Quase nove em cada dez empresas tem esta como a principal preocupação, revela inquérito da CIP. Escassez de talento surge em segundo

Quase nove em cada dez empresas portuguesas manifesta preocupação com o aumento dos custos, enquanto 40% indicam a escassez de mão de obra como principal constrangimento sentido, revela um inquérito divulgado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

 

Este é um dos resultados do 20.º inquérito realizado no âmbito do projecto “Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que contou com uma amostra de 258 empresas, das quais a maioria (45%) é do sector da indústria e energia, de outros serviços (23%) e do comércio (10%).

Os resultados divulgados indicam que «a principal preocupação manifestada por 86% das empresas é o aumento dos custos de produção, seguido pela preocupação de escassez de mão de obra referido por 40% das empresas».

Já 6% reporta o cancelamento e a redução de encomendas e 4% a impossibilidade de acesso a matérias-primas como as principais preocupações.

Segundo o inquérito, as expectativas de vendas das empresas respondentes no terceiro trimestre é positiva face ao mesmo período de 2019, com 38% a esperarem um aumento, enquanto 24% das empresas esperam uma diminuição.

Este resultado é sobretudo influenciado pela perspectiva das grandes empresas (69%) e das médias empresas, com 52% a esperar um comportamento positivo.

Já nas micro empresas regista-se «uma paridade entre empresas que esperam diminuir e empresas que esperam aumentar o seu volume de negócios (31%) no terceiro trimestre de 2022».

Das empresas que esperam aumentar as vendas no terceiro trimestre (38%), prevêem um acréscimo médio de 26% no volume de negócios, enquanto que as empresas que esperam diminuir as vendas (24%), esperam uma queda em média de 29%.

Em termos de expectativas na área dos recursos humanos, em todas as dimensões de empresas «existe uma expectativa maioritária de manutenção do número de postos de trabalho» (70%) e um maior número de empresas que espera aumentar (21%), face às que esperam diminuir (9%).

Nas grandes empresas e nas médias, a expectativa de aumento do número de postos de trabalho é superior à média nacional (31% e 30%).

Das empresas que esperam diminuir recursos humanos (9%) apontam uma redução média de 25%, enquanto que das empresas que esperam contratar, indicam um acréscimo médio de 11%.

Em termos de investimento, revelam os resultados do inquérito, «as expectativas para 2022 melhoraram ligeiramente em relação às expectativas que tinham sido registadas no início do ano».

«Neste momento, em termos médios, 31% das empresas pensa em investir mais do que em 2019. As expectativas de diminuírem os seus investimentos verifica-se essencialmente nas pequenas e nas micro com valores acima da média (25% e 24% respectivamente)», refere.

Entre as empresas que esperam diminuir investimento (23%), esperam uma queda média de 41%, contra 52% que se registava em Abril e das empresas que esperam aumentar investimento (31%), esperam um acréscimo médio de 43%, contra 37% em Abril.

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