Randstad: A importância do desenvolvimento de competências

Num mundo em constante transformação, onde a evolução tecnológica, social e económica redefine continuamente o mercado de trabalho, as empresas enfrentam o desafio de se adaptarem para manter a sua relevância e competitividade.

Neste cenário, o desenvolvimento de competências através de programas de upskilling e reskilling tem-se revelado uma estratégia indispensável para acompanhar o ritmo acelerado das mudanças no ambiente empresarial.

Enquanto HR consultant da equipa de Assessment & Development da Randstad, tenho tido a oportunidade de observar como estas iniciativas podem transformar a dinâmica de uma organização. O upskilling, centrado na melhoria de competências já existentes, e o reskilling, que tem como objectivo a requalificação dos colaboradores para novos desafios, permitem às empresas responder às exigências do mercado, aumentar a produtividade e fomentar um ambiente de inovação. Ao apostarem no desenvolvimento dos seus colaboradores, as organizações promovem também a retenção de talento, um factor crucial para a sustentabilidade do crescimento.

O mercado de trabalho actual é moldado por diversas tendências que aumentam a necessidade de upskilling e reskilling. A revolução digital, marcada pela adopção da inteligência artificial, automação e tecnologias de dados, está a alterar drasticamente as funções tradicionais. Além disso, os modelos de trabalho flexíveis, como o trabalho remoto e híbrido, exigem novas competências em ferramentas digitais e na gestão de equipas distribuídas. Por fim, a transição para uma economia mais sustentável cria novas necessidades, particularmente em sectores como a energia renovável e a construção ecológica.

Na Randstad, desenvolvemos soluções personalizadas que começam pela identificação de necessidades através de diagnósticos detalhados das lacunas de competências. Trabalhamos em parceria com instituições de ensino e especialistas do mercado para garantir que estas soluções sejam adaptadas a cada organização. Estes programas têm permitido preparar as empresas e os seus colaboradores para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mundo em constante evolução.

Os sectores onde o impacto do upskilling e do reskilling é mais evidente incluem tecnologia, saúde e indústria. No sector tecnológico, a crescente necessidade de competências em cibersegurança, desenvolvimento de software e análise de dados tem sido crítica. Na saúde, avanços como a telemedicina requerem formações específicas. Já na indústria, a Indústria 4.0 está a transformar os processos produtivos, exigindo operações automatizadas e integradas.

As tecnologias emergentes são, simultaneamente, um factor que impulsiona a necessidade de requalificação e uma ferramenta poderosa para apoiar os programas de desenvolvimento. Soluções como plataformas de aprendizagem adaptativa, aplicações de realidade virtual e simuladores baseados em inteligência artificial tornam os processos de ensino mais eficazes e apelativos, proporcionando uma experiência de formação mais envolvente e personalizada.

As empresas podem avaliar a eficácia dos seus programas de upskilling e reskilling através de indicadores de produtividade, monitorizando melhorias no desempenho, analisando a retenção de talento e recolhendo feedback directo dos colaboradores. Estas métricas permitem ajustar as iniciativas, garantindo que estejam alinhadas com os objectivos organizacionais e as expectativas dos participantes.

Para garantir o sucesso destes programas, é essencial motivar os colaboradores. Estratégias como o reconhecimento e recompensas, a oferta de programas flexíveis e a promoção de uma cultura organizacional que valorize o desenvolvimento contínuo são fundamentais. Estas medidas não apenas incentivam a participação, mas também criam um ambiente mais envolvente e produtivo.

Investir no desenvolvimento de competências não só contribui para o aumento da produtividade, como também fortalece os laços entre colaboradores e organização. Oportunidades de crescimento pessoal e profissional geram um sentimento de valorização, resultando numa maior lealdade e motivação. Assim, os programas de upskilling e reskilling tornam-se ferramentas essenciais para o desenvolvimento e retenção de talento.

A promoção destas iniciativas exige uma forte colaboração entre empresas, instituições de ensino e governos. Esta sinergia permite a criação de soluções mais abrangentes e alinhadas com as necessidades reais do mercado de trabalho, promovendo uma abordagem integrada para enfrentar os desafios globais.

Apesar dos benefícios evidentes, a implementação de programas de upskilling e reskilling apresenta desafios. A resistência à mudança por parte de alguns colaboradores, a limitação de recursos financeiros, particularmente em empresas de menor dimensão, e a dificuldade em antecipar as competências futuras são alguns dos principais obstáculos. Superar estas barreiras requer uma liderança visionária e uma abordagem colaborativa.

O futuro do upskilling e do reskilling será moldado pelas transformações globais. A emergência de novas tecnologias, aliada à evolução do trabalho e à procura pela sustentabilidade, garantirá que o desenvolvimento de competências continue a ser uma prioridade para as empresas que pretendem prosperar num mercado dinâmico e competitivo. As organizações que reconhecem a importância desta tendência estarão mais bem preparadas para liderar e inovar no futuro.

» Carlota Silveira, HR consultant, Assessment & Development da Randstad

 

Este Especial sobre Upskilling e Reskilling foi publicado na edição de Fevereiro (nº. 170) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais