Quer certificar-se do bem-estar da sua equipa sem ser evasivo? Estes cinco conselhos vão ser úteis

Eis como demonstrar uma curiosidade empática sobre os seus colaboradores, sem parecer bisbilhoteiro.

 

Apoiar o bem-estar dos colaboradores nem sempre é fácil. Entre confinamentos, responsabilidades familiares alteradas e notícias em constante mudança, as estratégias pré-COVID-19 não são necessariamente eficazes neste momento. Os dias de trabalho actuais podem não ser “normais”, mas podemos adaptar e aplicar novas técnicas para ajudar as equipas durante os bons e maus momentos.

Um facto positivo que a pandemia trouxe foi chamar a atenção para a saúde mental. Cada vez mais pessoas falam de temas fundamentais como stress, ansiedade, resiliência e burnout. O bem-estar completo inclui mais componentes.

De acordo com um estudo da Gallup, realizado globalmente, o bem-estar tem cinco elementos que estão interligados:

Profissional: Trabalho e outras actividades que realiza todos os dias;
Social: Ter relações fortes e amor;
Financeiro: Gestão do dinheiro;
Comunitário: Envolver-se com a sua localidade;
Físico: Manter uma boa saúde e energia para fazer as coisas.

 

Infelizmente, apenas um em 14 colaboradores nos EUA considera ter sucesso nas cinco áreas – e esta estatística foi apresentada antes da pandemia. As probabilidades são agora ainda menores de as pessoas afirmarem que têm sucesso em todas as áreas.

Os líderes nunca devem intrometer- -se na vida pessoal dos colaboradores, porém muitos não conseguem sequer estabelecer uma ligação. Num estudo global recente, quase 40% dos colaboradores revelaram que ninguém na sua organização lhes perguntou se eles estavam bem. Estes mesmos inquiridos eram 38% mais propensos do que outros a dizer que a sua saúde mental se deteriorou desde o início da pandemia.

Se não tem a certeza de como ajudar os membros da sua equipa de uma forma que pareça empática e apropriada, considere estas cinco estratégias.

 

Demonstre vulnerabilidade e autocuidado
Falar sobre as suas próprias dificuldades é essencial se quer manter um ambiente de trabalho de apoio e cuidado durante crises como a COVID-19. «Primeiro, reconheça que as pessoas estão ansiosas, vulneráveis, e desorientadas. E você também», afirma o psiquiatra Gianpiero Petriglieri. «Não se limite a fingir que as coisas são normais. Partilhe a sua experiência, convide as pessoas a partilhar as suas, e torne esse comportamento normal.»

Da mesma forma, como líder, precisa de dar o exemplo. Na minha empresa, peço aos meus colaboradores que não trabalhem à noite ou aos fins-de-semana, e faço o mesmo. Também encorajo férias regulares e asseguro-me de que promovo tempo de paragem real na nossa equipa.

 

Faça perguntas concretas (e não genéricas)
Num contexto profissional, fomos habituados a responder ao «como está?» com um robótico «bem, obrigado». A maioria das pessoas costuma responder desta maneira, independentemente de como realmente se sentem. Encorajar alguém a partilhar a verdade exige perguntas diferentes, escreve Deborah Grayson Riegel, oradora e coach de comunicação na Harvard Business Review. Por exemplo, pode perguntar uma segunda vez com um pouco de ênfase, com um «como se sente realmente?». Ou pressionar para obter outra resposta, perguntando «o que fez ontem à noite» ou «o que deseja hoje». «Pode também tentar o “dirá se e quando não estiver bem? É porque estou disponível para falar”», defende Grayson Riegle.

Absorver e mais tarde referir pormenores é outra forma de aprofundar as conversas. «O objectivo não é intrometer-se, mas sim deixar alguém saber que presta atenção e se preocupa o suficiente para dar seguimento. Se alguém quiser falar, irá indicá-lo», afirma.

 

Empenhar-se na escuta reflexiva
A maioria das pessoas pensa que são boas ouvintes, mas muitas vezes estão perdidas nos seus pensamentos enquanto os outros falam. Ou estamos ocupados a elaborar uma resposta, em vez de ouvirmos realmente as suas palavras. A escuta reflexiva significa prestar muita atenção tanto ao conteúdo como aos sentimentos que alguém partilha consigo. Pode parecer um pouco constrangedor no início, mas funciona, especialmente se for no mundo bidimensional do vídeo.

É fundamental concentrar-se completamente na outra pessoa. Ouça o que eles têm a dizer, ouça o seu tom de voz, e observe a sua linguagem corporal e os seus gestos. O mais importante, permaneça em silêncio até ao fim e resista à tentação de oferecer conselhos. A seguir, reflicta no que ouviu para garantir a sua exactidão. Faça perguntas de seguimento e só dê a sua opinião se lhe pedirem conselhos.

 

Promova dias de manutenção de saúde
Um dos pontos positivos da pandemia foi é o apelo renovado para levar a sério os sintomas de saúde física e mental. Mesmo quando estivermos livres para nos reunirmos pessoalmente, vamos deixar de nos arrastar para o escritório quando estivermos doentes, propagando assim doenças. Os dias de doença devem ser um dado adquirido.

Nesse sentido, o mesmo poderia acontecer com os “dias de não doença”, uma campanha de tempo livre lançada pela Zocdoc, que incentiva as empresas a dar às equipas pelo menos um dia de folga por ano para visitar o dentista, fazer um exame aos olhos, procurar aconselhamento, ou fazer qualquer coisa que melhore a sua saúde e bem-estar.

 

Encorajar objectivos de bem-estar
Mesmo que a sua equipa esteja bem, há sempre espaço para se sentir melhor. A maioria das pessoas estabelece objectivos profissionais; porque não estabelecer objectivos de bem-estar? Estes não devem ser gerais, como pedir a todos que andem 10 mil passos por dia. Em vez disso, os colaboradores devem escolher um objectivo pessoal, como, por exemplo, dormir mais, comer mais vegetais, ou lidar com uma tarefa financeira. Estes objectivos podem ser “públicos” ou mantidos para si próprios. Seja como for, pode apoiá-los, criando cronogramas e oferecendo recompensas a todos os que atingem os seus objectivos.

 

Fonte: Aytekin Tank, fundador da JotForm, no site da Fast Company

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