Rita Távora, IKEA: «Os colaboradores valorizam contextos empresariais que promovem a diferença»
Rita Távora, Country Talent Development manager da IKEA, salienta que «cada vez mais, os colaboradores valorizam contextos empresariais que aceitem e promovam a diferença. Empresas que sejam espaços de integração, aceitação e pertença».
«Dos temas do XLVIII Barómetro Human Resources, destaco dois. Primeiro, a temática da humanização da experiência dos colaboradores. Não nos podemos esquecer que quando falamos em Gestão de Pessoas, a palavra “Pessoas” vale tanto ou mais do que a palavra “Gestão”. Todos temos uma vida, todos temos um percurso, diferentes necessidades e pontos de partida. E, cada vez mais, os colaboradores valorizam contextos empresariais que aceitem e promovam essa diferença. Empresas que sejam espaços de integração, aceitação e pertença.
A diversidade e inclusão fazem parte da nossa cultura empresarial. Preparar as equipas para a interculturalidade e diversidade ajuda a abrir horizontes, a inovar e a pensar de forma diferente. Mas à medida que aprofundamos o nosso trabalho nesta área, tomamos consciência de que existe ainda um longo caminho a percorrer, e reconhecemos que existem barreiras que comprometem o acesso à igualdade de oportunidades.
Sentimos que, enquanto empresa humanística, de valores e com um propósito claro, temos a responsabilidade de liderar um movimento que promova a equidade, como uma forma de garantir que todos estamos em pé de igualdade para crescer na IKEA, de acordo com o potencial de cada um.
Sabemos que, ao promover a diversidade, teremos uma maior amplitude de talentos na nossa organização, e será uma vantagem competitiva que irá contribuir para o desenvolvimento das pessoas e do negócio.
Neste sentido, e porque ainda existem pessoas que partem de uma posição de desvantagem pelas diferentes experiências de vida, são várias as iniciativas e os programas que estamos a desenvolver neste âmbito e que nos vão permitir acelerar o movimento em prol de uma IKEA mais justa, diversa e inclusiva, e em linha com os valores fundamentais da marca, fortalecendo ainda mais a nossa cultura.
Ao mesmo tempo, esperamos que, ao fazermos este movimento dentro da empresa, possamos também contribuir para que o mesmo aconteça noutras organizações.
Acreditamos que as diferenças devem sempre ser valorizadas, porque é a singularidade de cada um que contribui para uma cultura e negócios mais fortes. E estamos totalmente comprometidos em reflectir na nossa equipa a diversidade existente na nossa sociedade.
O segundo tema é o da equidade salarial. Segundo dados do Gabinete de Estudos da União Europeia, publicados no início deste ano, Portugal é o 15.º país da União Europeia com a maior disparidade salarial de género, e cujo rácio de paridade tem vindo a aumentar há três anos consecutivos.
Temos plena consciência de que ainda há muito a fazer no âmbito da igualdade de género em Portugal, e temos procurado ser um exemplo que outras empresas e organizações possam seguir. Trabalhamos diariamente para assegurar o equilíbrio de género em todos os níveis da empresa, e temos actualmente 50% de mulheres em cargos de liderança, assegurando ainda que não há qualquer diferença salarial entre homens e mulheres com funções equivalentes.
Não podemos falar em promoção da igualdade e da inclusão e permitir que, numa mesma empresa, com funções de âmbito semelhante, o nível salarial de um colaborador seja determinado pelo seu género, pela sua etnia ou pela sua orientação sexual. Todos temos de ter as mesmas oportunidades.
Sabemos que se trata de um pequeno passo numa caminhada longa e repleta de desafios, mas temos vindo a observar uma crescente preocupação com este tema, e acreditamos que – passo a passo – a disparidade salarial entre homens e mulheres possa ser totalmente dissipada.»
Este testemunho foi publicado na edição de Agosto (nº.152) da Human Resources, no âmbito da XLVIII edição do seu Barómetro.
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