Rock in Rio quer plantar esperança

O Amazonia Live, que se realiza dia 27 de Agosto em pleno Rio Negro, tem como objectivo envolver a população mundial no combate urgente às alterações climáticas.

 

O projecto foi lançado pelo Rock in Rio em Abril deste ano e pretende alertar para a importância do consumo consciente dos recursos naturais do planeta e de todos sermos agentes activos no combate às alterações climáticas através da mudança de comportamento.

O espectáculo, que é descrito como único e inovador, terá lugar num palco flutuante em Rio Negro (Manaus, Amazónia) com as mesmas dimensões do Palco Mundo do Rock in Rio. Vai contar com a participação de Plácido Domingo, acompanhado pela Orquestra Sinfónica Brasileira, e terá ainda participações especiais do guitarrista Andreas Kisser e da artista Ivete Sangalo.
No local, o momento poderá ser acompanhado apenas por 200 convidados, mas será transmitido para o mundo inteiro através de live streaming. Entre os convidados estão as embaixadoras portuguesas do projecto, Cláudia Viera e Rita Pereira, e ainda Samuel Rosa, Lenine, Christiane Torloni, Marcos Frota, entre outros.

No dia do concerto será também lançada uma campanha de mobilização com o mote “Mais do que Árvores, Vamos Plantar Esperança”. Aquando do lançamento do projeto, o Rock in Rio garantiu a plantação de um milhão de árvores, sendo o objectivo angariar mais dois milhões.
O Banco Nacional fez uma doação de 1 milhão de árvores, a Universidade Estácio de Sá garantiu 100 mil e o leilão de guitarras realizado na edição de Lisboa 2016 conquistou o valor equivalente à plantação de 40 mil árvores. Além deste número, a Conservação Internacional (CI) anunciou a doação de mais 750 mil árvores. Com isto, o Rock in Rio já conseguiu angariar 2,89 milhões de árvores e aumenta, assim, a sua meta para 4 milhões, apelando à população para aderir à causa.

«Com esta ação queremos chamar a atenção do mundo inteiro para um problema urgente e mostrar que é possível plantar, sobretudo, esperança», refere Roberto Medina, Presidente e Fundador do Rock in Rio. «Para se ter uma ideia da importância desta iniciativa, segundo dados do ISA, uma floresta com três milhões de árvores transpira, a cada dia, cerca de 48 milhões de litros de água. Outro dado importante e que merece a nossa atenção é o facto de a Amazónia ter 20% de toda a água doce do planeta e isso não se pode perder», acrescenta o presidente.

A região da Amazónia, apelidada de “pulmão do mundo”, é, de facto, estratégica no equilíbrio climático do planeta, uma vez que abriga a mais importante reserva de biodiversidade do mundo, tendo por isso um papel fundamental na redução do impacto do aquecimento global. Segundo dados da Rede Amazónica de Informação Socio-ambiental Georreferenciada (Raisg), entre 1500 e 1977 cerca de 4,7% da região foi desflorestada e só nos últimos 36 anos, esse número subiu para 18%.

Em Portugal
Através do projeto Amazonia Live, o Rock in Rio e os seus parceiros visam, assim, restaurar as áreas desflorestadas nas cabeceiras e nas nascentes do Rio Xingu, como forma de combater a desflorestação que tanto afecta o clima e o equilíbrio das chuvas. Pela influência que a região Amazónica tem no mundo, e sendo uma campanha que visa mobilizar a população para um problema global, a organização ambiental Quercus também abraçou este projeto e, em Portugal, é um dos elementos mobilizadores, tendo também a responsabilidade da validação técnica do processo.

Para João Branco, presidente da Quercus, «a dimensão e importância socio-ambiental deste projeto é inquestionável. A Quercus abraça esta causa e quer ser um agente activo na sensibilização da população mundial e, mais especificamente, nacional, reforçando o apelo para que as pessoas mudem pequenas acções do seu dia-a-dia mas que poderão fazer toda a diferença no impacto ambiental em todo o mundo», sublinha.

Todos os interessados em juntar-se a esta causa poderão aceder à plataforma eSolidar ou através do site do evento e contribuir para o projecto através da doação de árvores.

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