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Quais são as prioridades das empresas familiares europeias?
A European Family Business e a KPMG lançaram a 5.ª edição do Barómetro Europeu de Empresas Familiares, que mede os níveis de confiança dos negócios familiares na Europa. Este ano o estudo auscultou perto de 1000 empresas familiares, de 23 países europeus, incluindo Portugal.
Os dados indicam que, apesar do lento crescimento económico e da incerteza recente no mercado europeu, as empresas familiares continuam confiantes e optimistas em relação ao futuro.
Este importante mercado – a Europa tem cerca de 14 milhões de empresas familiares que geram mais de 60 milhões de empregos no sector privado – demonstra um alto nível de confiança e de crescimento sustentável: 54% das empresas inquiridas registam um aumento no volume de negócios no ano anterior e 83% esperam um crescimento maior no próximo ano. No entanto, as disparidades entre empresas de diferentes dimensões são óbvias: entre as grandes empresas, 74% aumentaram as vendas contra 57% entre empresas de média dimensão e 47% entre as pequenas empresas.
Embora as empresas familiares estejam optimistas, ainda existem factores que dificultam o seu crescimento. As maiores preocupações estão relacionadas com a capacidade de atrair e reter talentos e com as incertezas de âmbito político.
A “batalha” por atrair talentos tem vindo a aumentar nos últimos três anos e ocupa agora o primeiro lugar nas preocupações destas empresas. Por isso, a grande maioria está preocupada com a sua capacidade de vencer na “guerra de talentos” existente, não só para recrutar os melhores quadros, como também para reter os seus talentos.
Para Vitor da Cunha Ribeirinho, partner da KPMG Portugal, «É encorajador ver que, apesar da recente turbulência no mercado europeu, as empresas familiares, incluindo as portuguesas, se sentem confiantes e optimistas, demonstrando um desempenho positivo. Os donos e gestores das empresas familiares parecem ter encontrado as chaves para o sucesso: por um lado apostam activamente nas estruturas tradicionais e na força das suas culturas, mas em paralelo estão a tomar medidas que visam aumentar a profissionalização das suas organizações».
O presidente da Associação das Empresas Familiares, Peter Vilax, refere: «As empresas familiares são um factor de estabilidade em contextos de incerteza. Estas empresas estão a fazer o que lhes compete para crescerem e gerarem emprego. Mas os responsáveis políticos europeus devem fazer a sua parte, contribuindo para que as empresas familiares tenham condições adequadas para prosperar. Colectivamente temos de assegurar que a Europa continua a ser competitiva e o melhor lugar onde investir e crescer».
Principais conclusões do Barómetro Europeu de Empresas Familiares 2016:
– Inovar e atrair talento são as prioridades das empresas familiares europeias;
– Reter e conquistar talentos e reforçar a aposta na inovação são os grandes desafios para as empresas familiares europeias;
– As empresas familiares europeias mostram-se confiantes no futuro e demonstram forte resistência a pressões externas;
– Estas empresas estão a tornar-se mais maduras e experientes, Pessoas e inovação são factores para o sucesso;
– 73% dos entrevistados destacam como prioridade os investimentos na sua estratégia empresarial; 52% tem como prioridade investir em novas tecnologias e 47% em novas contratações e formação. Ainda assim, no topo das prioridades estão os investimentos no core business da empresa;
– As empresas familiares estão, na sua maioria, a planear o seu futuro com o crescimento no topo da agenda. Independentemente da estratégia seguida – crescimento das vendas, abertura de novos mercados, entre outros – os empresários estão a tomar medidas de forma a profissionalizarem cada vez mais as suas empresas.