Portugal recua no ranking mundial da competitividade

Posiciona-se agora em 46.º, entre 138 países, descendo oito lugares relativamente a 2015 no Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do World Economic Forum.

 

O documento foi divulgado hoje, dia 28 de Setembro, pela PROFORUM, Associação para o Desenvolvimento da Engenharia, e pelo FAE, Forum de Administradores e Gestores de Empresas, no decorrer de uma sessão pública na AESE Business School, em Lisboa.

No topo mantém-se a Suíça (1.º), Singapura (2.º) e EUA (3.º),sobe a Holanda (de 5.º para 4.º lugar), a Suécia (de 9.º para 6.º) , o Reino Unido (de 10.º para 7.º) e a Holanda (de 8.º para 5.º lugar), enquanto a Alemanha cai de 4.º para 5.º, e o Japão, Hong Kong e Finlândia caiem 2 posições para 8.º, 9.º e 10.º respectivamente.

O Ranking de Competitividade de Portugal, após um período longo de deterioração (2006 a 2013), conseguiu finalmente, em 2014, subir 15 posições (de 51.º para 36.º). Mas em 2015 e 2016, Portugal perdeu competitividade: depois de ter caído 2 posições para 38.º (2015), caiu mais 8 posições (2016) para 46.º, tendo sido ultrapassado sucessivamente: em 2015 por 2 países europeus (Rep. Checa e Lituânia), em 2016 por 8 países – 3 países europeus (Polónia, Itália e Malta) e 5 outros (Azerbaijão, India, Panamá, Rússia e Maurícias). A pontuação de Competitividade caíu também de 4,54, em 2014, para 4,52, em 2015, e para 4,48, em 2016, (em 7) equivalente a 77% do líder (a Suíça nos últimos 8 anos).

Em Portugal, apesar de ter havido subidas de indicadores tais como a Educação Primária (mais 32 posições) e o Crédito Bancário (mais 27 posições,) houve vários indicadores que tiveram uma grande influência negativa no Ranking, em especial na área financeira – os Mercados Financeiros (menos 9 posições), a regulação dos Mercados (Bolsas) (menos 43 posições), a Solidez dos Bancos (menos 9 posições) – mas também nos fornecedores locais (menos 30 posições), nos Standards nas Auditorias (menos 29 posições) e na Colaboração Universidades-Indústria (menos 13 posições).

Ainda segundo o WEF, Portugal continuou a registar melhorias em aspectos importantes como a facilidade de criação de negócios, área em que ocupa a 6.ª posição (em 2006, estávamos em 89.º lugar), e obteve ganhos na flexibilização do mercado laboral na determinação de salários (80.º lugar), o mesmo sucedendo relativamente a áreas como as infraestruturas (22.º lugar).

O WEF aconselha ainda Portugal a não abrandar o seu esforço reformista com vista a ultrapassar constrangimentos macroeconómicos, como sejam um elevado déficit (96.º lugar) e uma enorme dívida pública (134.º lugar), propondo intervenções no fortalecimento do acesso aos mercados de capital (100.º lugar). As melhores posições de Portugal no ranking são obtidas nas tarifas alfandegárias (5.º lugar), no número de dias para iniciar um negócio (6º lugar) e na qualidade das estradas (9.º lugar).

O World Economic Forum declarou que: «O declínio dos últimos dez anos na abertura das economias em todas as fases do desenvolvimento constituiu um risco para a capacidade dos países para crescer e inovar. As medidas de estímulo monetário, como o “quantitative easing”, não estão a ser suficientes para sustentar o crescimento e devem ser acompanhadas por reformas na Competitividade.

Para as economias emergentes, as práticas mais recentes de negócios e o investimento em inovação são agora tão importantes como as infra-estruturas, as competências e a eficiência dos mercados. A Índia foi a economia que mais alto subiu nos 138 países estudados, subindo 16 posições de 55.ª para 39.º.»

Subscrevendo a análise que é feita pelo WEF, a PROFORUM e o FAE reafirmam a necessidade de Portugal prosseguir e aprofundar as reformas estruturais necessárias ao substancial aumento da Competitividade e do crescimento da economia, insistindo que o foco deve ser colocado na aposta nos estímulos às suas PMEs.

 

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