Sabe o que é o “career catfishing”? Está a dificultar os esforços de recrutamento das empresas

Quando os colaboradores sentem lealdade para com o seu empregador, estão presentes e trabalham arduamente. Quando isso não acontece, pode ser mau para o negócio, alerta o EBN.

 

Os colaboradores têm protestado contra o que consideram ser tratamento inadequado e arranjos desnecessários de trabalho presencial por parte dos seus empregadores, com tendências como “quiet quitting” e “coffee badging”, em que os colaboradores estão no escritório apenas para “picar o ponto” e socializar e depois regressam a casa para trabalhar. A juntar a isto está o “career catfishing”, ou seja, quando um candidato aceita uma vaga, mas não aparece, o que representa uma perda de tempo e voltar à estaca zero.

Estes comportamentos evasivos apontam para problemas mais vastos no local de trabalho: uma pesquisa sobre trabalho híbrido da Owl Labs descobriu que, à medida que mais pessoas são chamadas de volta ao escritório, os níveis de stress aumentam e a motivação diminui: 43% dos inquiridos relataram um aumento do stress, e 20% disseram que não fizeram mais do que as tarefas descritas nas suas funções. Muitos estão a tornar públicas as suas frustrações, com 34% a admitir criticar o seu trabalho ou empregador nas redes sociais. Este número subiu para 48% entre a Geração Z.

Contudo, os empregadores podem fazer muito para evitar ou reverter estas preocupações, começando por um processo de contratação bem elaborado, diz Frank Weishaupt, CEO da Owl Labs. E recomenda que se estabeleça logo de início um sentimento de pertença, apresentando os candidatos aos colegas da empresa, e lembra que a melhor experiência de entrevista que já teve foi aquela em que todo o processo foi descrito desde o início e houve um propósito claro para cada etapa.

«Não era apenas este carrossel interminável de pessoas a tentar descobrir se eu era ou não a pessoa certa, [que é] o que os colaboradores estão a passar neste momento», diz. «Se está a ser chamado por uma empresa para falar sobre uma função, e esta estiver a descrever e a seguir o processo, e lhe derem uma expectativa de prazos, obviamente não vai deixar de aparecer para trabalhar na segunda-feira.»

Frank Weishaupt partilha dicas sobre como os empregadores podem construir uma cultura de respeito, valor e apoio que mantenha os colaboradores felizes e envolvidos durante toda a experiência.

 

Incentive a comunicação aberta e o sentimento de pertença

Os colaboradores devem sentir-se envolvidos com a empresa, e isso é reforçado quando sabem que as suas opiniões são importantes. Os líderes devem estabelecer uma política de porta aberta com os colaboradores e incentivar o feedback, mesmo em momentos críticos.

Quando os trabalhadores sentem que podem recorrer a um líder para expressar as suas preocupações, é menos provável que levem as suas queixas para outros canais, como as redes sociais. Isto beneficia o empregador, mas também os trabalhadores, uma vez que vários estudos mostram que 60-70% dos empregadores verificam os perfis das redes sociais dos candidatos a emprego e podem recuar perante um discurso sobre uma experiência de trabalho anterior.

«Considero todos [os colaboradores] como donos da empresa e quero que venham trabalhar com essa expectativa. Se tiver esta mentalidade, vai pensar de forma diferente sobre a forma como está disposto a utilizar plataformas externas para falar sobre a sua empresa.»

 

Disponibilize um plano de carreira a longo prazo

A pesquisa da Owl Labs descobriu que 50% dos colaboradores estão preocupados com a falta de progressão na carreira na empresa actual, e 21% sentem falta de engagement devido à ausência de oportunidades de crescimento.

Além de conectar os candidatos com os actuais colaboradores, Weishaupt aconselha os empregadores a fazê-lo com antigos colaboradores que possam partilhar como a experiência na empresa os ajudou a avançar para o próximo nível nas suas carreiras.

«Imagine como seria incrível mostrar que a sua mentalidade é tentar trabalhar para a melhoria dos colaboradores — das suas vidas, das suas paixões e dos seus objectivos de carreira. O candidato que estiver indeciso entre duas empresas e tiver uma destas conversas, é fácil descobrir em qual delas vai querer trabalhar.»

 

Mantenha os ex-colaboradores envolvidos

Ter programas como uma rede de antigos alunos é uma excelente forma de manter os antigos colaboradores ligados à empresa e entre si, o que ajuda a sustentar sentimentos positivos em relação ao empregador, diz Weishaupt.

«As pessoas vão embora por uma razão ou por outra, e isso é normal. Adoro ter uma rede de antigos alunos onde temos a oportunidade de continuar esta conversa, porque os contributos são importantes. Seja qual for o futuro da Owl Labs, daqui a dois, cinco, 10 anos, haverá pessoas ao longo do caminho que fizeram contributos incríveis para esta empresa.»

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