Quais as prioridades dos trabalhadores e o que esperam da sua entidade empregadora?

O estudo Workmonitor da Randstad conclui que as prioridades dos profissionais se dividem entre estabilidade financeira e o bem-estar individual. O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal mantém-se uma prioridade para 68% dos portugueses. No entanto, as dificuldades financeiras fazem crescer as espectativas de ajuda por parte dos empregadores, concluindo que 52,2% dos inquiridos espera receber uma ajuda mensal para compensar o aumento do custo de vida.

 

Simultaneamente, os trabalhadores mais velhos vêem a idade da reforma a afastar-se, com 79,5% a afirmar que a sua situação financeira não permite uma reforma na idade pretendida.

A incerteza macroeconómica, assim como o aumento do custo de vida faz crescer as preocupações com os encargos quotidianos e os trabalhadores geram cada vez mais espectativas de ajuda por parte dos empregadores. O Workmonitor 2023 conclui que, a nível global, 41% dos profissionais gostaria de receber apoios financeiros mensais, sendo que em Portugal esta expectativa é de 34%.

Tanto a nível global (39%) como nacional (34%), os profissionais gostariam de receber um aumento fora da revisão salarial anual. No contexto português, 30,9% dos profissionais afirma receber ajuda por parte dos empregadores para fazer face ao aumento do custo de vida. Paralelamente, 52,2% dos profissionais nacionais gostaria de vir a receber ajudas mensais para compensar o aumento do custo de vida e 27,3% teria interesse em receber um subsídio de ajuda de custos nomeadamente com os preços da energia e de deslocações.

O estudo Workmonitor 2023 aponta também para uma nova preocupação crescente a estabilidade do emprego. A nível global, 52% dos profissionais sente-se preocupado com a possibilidade de perder o emprego, em Portugal esta percentagem é ligeiramente mais baixa, 48,1%.

Na hora de aceitar uma oferta profissional, 66,8% dos portugueses afirma não aceitar um emprego caso este não seja estável. No entanto, enquanto 63,8% dos portugueses receia que a incerteza económica afecte a estabilidade do seu trabalho, em termos globais a percentagem desce para perto de metade (37%).

O aumento do custo de vida sentido um pouco por todo o mundo está também a alterar as perspectivas de reforma que, cada vez mais, tendem em ser adiadas. Em termos globais, 26% dos inquiridos com mais de 55 anos pondera atrasar a idade da reforma devido à sua situação financeira e 70% diz que as preocupações financeiras os impedem de se aposentar tão cedo como gostariam.

Em Portugal, 52,3% dos participantes do estudo acredita conseguir reformar-se entre os 65 e os 69 anos. No entanto, 79,5% considera que a sua situação financeira está a impedir chegar à reformar tão cedo quanto o pretendido. A juntar a este factor, 21,8% afirma precisar manter-se empregado e atrasar idade de aposentação.

Numa perspectiva social, a pandemia abriu o precedente e a tendência transformou-se em padrão, os profissionais procuram cada vez mais a flexibilidade. O equilíbrio profissional e pessoal tornou-se uma prioridade, 68% dos portugueses afirma que não aceitaria um emprego que não permitisse um equilíbrio entre estas duas vertentes, assim como 35,2% dos inquiridos revela já ter abandonado o emprego por não o conseguir conciliar com a vida pessoal.

Em termos globais, as perspectivas são muito semelhantes, 33% dos profissionais afirma que preferia estar desempregado a estar insatisfeito com o seu trabalho e 42% dizem deixar o emprego se o empregador não tivesse em consideração as suas condições de progressão de carreira.

A par da flexibilidade laboral, os profissionais procuram um sentimento de pertença e que os valores e propósitos dos seus empregadores se alinhem com os seus. 43,6% dos inquiridos em Portugal afirma demitir-se se não se sentir integrado. A nível global a percentagem cresce para 54%, com a Geração Z a marcar a tendência (61% dos inquiridos entre os 18 e 24 anos).

Em Portugal, 40.8% dos profissionais não aceitaria um emprego que não se alinhasse com os seus valores sociais e a percentagem aumenta (87,9%) quando se questiona qual a importância e os valores dos empregadores, sendo que 33,7% dos profissionais afirma já se ter demitido por se encontrar num ambiente de trabalho tóxico.

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