
Praticamente todas as empresas estavam em funcionamento na primeira quinzena de Julho
Na primeira quinzena de Julho, 99% de empresas estavam em funcionamento, mais três pontos percentuais (pp) que na quinzena anterior e mais 16 pp que em Abril. A constatação surge no Inquérito Rápido e Excepcional às Empresas (COVID-IREE) do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal, divulgado hoje, que tem como objectivo identificar os efeitos da pandemia na actividade das empresas.
Os dados, baseados num inquérito a empresas da indústria, construção, comércio e serviços, revelam que no sector do alojamento e restauração a percentagem de empresas em funcionamento foi inferior (93%), representando um aumento de 11 pp face à quinzena anterior.
Quanto ao volume de negócios, 58% das empresas reportaram uma redução na primeira quinzena de Julho (66% na quinzena anterior e 80% em Abril). De acordo com o inquérito, no Alojamento e restauração e Transportes e armazenagem esta percentagem assume maior expressão (88% e 76%, respectivamente).
Na primeira quinzena de Julho, entre 23% a 31% das empresas respondentes já tinham beneficiado das medidas de apoio governamentais, incluindo o lay-off simplificado, avaliando-as como muito importantes para a sua situação de liquidez.
Os dados revelam ainda que a situação de liquidez das empresas melhorou face a Abril. Na primeira quinzena de Julho, 59% das empresas referiram conseguir manter-se em actividade por um período superior a seis meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez (compara com 26% em Abril). Apenas 15% referiu não ter condições para se manter em actividade por mais de dois meses (47% na semana de 20 a 24 Abril).
Já 24% das empresas registaram uma redução do pessoal ao serviço efectivamente a trabalhar face à situação expectável sem pandemia (36% na quinzena anterior e 59% em Abril). O Alojamento e restauração foi o sector onde mais empresas referiram uma redução no pessoal ao serviço na primeira quinzena de Julho (58%, -6 p.p. que na quinzena anterior).
Foram incluídas nesta edição questões sobre a variação observada no emprego desde o início da pandemia e sobre as expectativas para a evolução dos postos de trabalho até ao final de 2020. 17% das empresas referiram ter reduzido o número de postos de trabalho desde o início da pandemia e 76% não registaram qualquer impacto no total de pessoas empregadas.
A larga maioria de empresas (83%) planeia manter os postos de trabalho até ao final do ano, sendo que nas restantes existe um relativo equilíbrio entre as que perspectivam aumentos e reduções.
Quando questionadas sobre as opções relativas às novas medidas de apoio ao emprego, 38% das empresas pretendem recorrer ao incentivo extraordinário à normalização da actividade na sequência do termo do lay-off simplificado em Agosto, enquanto 30% deverão optar por manter o recurso ao lay-off simplificado ou recorrer ao apoio à retoma progressiva.