Sabe quanto subiu o salário médio dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal em dez anos? Descubra também quais as profissões mais (e menos) bem pagas

Os trabalhadores por conta de outrem ganhavam, em 2021, descontando o efeito da inflação, em média, 1294 euros, apenas 118 euros a mais do que dez anos antes, de acordo com dados divulgados pela Pordata.

 

Num comunicado, a entidade revelou que, «em 2021, os trabalhadores por conta de outrem em empresas ganhavam, em média, 1294 euros», ilíquidos, o que, face a 2011, «é um aumento de 210 euros que, descontado o efeito da inflação, é apenas de 118 euros», indicou.

De acordo com a Pordata, «no que toca aos grandes grupos profissionais», alguns «auferem salários acima da média nacional», com destaque para os «representantes do poder legislativo e de órgãos executivos (+1483 euros)», as «profissões intelectuais e científicas (+701 euros)», os «técnicos de nível intermédio (+314 euros), entre os quais se verifica uma excepção: os técnicos e profissionais de nível intermédio da saúde auferem menos 108 euros do que a média nacional», realçou.

A Pordata detalhou ainda que, dentro destes três grupos mencionados, «as profissões mais bem pagas dizem respeito a cargos de gestão ou direcção», como «representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes superiores da Administração Pública, directores e gestores de empresas (ganhavam, em média, 3577 euros); os directores de serviços administrativos e comerciais (3091 euros); os directores de produção e de serviços especializados (2826 euros); e os técnicos dos serviços jurídicos, sociais, desportivos e culturais (2331 euros)».

Também as profissões das áreas CTEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) «se situam entre as mais bem pagas, com remunerações acima dos 1850 euros», indicou a Pordata.

Neste grupo incluem-se «especialistas em tecnologias de informação e comunicação (TIC) (2198 euros)», em «finanças, contabilidade, organização administrativa, relações-públicas e comerciais (2111 euros)», em «ciências físicas, matemáticas, engenharias (2019 euros)» e «profissionais de saúde (1869 euros)».

Por outro lado, no que diz respeito às profissões mais mal pagas «são as de assistente na preparação de refeições (761 euros), trabalhador de limpeza (791 euros) e trabalhador dos cuidados pessoais (818 euros)», indicou.

A Pordata analisou ainda a desigualdade salarial entre homens e mulheres, concluindo que o maior fosso se encontra «entre os técnicos de nível intermédio dos serviços jurídicos, sociais, desportivos, culturais (os homens ganham, em média, mais 2409 euros)».

Entre as áreas com maior fosso entre homens e mulheres estão ainda representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes superiores da Administração Pública, directores e gestores de empresas, em que «os homens ganham, em média, mais 1070 euros do que as mulheres», indicou.

No que diz respeito aos sectores económicos mais bem remunerados, segundo a Pordata, «são o da electricidade, gás e água (auferiam, em média, mais 1672 euros do que a média nacional) e as actividades financeiras e de seguros (+1080 euros)», enquanto, por oposição, «o sector do alojamento e restauração e o da agricultura são os menos bem pagos (-380 euros e -283 euros face à média nacional)».

A organização deu ainda conta de que «os sectores económicos que mais geraram riqueza (VAB – Valor Acrescentado Bruto), em 2020, são também aqueles onde os salários médios dos trabalhadores estavam abaixo da média nacional».

A Pordata deu os exemplos da indústria transformadora, que «gerou 13,8% do VAB, com destaque para as indústrias alimentar e têxtil» e «onde os salários médios são 121 euros e 340 euros inferiores à média nacional», bem como das «actividades imobiliárias e o comércio (13,4% e 13,1% do VAB), a administração pública e a saúde (7,4% e 7% do VAB)», salientando que «na saúde, a diferença face à média nacional é de -145 euros».

No entanto, indicou, as maiores diferenças face à média nacional «encontram-se no alojamento e restauração (-380 euros, com um VAB de 3,6%), na agricultura (-283 euros, com um VAB de 2,5%) e nas actividades administrativas e serviços de apoio (-208 euros, com um VAB de 3,8%)».

Ler Mais