
Portugueses de Sucesso no Mundo: Ana Porfírio, Recordati. Ao leme de um «barco muito grande» e diverso
Cerca de 40 países, maioritariamente na Eupora, com diferentes culturas e diferentes níveis de maturidade. É este o scope da responsabilidade de Ana Porfírio enquanto vice-presidente de HR Specialty & Primary Care BU na Recordati. É um «barco muito grande» e «muito diverso». De uma realidade executória passou para uma realidade estratégica e, numa «íngreme curva de aprendizagem», a prioridade foi conhecer o negócio. E as pessoas.
Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho
Estava há 10 anos como Directora de Recursos Humanos na Recordati em Portugal quando, no início do ano, Ana Porfírio – formada em Gestão de Pessoas pelo ISLA, com mestrado em Comportamento Organizacional pelo ISPA e pós-graduação em Gestão da Mudança pela Universidade Europeia, tendo igualmente programas executivos no ISCTE e Nova SBE – assumiu as funções de Global HR director Specialty & Primary Care BU. Em Outubro, passou a vice-presidente de HR Specialty & Primary Care BU, com responsabilidades de liderança estratégica de Recursos Humanos, desenvolvimento de talento e de lideranças, eficácia organizacional, desempenho, engagement e rewards, iniciativas globais e digitais de RH, diversidade, inclusão e cultura. Antes de integrar a farmacêutica, contava já com mais de 15 anos de experiência em Gestão de Pessoas, tendo estado 14 anos na consultora KPMG, onde teve a sua primeira experiência internacional. Mas comecemos pelo presente.
Depois de quase 10 anos na filial portuguesa da Recordati – uma filial de médio porte no âmbito global e que, em termos de volume de negócio, está entre as médio-grande, «portanto já com alguma relevância, muito respeitada em termos de management e com as direcções a ter alguns desafios» –, o trabalho «estava absolutamente consolidado». E, ao longo dos últimos cerca de três anos, com todo o processo de digitalização da empresa, a agora vice-presidente de RH foi sendo desafiada a participar e a fazer parte de vários projectos internacionais de digitalização na área de Recursos Humanos (RH). Antes disso, tinha sido também convidada para implementar todo o projecto de RGPD (Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados) e trabalhado com a casa-mãe, em Itália.
Conta que «os projectos correram muito bem tendo as equipas sido reconhecidas pelo desempenho de excelência ». Tendo havido a necessidade de identificar um profissional interno para esta posição, demonstrou essa disponibilidade e motivação para abraçar um projecto internacional, «até porque já tinha tido essa experiência na empresa anterior e, depois de nove anos em Portugal e todos os projectos internacionais, ao longo de quase três anos, ficou o “bichinho”. Não podia ter ficado mais satisfeita com o desafio e o reconhecimento», admite.
A Recordati está organizada em duas grandes unidades de negócio: uma dedicada às doenças raras, geograficamente espalhada pelo mundo e que representa cerca de 35% do negócio e uma outra unidade de negócio, que se chama SPC (Specialty and Primary Care), que está essencialmente na Europa e no Norte de África, e que representa cerca de 65% do negócio.
«Estas unidades de negócio têm uma estrutura própria, comercial e de suporte, e têm pessoas designadas que fazem o overview global e que acompanham a Executive Leadership Team na preparação da estratégia do próprio negócio e na execução e acompanhamento em todas as filiais onde temos presença», explica. Era aí que existia uma necessidade, na área RH, e foi essa a posição que Ana Porfírio assumiu, como Global HR director Specialty & Primary Care BU.
O passo para vice-presidente representou uma mudança de escala e de foco. «Deixei de estar centrada apenas na execução de processos de RH numa região, para assumir uma visão transversal, global, com impacto estratégico directo nas decisões do negócio», diz. «Hoje, o meu papel é ligar o global ao local, garantindo que a nossa matriz funciona, que as prioridades da companhia se reflectem nos países, e que as realidades locais alimentam as decisões estratégicas. Deixei de ser apenas “responsável por implementar”, para ser catalisadora de transformação e cultura em toda a BU.»
Leia o artigo na edição de Novembro (nº. 178) da Human Resources
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