Quase metade dos jovens na Europa sem a necessária resposta de saúde mental

Quase metade dos jovens na União Europeia (49%) relatou necessidades de cuidados de saúde mental não satisfeitas, em comparação com 23% da população adulta, de acordo com Livro Branco sobre o Bem-Estar Mental dos Jovens na Europa, lançado pela Fundação Z Zurique.

«Actualmente, entre os jovens europeus com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos, o suicídio é a segunda principal causa de morte prematura», lê-se no Livro Branco sobre o Bem-Estar Mental dos Jovens na Europa, lançado pela Fundação Z Zurique.

A iniciativa é apresentada como um apelo para a ação dos decisores políticos, empresas Organizações Não Governamentais (ONG) e cuidadores, mas também dos próprios jovens.

«Na União Europeia, o declínio da saúde mental custa mais de 600 mil milhões de euros por ano», notam os autores do relatório divulgado, segundo os quais a saúde mental dos jovens é “pouco priorizada”.

«Apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde globais foram gastos em saúde mental em 2020, concentrando-se principalmente no tratamento em vez da prevenção e promoção», sublinha a mesma fonte.

No Livro Branco, a Fundação destaca um programa que apoia em Portugal (Por ti: Programa de Promoção de Bem-estar Mental nas Escolas), referindo que em dois anos chegou a já quase 70.000 alunos.

«O bem-estar mental dos jovens é crucial para a sociedade e vai além do tratamento de problemas à medida que estes surgem, abrangendo o desenvolvimento de uma vida plena. Inclui a literacia emocional e as competências para identificar quando se está sob stresse e para defender os próprios interesses; a resiliência para responder aos altos e baixos da vida; relações fortes e competências sociais; e a capacidade de participar e contribuir para a sociedade», sublinha-se no documento.

Segundo dados da OCDE, citados no comunicado divulgado com o Livro Branco, (“Health at a Glance: Europe 2018”), Portugal é o quinto país europeu com maior prevalência de questões de saúde mental, com uma estimativa de 18,4% da população.

«Devido às interrupções escolares provocadas pelo confinamento da COVID-19 durante dois anos lectivos e ao isolamento social a que os adolescentes e as comunidades escolares estiveram expostos, o bem-estar mental vai continuar a ser um tema extremamente crítico para Portugal», refere a Fundação.

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