Procura por profissionais no sector da Construção e Engenharia está em alta. Saiba quanto pode ganhar um director-geral

O recrutamento das empresas no sector da construção e engenharia está em alta, mas enfrenta cada vez mais o problema da escassez de pessoas. Esta é uma das conclusões da análise “Como Atrair Talento no Setor de Engineering & Manufacturing“ elaborado pela Michael Page, referente a 2022.

 

A falta de talento no sector da construção, que se tem vindo a verificar nos últimos anos, tem tendência a aumentar e a generalizar-se a todas as áreas de engenharia directamente ligadas ao sector da Construção, nomeadamente, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e Engenharia Electrotécnica.

O desafio de atrair profissionais que se faz sentir no mercado de trabalho no sector da construção e engenharia e o aumento da concorrência pelo talento, tem contribuído para importantes aumentos na remuneração salarial. Como indicação, na indústria, um director-geral pode auferir o salário máximo de 170 mil euros por ano, se trabalhar em Lisboa, e a mesma função, na mesma zona geográfica, na área da Construção, até 110 mil euros por ano.

A procura por profissionais qualificados para a área da Construção tem-se sentido, sobretudo, nas zonas urbanas de Lisboa e Porto. As profissões mais procuradas, no segmento onde a Michael Page actua, são os directores de obra, encarregados gerais, preparadores e engenheiros orçamentistas para a construção. A intenção de contratação faz-se sentir também no sector imobiliário, sendo o perfil mais procurado o de project manager.

Apesar do dinamismo no recrutamento que se faz sentir, factores como a guerra na Ucrânia, o elevado aumento dos preços dos materiais e a crescente falta de mão de obra qualificada, poderão ter impacto significativo no sector.

Também a Engenharia é uma área de forte procura por talento pelo mercado. De forma idêntica, a área de Engenharia Civil, em grande escala absorvida pelo setor de Property&Construction, tem-se mostrado resiliente, registando e mantendo níveis de actividade de recrutamento muito ativos.

A procura de engenheiros com diferentes backgrounds académicos, como mecânica, química, gestão industrial, electrotécnica, tem-se verificado sobretudo na indústria. Os perfis de Electrotecnia e áreas afectas à Energia são cada vez mais valorizados e procurados, dada a sua relevância, nomeadamente na conversão e transição energética, e no papel das energias renováveis em termos de investimento e recuperação económica para Portugal.

Num sector em que o talento é limitado, as empresas procuram profissionais com competências que acompanhem os processos operacionais tecnológicos em curso e que possam contribuir para a transformação e aumento dos resultados financeiros.

Assim, são valorizados conhecimentos de metodologias lean, como Six Sigma Black Belt, desenvolvimento de novos produtos, realização de processos e gestão de múltiplos projetos, aliados a abordagens focadas no cliente, com elevado sentido de responsabilidade e atenção ao detalhe, que se destacam, entre as qualificações mais procuradas.

Ao nível das soft skills, as empresas valorizam a capacidade de comunicação (essencial para explicar informações técnicas), liderança, pensamento criativo, capacidade de influência e resolução de problemas, essenciais tanto no sector da Construção como de Engenharia.

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