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Robots versus Humanos
Por Luís Roberto, Managing Partner da Comunicatorium
Em tempo de pandemia, a inteligência artificial continua a ser uma área em franca expansão, e a saúde não é exceção.
Dos Emirados Árabes Unidos, chega-nos a notícia que foram realizadas mais de 100 operações com recurso a cirurgiões robóticos, que ajudam os médicos no controlo de infeções durante a cirurgia.
As chamadas fábricas do futuro continuam a aumentar, recorrendo a uma nova geração de robots inteligentes, equipados com sensores de visão e de toque, com a capacidade para interagirem com os humanos. São os chamados robots colaborativos ou os cobots.
Segundo a Federação Internacional de Robótica são precisos apenas 10 minutos para programá-los, e qualquer pessoa aprende a “relacionar-se” com esta nova geração de robots, em apenas uma hora.
Os cobots, no curto prazo estarão aptos para entender os nossos clientes, vender os nossos produtos, e entrevistar candidatos, com capacidade para analisar o seu discurso e comportamentos. Imagine-se robots keynote speakers dando conferências.
Um dos temas de maior preocupação nas discussões sobre a robotização, são os impactos que a tecnologia pode ter nas atividades profissionais.
Segundo as previsões do World Economic Forum, em 2025 mais de metade do trabalho realizado em todo o mundo, vai ser feito por máquinas com inteligência artificial, prevendo o mesmo estudo que, 75 milhões de postos de trabalho possam desaparecer com a robotização, sendo no entanto compensada pela criação de 133 milhões de novos postos de trabalho.
Em Portugal, as industrias metalurgicas, automóvel e a logística, são aqueles que mais robots “empregam”, estando-se a dar largos passos a nível global, com robots a trabalharem na construção, e no sector alimentar.
E o que acontece quando estas máquinas começarem a ter a capacidade de decidir por si? Ou quando nós, humanos, confiarmos nelas para tomarem decisões? Quais as novas competências e que desafios se colocam as nós próprios, e ás empresas ?
Uma das vantagens, em minha opinião, é o facto desta revolução tecnológica estar a ser planeada, o que nos permite adaptar à nova realidade com alguma tranquilidade, com base na experiência e no conhecimento que vamos adquirindo.
Também aqui, a adaptação dos robots às diferentes realidades, levou a que um grupo de cientistas na Noruega, criasse um robot capaz de mudar a forma do próprio corpo para se adaptar a novos ambientes.
Mas estarão os cobots aptos para qualquer tipo de tarefa ? o mundo real possui variáveis que vão além da habilidade de aumentar ou diminuir o tamanho da perna, para passar sobre um obstáculo.
Durante a pandemia, por exemplo, as aulas à distância fez com que muitos pais se desdobrassem em esforços para assegurar um ensino de qualidade aos seus educandos, e essa é uma área na qual acredito que o toque humano é verdadeiramente insubstituível.
Falar hoje de inteligência artificial e de todo o potencial tecnológico colocado ao serviço das empresas, significa também sermos capazes de trazer a dimensão ética para a mesa, a importância da nossa humanidade, as implicações legais e morais.
E não nos esqueçamos do respeito pela dignidade humana, pela igualdade e justiça, do propósito, do brand engagement, dos embaixadores da marca, das equipas motivadas e ganhadoras, da gestão de talentos, do work-life balance, da responsabilidade corporativa, e no limite, trazer de volta a conversa sobre nós, humanos.
A disseminação da robotização é uma realidade inevitável, pelo que uma boa preparação e aceitação são fundamentais para o sucesso desta tendência.