Salários no sector tecnológico estabilizaram em 2023

Se 2022 trouxe um aumento significativo nos salários dos perfis tecnológicos, 2023 foi um ano de estabilização do mercado com crescimento moderado na maioria das áreas. Quem o diz é o estudo salarial para perfis no sector das Tecnologias da Damia Group Portugal, consultora especializada em recrutamento de perfis de tecnologia em Portugal, em colaboração com a Coverflex. 

 

Estabilização essa, muitas das vezes suportada por questões da lei da “procura oferta” e de uma maior disponibilidade de profissionais no mercado devido aos lay-offs recentes nas Tecnológicas.

O estudo mostra que houve um aumento da procura por parte de empresas com projectos de Inteligência Artificial e Machine Learning e consequentemente por software developers na tecnologia Python por ser uma tecnologia que é parte integrante destes domínios.

E menor procura de Software developers na especialidade de Frontend mantendose, contudo, neste campo a hegemonia do reinado da tecnologia React, sendo que todas elas não apresentam discrepâncias salariais neste domínio.

O mesmo estudo indica que em 2023 observou-se um movimento de regresso ao escritório, com várias empresas a optarem por políticas de trabalho presencial ou híbrido.

Dentro das opções de trabalho híbrido, observou-se também a divisão entre hibrido com algum grau de flexibilidade e hibrído com dias de obrigatoriedade de presença em escritório. A preferência manifestada pelos candidatos inquiridos no estudo recaí numa política de trabalho hibrido flexivel, com possibilidade do colaborador decidir quando e com que frequência irá trabalhar através do escritório.

No polo oposto, o trabalho 100% remoto perdeu algum peso em 2023, não só a nível de oferta como de procura. Houve menos empresas a recrutar em regime “full-remote”, bem como, um menor maior de candidatos a manifestarem a preferência por regimes onde, com independência da frequência, exista um escritório onde se possam deslocar para o desempenho das suas funções.

Por último, constatou-se igualmente que empresas cuja política de trabalho assenta num regime presencial na sua totalidade ou com um número de dias pré-definido, em que o colaborador se deve deslocar ao escritório, sentiram maiores dificuldades na captação de talento.

O estudo revela ainda que o modelo de trabalho remoto vs in-office: em 2023 sentiu-se um movimento de “back to the office” por parte das empresas, mas que não traduz na sua totalidade a preferência dos candidatos de perfil tecnológico.

Em pólos opostos, há também alguma reticência do mercado a oportunidades exclusivamente full-remote (onde não existe um escritório), por norma, representarem empresas como menor exposição/solidez (num contexto de layoffs as startups serão por norma menos apetecíveis. A preferência de grande parte da sample pool acaba por recair por soluções híbridas e flexíveis numa óptica em que lhes é dada autonomia na escolha de quando e quão frequentemente se deslocam ao escritório.

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