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Saúde Mental e Wellbeing na linha das prioridades nas empresas
As empresas que investem na saúde e no bem-estar dos seus colaboradores são mais conscientes, com maior probabilidade de reter e fidelizar, prevenir ausências por doença, melhorar a produtividade e o ambiente geral de trabalho.
Por Natália Bernardo, Associate director – Health & Benefits da WTW
“Mental Health & Well-Being becomes a Global Priority for all” é o tema central do Dia Mundial da Saúde Mental de 2022, definido pela World Federation for Mental Health.
Todos os dias são dias da Saúde Mental, mas o facto de se eleger um dia permite acentuar e contribuir para uma maior consciencialização e sensibilização para o estigma e a discriminação associados.
De acordo com a OMS, a pandemia fez aumentar as condições que levam à depressão em mais de 25% e, neste contexto pós-pandémico, as empresas estão a aprender a lidar com os seus efeitos e esta nova realidade dita que este é um momento determinante para as empresas agirem.
A forma como a sua organização dá prioridade a este tema pode determinar a diferença entre colaboradores que se sentem seguros e apoiados ou estigmatizados e receosos enquanto sofrem em silêncio. O estigma existente sobre a saúde mental, afecta o próprio, mas também o negócio, criando desafios à gestão.
Ao investir na redução do estigma, as organizações transmitem uma mensagem que favorece uma cultura de maior aceitação e trabalham para uma vantagem competitiva de longo prazo, promovendo o bem-estar e, consequentemente, a retenção e produtividade dos colaboradores e das equipas.
Mas, que práticas podem as empresas adoptar para reduzir este estigma?
Existem algumas medidas, reflectidas no artigo da WTW “9 ways employers can combat the stigma of mental health issues”, que podem e devem ser implementadas para ajudar a combater o estigma das doenças de foro mental, como sejam adoptar uma abordagem holística para criar uma cultura amiga da saúde mensal, ouvir os colaboradores, conduzir regularmente formação para as lideranças em saúde mental, proporcionar educação para minimizar o estigma e o preconceito, envolver os líderes num diálogo aberto, ligar as práticas e políticas organizacionais à cultura da sua organização, utilizar comunicações e linguagem inclusivas, proporcionar empatia, apoio e compaixão e, não menos importante, avaliar o design e preferências do local de trabalho.
Também, da mesma forma que promovemos a capacidade de resolver problemas, comunicar, ter relações interpessoais positivas, resolver conflitos e liderar através do treino de colegas e formação formal, o bem-estar deve ser tratado como uma competência, que pode ser melhorada através de programas de formação e desenvolvimento.
É também crucial que os líderes valorizem o bem-estar, tanto quanto as competências técnicas, e é sua responsabilidade modelar um comportamento positivo adaptado, e dar prioridade a acções alinhadas. Ao falar de bem-estar e acompanhá-lo com acções, os líderes têm a oportunidade de eliminar uma cultura em que o trabalho deve estar antes das necessidades pessoais e, passar a capacitar os colaboradores para investirem em si mesmos, de forma a estarem no seu melhor para si, para os outros e para a organização.
Mas, que acções facilitadoras do bem-estar pode a organização adoptar? A psicóloga Fernanda Moura, com prática em organizações como Coach e Consultora, descreve algumas possíveis acções, muitas já implementadas com resultados eficazes e positivos muito evidentes:
- Coaching para líderes e/ou outros níveis na organização.
- Programa de suporte psicológico consistente que inclua consultas financiadas
- Formação em mindfulness e prática activa no local de trabalho ou fora dele (ioga, relaxamento, meditação)
- Formação em comunicação não-violenta
- Incentivar a prática de exercício físico criando espaço próprio ou financiando adesão a ginásios, clubes, etc, ou mesmo premiar a adopção de comportamentos saudáveis
- Programas de team-building em pequenas ou macro equipas
As empresas que investem na saúde e no bem-estar dos seus colaboradores são mais conscientes, com maior probabilidade de reter e fidelizar, prevenir ausências por doença, melhorar a produtividade e o ambiente geral de trabalho.
A compreensão, priorização e planeamento da saúde mental dos trabalhadores deve, pois, fazer parte da estratégia das empresas.
Uma abordagem holística do bem-estar será ainda fundamental, assim como reconhecer a individualidade das necessidades, possibilitando a escolha por parte do colaborador do que melhor o serve. Em termos práticos, a empresa proporciona os meios e cada um recorrerá a um conjunto diferente de práticas e experiências que lhe propiciem a sensação positiva de bem-estar.
Wellbeing é e será uma prioridade vital nas empresas do século XXI. As organizações devem tratar o bem-estar como uma habilidade tangível, uma contribuição crítica da empresa e um resultado mensurável.
Pela saúde mental!