Portugal é o terceiro país da OCDE com maior agravamento dos custos da habitação

O mais recente relatório “How’s Life? 2024” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que Portugal foi um dos países onde a sobrecarga dos custos da habitação das famílias com menores rendimentos mais se agravou desde 2019, avança o idealista. 

Na verdade, Portugal registou o terceiro maior agravamento da sobrecarga dos custos de habitação entre os países da OCDE com dados disponíveis entre 2019 e 2022. O pódio é ocupado pela Hungria, com um agravamento de 17,2 p.p., e pela Lituânia (8,6 p.p.).

Há cinco anos que os custos da habitação têm vindo a aumentar, agravados pela inflação e a subida dos juros no crédito habitação. Em 2019 já 13,8% dos agregados familiares em Portugal com menores rendimentos sentiam uma sobrecarga com as despesas da casa.

O relatório da OCDE mostra ainda que em 2022 passou a haver em Portugal 19% de agregados com salários baixos a estarem sobrecarregados com as despesas da casa. No universo das famílias mais vulneráveis, a taxa de sobrecarga das despesas com habitação agravou-se 5,2 pontos percentuais (p.p.) em apenas quatro anos.

«Nos países da OCDE, em 2022, quase uma em cada cinco famílias, que se situava nos 40% mais pobres da distribuição dos rendimentos, gastou mais de 40% dos seus rendimentos disponíveis em habitação», destaca a organização no documento, indicando que a sobrecarga do custo da habitação aumentou, em média, 0,4 p.p. por ano no período em análise.

«As famílias debaixos rendimentos são particularmente vulneráveis ​​quando uma grande parte do seu rendimento é dedicada aos custos com a casa, uma vez que isso limita os gastos com outros bens e serviços essenciais, como alimentos, cuidados de saúde e educação», acrescenta.

Por outro lado, houve vários países da OCDE onde passou a haver menos famílias com baixos rendimentos a sentir elevadas taxas de esforço nos custos da habitação. Foi o caso da Estónia, Itália, Polónia e Grécia, por exemplo.

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