Salários dinâmicos. Está a ser uma prioridade em muitas empresas

A captação e retenção de talentos, em particular aqueles que têm competências digitais, continua a ser um dos principais desafios que as empresas enfrentam em termos de recursos humanos, de acordo com a apresentação da WTW no lançamento do seu survey de “Remunerações e Benefícios 2022 – Todos os sectores – Portugal”.

 

Sandra Bento, associate director, Data Services na WTW, começou a sessão com uma apresentação sobre as principais tendências para 2022 no que respeita às remunerações e benefícios para o mercado em geral, destacando as prioridades, áreas estratégicas e desafios que as empresas enfrentam na planificação remuneratória e no desenho de benefícios.

A responsável da WTW indicou, também, os principais desafios que as empresas enfrentam actualmente, afirmando que o mais comum é a atracção e retenção de talentos que tenham competências digitais (78%). As dificuldades com as funções comerciais (48%), com os colaboradores com salários fixos (56%) e os pagos à hora (38%), são outras das dificuldades dos empregadores na planificação de remunerações e desenho de benefícios.

No que respeita à categoria Work and Rewards, a responsável referiu que as prioridades das empresas passam por uma abordagem dinâmica da remuneração, quer ao nível de funções, quer do benchmarking do mercado; e à guerra de talentos a que se assiste no mercado, estando em curso uma transformação em termos das próprias funções e da competitividade pelo talento e competências, sobretudo ao nível do digital. Nesta área, Sandra Bento salientou que a «remuneração por competências está a ganhar outra relevância».

As empresas estão, também, a priorizar o uso da tecnologia para simplificar processos de remuneração e, os critérios de ESG – Environmental, Social & Governance, como a diversidade, equidade e inclusão; e o regresso ao trabalho, onde os empregadores se debatem com o desafio de compreender o impacto da pandemia no trabalho a curto, médio e longo prazo. Neste regresso pós-pandémico, destacou Sandra Bento, as empresas procuram a melhor forma de proporcionar ao colaborador um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e a introdução de novas formas de trabalho, como os modelos híbridos ou full remote.

Em termos das áreas estratégias em que as empresas pretendem actuar no que se refere a Works and Rewards, Sandra Bento destacou as três principais: a optimização do trabalho e desenho das funções (50%); a remuneração total, onde se inclui a parte financeira, os benefícios e o próprio ambiente de trabalho (80%); e como é que são definidas as atuais e as novas carreiras (90%).

Os dados dos surveys de Remunerações Benefícios da WTW proporcionam dados importantes para as empresas serem competitivas no mercado dos dias de hoje, concluiu Sandra Bento, destacando, a título de exemplo, a informação por sector, grupos de empresas comparáveis, por função e níveis de responsabilidade e até por diferentes tipos de carreira, conforme se trate de carreiras de gestão e/ou contributo individual.

Por sua vez, Nuno Arruda, do Executive Board Portugal da WTW, sublinhou a “complexidade” que é gerir pessoas nos dias de hoje, algo que sempre aconteceu, mas que a competição pelo talento elevou a um novo patamar. Acrescem as dificuldades em encontrar a melhor «forma de remunerar as pessoas com interesses e preocupações diferentes, em estágios de vida diferentes, e a dificuldade de adaptação a novas formas de trabalho». Questões que reforçam a importância de as empresas terem dados e informações sobre os seus pares e o mercado, para que possam tomar as melhores decisões, afirmou Nuno Arruda.

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