Se quer equilibrar as suas contas em 2024, então adopte a regra 50/30/20

É fundamental aprender a realizar um orçamento mensal familiar, de modo a preparar o futuro da melhor forma. Uma gestão adequada do orçamento só se consegue com uma gestão sensata e racional dos valores que entram e saem. A pensar nesse tema, o idealista preparou um conjunto de passos a seguir.

 

Uma estratégia bem definida permite conquistar determinados objectivos, além de enfrentar alguns imprevistos indesejados (como desemprego, doença, outros).

 

Como elaborar um orçamento familiar?

Elaborar o orçamento familiar permite planear como se pretende gerir o dinheiro de que se dispõe. O orçamento faz-se tendo uma base mensal, numa programação anual ou numa base plurianual, isto é, tendo como referência vários anos.

Na elaboração do orçamento, deve começar-se por avaliar a situação financeira. O objectivo do orçamento familiar deve ser o de equilibrar o orçamento, quando se conclui que as despesas são, à partida, superiores aos rendimentos.

A elaboração do orçamento deve ser uma tarefa partilhada com a família, pelo menos com os elementos do agregado familiar que possam contribuir com um comportamento mais responsável, que promova a poupança. É importante que todos se comprometam a contribuir para alcançar dos objectivos definidos.

 

Identificar os ganhos e gastos

Para elaborar o seu orçamento mensal familiar, é imprescindível fazer uma identificação rigorosa, não apenas de todas as despesas, mas também de todos os rendimentos.

Como os rendimentos correspondem ao dinheiro que a família recebe e as despesas correspondem aos pagamentos que há a realizar, basta subtrair as despesas aos rendimentos para se obter o saldo, revelando-se assim a saúde da situação financeira.

 

Identificar as despesas

Na realização do orçamento familiar, as despesas devem ser todas identificadas, umas  como necessárias, outras como supérfluas. Entre as despesas do agregado familiar, também se devem classificar as despesas como fixas ou variáveis, sejam elas necessárias ou supérfluas, distinguindo-se entre si pelo seu grau de flexibilidade.

  • Despesas necessárias: pagamento de bens e serviços considerados essenciais, como a alimentação, o vestuário, a habitaçãoou as despesas com a saúde e a educação;
  • Despesas supérfluas: estas despesas correspondem ao pagamento de bens e de serviços destinados à satisfação de desejos, nomeadamente vestuário ou calçado;
  • Despesas fixas: estas despesas representam um montante que não pode ser alterado a breve prazo, porque não depende do nosso consumo. Estas despesas tanto podem ser absolutamente fixas, como podem sofrer ligeiras alterações ao longo do tempo, como acontece com a renda de uma casa alugada ou com a prestação de um crédito à habitação, por exemplo;
  • Despesas variáveis: estas despesas podem ser alteradas, reduzidas ou eliminadas. Elas dependem do consumo mensal. Parte destas despesas apenas se pode reduzir até um certo limite. Podemos reduzir os gastos com a alimentação, a água e a ecletricidade, mas terá sempre que haver gastos.

A dimensão do agregado familiar contribui para o nível de encargos. As preferências individuais e familiares são outros factores que estão ligados a estas despesas.

Identificar as dívidas

O crédito é uma tentação que permite que uma família possa adquirir bens de elevado valor. Apesar dos encargos que implicam, os créditos são uma solução para muitas pessoas obterem algo com valor que seria inacessível sem essa possibilidade, como acontece com a compra de uma casa, por exemplo.

Contudo, as prestações associadas ao crédito constituem um tipo de despesa fixa significativa no orçamento. Trata-se de um valor com impacto no esforço financeiro mensal de uma família.

Por isso, há a considerar a possibilidade de renegociar o crédito. Pode ainda optar por ter um crédito consolidado. Esta solução permite conjugar as prestações mensais de dois ou mais créditos num só. Desta forma, em vez de pagar diversas mensalidades, só paga uma mensalidade, o que contribuirá para uma poupança mensal significativa.

 

Identificar os rendimentos

Os rendimentos a ter em conta num orçamento mensal dependem da situação laboral dos membros do agregado familiar e do seu respectivo património. Há diferentes situações que podem apresentar maior ou menor estabilidade financeira, maior ou menor conforto.

