só um tipo de organização evolui positivamente em relação ao período homólogo do ano passado.

Com a previsão mais robusta e próspera está a categoria das Médias Empresas, cuja Projecção para a Criação Líquida de Emprego se fixa nos +38%. Este valor animador traduz-se ainda num crescimento acentuado de 27 pontos percentuais face ao trimestre passado e numa evolução positiva de nove pontos percentuais, comparativamente ao mesmo período do ano passado.

As Grandes Empresas apresentam a segunda projecção mais forte, com o valor de +29%, o que revela um crescimento de 12 pontos percentuais face ao segundo trimestre do ano. No entanto, se comparada com o mesmo período do ano passado, regista-se um abrandamento ligeiro de três pontos percentuais.

Seguem-se as empresas de Pequena Dimensão e as Microempresas, com uma projecção para o terceiro trimestre de +19% e 18%, respectivamente. Os valores das duas categorias, quando comparadas com o segundo trimestre do ano, registam um decréscimo das previsões em um ponto percentual e sete pontos percentuais, respectivamente.

Com a mesma tendência, quando comparada com o período homólogo de 2022, mostra-se um decréscimo considerável de 12 pontos percentuais nas Pequenas Empresas e de nove pontos percentuais nas Microempresas.

 

A nível global

O estudo revela que a Projecção para a Criação Líquida de Emprego a nível global apresenta-se mais forte, com um valor de +28%, registando um crescimento de cinco pontos percentuais face ao segundo trimestre do ano. No entanto, e seguindo a tendência registada em Portugal, a projecção desce quatro pontos percentuais se comparada com o mesmo período do ano passado.

Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspectivas de contratação positivas, com 11 países a revelam um abrandamento face ao trimestre anterior e 30 face ao mesmo período do ano passado.

Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a Projecção para a Criação Líquida de Emprego é de +20%, situando-se dois pontos percentuais acima da registada no último trimestre. Países Baixos, África do Sul e Reino Unido revelam as intenções de contratação mais animadoras, a situarem-se nos +39%, +34% e +29%.

A nível mundial, a Costa Rica avança com a projecção mais optimista, de +43%, seguida dos Países Baixos, com +39% e do Peru, a fixar-se nos +38%. Por outro lado, a Argentina avança com a projecção mais moderada, de +6%, seguida pela Eslováquia, com +10%, e pela Áustria e Itália, ambas com +11%.O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 38 mil empregadores, em 41 países e territórios. O próximo estudo será divulgado em Setembro de 2023 e comunicará as expectativas de contratação para o último trimestre de 2023.

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