
Procura de talento nesta área vai aumentar mais de 20% nos próximos dois anos
A Inteligência Artificial (IA) é a área com «mais carência de talento» em Portugal revela Gabriel Coimbra, Country manager da IDC Portugal, e prevê que a procura «aumente mais de 20% ao ano até 2026».
A área que apresenta «mais carência de talento em Portugal é a área de IA (a IDC prevê que a procura por estes profissionais aumente mais de 20% ao ano até 2026), seguida pela área de análise de dados (procura está a aumentar 11% ao ano», afirma Gabriel Coimbra, que também é vice-presidente do grupo. Outra área é a da cibersegurança, cuja procura é de 10% ao ano, e desenvolvimento de ‘software’ (8% ao ano).
«Com o aumento das ameaças digitais, a procura por especialistas em cibersegurança disparou, mas a oferta de profissionais qualificados não tem acompanhado esse crescimento», aponta.
A crescente digitalização e o aumento do uso de IA e ‘big data’ «também aumentaram a necessidade de programadores e analistas de dados, áreas onde a procura excede a oferta de talentos disponíveis no mercado», sublinha o responsável.
Para Gabriel Coimbra, «a captação e retenção de talentos é um desafio crescente em Portugal», especialmente no sector das tecnologias de informação. «Na nossa opinião, existem algumas melhorias que podem ser realizadas», entre as quais a fiscalidade, programas de imigração, ensino e formação, em termos macro, elenca.
O contexto fiscal «é um factor crítico para reter os talentos nacionais e atrair talentos internacionais para Portugal», sendo que «todos os programas e benefícios fiscais que incentivem a retenção e captação de talento são bem-vindos”.
Em termos de programas de imigração, defende a continuação da aposta em programas como o «Tech Visa, que tem como objectivo garantir que quadros qualificados, especialmente da área tecnológica, estrangeiros à União Europeia, possam aceder aos empregos criados pelas empresas em Portugal de forma simplificada».
Além disso, defende que «o desenvolvimento e o investimento no sector do ensino e formação público e privada é fundamental para a qualificação e requalificação da população portuguesa, quer através do financiamento directo a instituições de ensino e formação, quer através do financiamento directo às empresas e população».
Já no que respeita a medidas micro, as empresas devem investir em formação contínua, ou seja, «em programas de desenvolvimento profissional e formação para os seus colaboradores, o que não só aumenta as competências da equipa, mas também melhora a retenção», como também «oferecer condições de trabalho flexíveis, como a possibilidade de trabalho remoto ou híbrido e horários flexíveis», o que «pode tornar as empresas mais atraentes para os talentos, principalmente, para as novas gerações», detalha.
Outras medidas passam por «assegurar que os salários e benefícios oferecidos estão alinhados com o mercado global pode ajudar a atrair talentos qualificados, promover uma cultura de inovação e um ambiente de trabalho colaborativo pode aumentar o compromisso dos colaboradores e atrair profissionais talentosos» e parcerias com instituições de ensino.
Ou seja, «colaborar com universidades e centros de formação para identificar e formar futuros talentos pode ajudar a reduzir a lacuna de competências no mercado».