  • Os trabalhadores por conta própria têm nas receitas da sua actividade profissional a sua principal fonte de rendimento.
  • Já os trabalhadores por conta de outrem têm no seu salário a componente mais importante do seu rendimento, apesar de poderem ainda receber prémios ou bónus anuais.
  • Os desempregados podem ter acesso ao subsídio de desemprego como fonte de subsistência.
  • Outros valores a ter em conta em alguns agregados familiares são os abonos de família, um valor que se recebe em função do número de filhos e dos rendimentos do agregado.
  • Há ainda a destacar os trabalhadores reformados, que têm uma pensão de reforma ou deinvalidez, que permite adicionar esse valor à lista de rendimentos.
  • No orçamento familiar podem também existir outras fontes de rendimentos, como aplicações financeiras que se tenham realizado ou rendimentos associados ao património. Neste caso, tanto valem os juros das aplicações financeiras, como as rendas recebidas pelo arrendamento de imóveis.

 

Como poupar dinheiro com a regra 50/30/20?

A regra 50/30/20 é uma das formas de gestão financeira mais popular. Amélia Warren Tyagi e Elizabeth Warren (a sua mãe) trabalharam em conjunto nesta estratégia que se encontra presente na obra “All Your Worth: The Ultimate Lifetime Money Plan” (2005) que se tornou um best-seller. Mas, então, em que consiste a regra 50/30/20?

Esta forma de gerir o orçamento mensal familiar é bastante eficaz e intuitiva e permite fazer face às suas necessidades actuais, dando também importância ao concretizar de objectivos futuros, sem deixar de desfrutar do que a vida tem para oferecer.

Para gerir o orçamento de uma forma simples e prática, é importante encontrar um equilíbrio financeiro. Segundo a autora Elizabeth Warren, o rendimento líquido deve ser distribuído por três categorias. O método está dividido nas seguintes três percentagens: uma proporção de 50/30/20.

O plano de gestão financeira da regra 50/30/20 tem este nome, porque propõe uma divisão da seguinte forma:

  • 50% para necessidades;
  • 30% para desejos;
  • 20% para poupanças e amortização de dívidas.

Este plano tem a vantagem de ser bastante simples de entender e de aplicar.

Passo 1: 50% para as necessidades

Nesta parte do orçamento devem ser incluídos os compromissos financeiros e todos os gastos considerados essenciais para a sobrevivência, bem como as despesas regulares imprescindíveis, tais como: a renda ou o crédito à habitação, o crédito automóvel, os seguros, a alimentação, a electricidade, o gás, a água e as telecomunicações.

Passo 2: 30% para os desejos pessoais

Nesta parte, são consideradas todas as despesas que não são fundamentais. Contudo, tratam-se de despesas que ajudam a assegurar o bem-estar no imediato. Por isso, na lista de desejos pessoais estão diferentes tipos de gastos, tais como: refeições fora de casa, em restaurantes, compra de roupa e calçado, investimento em actividades culturais, como subscrições mensais, entre outras despesas. Estas despesasnão são essenciais para a nossa sobrevivência, mas visam tornar a vida mais agradável.

Num momento financeiro difícil, pode haver a tentação de tentar eliminar esta parte em prol das outras duas categorias, o que é compreensível até certo ponto. Porém, a insatisfação poderá não ser sustentável a longo prazo.

Passo 3: 20% para objectivos financeiros: poupanças e amortização de dívidas

Esta pequena parte dos rendimentos é bastante estratégica. Ela deve ser alocada para poupanças e investimentos, por exemplo, embora também possa ser utilizada para o pagamento de créditos.

Um uso possível desta percentagem é destinar este valor para alimentar o fundo de emergência. Outra opção consiste em usar parte deste valor para uma poupança para a reforma. 

Pode destinar este valor a outro tipo de investimentos e usá-lo para a concretização de objectivos como, por exemplo, ir de férias ou comprar um carro.

 

Como aplicar a regra 50/30/20 já hoje?

O primeiro passo a dar é calcular as despesas existentes. Posteriormente, deve classificar as despesas na categoria adequada. Para conceder maior objectividade ao seu orçamento real, pode basear-se nos extratos bancários.

É normal constatar que as despesas actuais não se enquadram nos princípios da regra 50/30/20. A soma total das despesas pode estar acima ou abaixo dos seus rendimentos.

Esta é uma situação que irá corrigindo com o tempo. Agora é o momento de organizar as suas finanças. Se já conseguiu organizar as finanças de forma satisfatória, melhor. Contudo, pode ainda ser necessário criar um plano para reduzir despesas.

Após aplicar a regra 50/30/20, poderá recorrer a ferramentas que facilitem o automatizar desta forma de gestão. Pode escolher uma das diversas aplicações que lhe permitem manter este método em constante funcionamento.

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