Profissionais portugueses são os que mais afirmam estar empenhados com desafios da Responsabilidade Social das Empresas

Quase 4/5 (77%) dos colaboradores em Portugal consideram-se promotores ou militantes relativamente aos desafios da Responsabilidade Social das Empresas (RSE). É o país, dos oito inquiridos no estudo, com a percentagem mais elevada (a média é de 59%). Os dados são do estudo «Corporate Social Responsibility: mobilizar, envolver e formar para aumentar o compromisso e a acção» da Cegoc.

 

Em Portugal, os três temas que mais espontaneamente são trazidos à mente dos colaboradores pela RSE são a diversidade e inclusão (44%), a ética (43%) e a qualidade de vida no trabalho (41%). A única diferença para o cômputo geral verifica-se justamente no primeiro lugar, que na média dos oito países é ocupado pelo impacto social (41%), ficando a diversidade e inclusão no quarto lugar (34%).

No posicionamento individual que cada colaborador adopta perante a RSE, Portugal ocupa lugar de vanguarda, já que 77% afirma-se promotor (73%) ou militante (4%) relativamente aos desafios da RSE.

Nenhum outro país recolheu um somatório tão elevado de posições pró-activas (Brasil com 75% e Itália com 70% foram os mais próximos). A média dos 8 é de 59%. No extremo oposto, quando são somadas as posições indiferente, cético e até detrator, o resultado global é de 41%, ao passo que o de Portugal, isoladamente, é de 23%.

O estudo mostra que a melhoria da qualidade de vida no trabalho é o principal benefício das empresas por estas assumirem compromissos de RSE apontado em comum por colaboradores e managers de RSE em Portugal, entre os colaboradores está na segunda posição (62%), para os managers é mesmo o mais importante (49%).

Estas tendências são iguais às da globalidade dos países, aliás como sucede com a primeira posição entre os colaboradores, que para Portugal e para o conjunto dos oito países é a melhoria do desempenho ambiental (64 e 58%, respectivamente). Nesta questão, cada profissional foi convidado a escolher três benefícios principais.

Quando questionados sobre quais deveriam ser as três áreas prioritárias de acção para que a sua empresa/organização assumisse um compromisso mais forte em matéria de RSE, os colaboradores em Portugal são mais favoráveis àquilo que tem impacto na sua vida quotidiana (qualidade de vida no trabalho 41%; saúde e segurança no trabalho 32%) e logo numa segunda linha o ambiente (redução do impacto ambiental 28%).

Já os managers de RSE colocam na primeira linha o ambiente (redução do impacto climático/carbónico 60%; transição energética 55%; redução do impacto ambiental 45%). Estas tendências são reproduzidas no conjunto dos países do barómetro.

O principal obstáculo à RSE, segundo os respectivos managers em Portugal, é a ausência de uma equipa dedicada à execução do programa de RSE (35%). Se contabilizada a oito, este factor é apenas o sexto mais referido, superado por cinco dificuldades que estão todas no mesmo patamar cimeiro (28%): de estabelecer indicadores de controlo; de equilibrar o curto prazo (desempenho) com o longo prazo (RSE); de avaliar o impacto das ações implementadas; de dispor de recursos financeiros específicos e, ainda, de envolver os colaboradores nas atividades de RSE.

Os colaboradores em Portugal têm uma opinião bastante dura sobre o nível de empenhamento da sua empresa (5,8 em 10), que não é acompanhada pela dos managers de RSE (7,6). Entre os 8, a discrepância é similar (6,1 vs. 8,1).

Assim, apenas 30% dos colaboradores em Portugal (33% na globalidade) acreditam que o compromisso da sua organização em matéria de RSE responde aos grandes desafios globais da actualidade.

O estudo foi realizado em Maio de 2023 junto de 3802 colaboradores internacionais (400 em Portugal) e 556 diretores ou managers internacionais de RSE, em oito países da Europa (França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália), Ásia (Singapura) e América Latina (Brasil).

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