Será que o número 66 é importante para os CEOs? Sim, é. E para um treinador de futebol também. Saiba porquê

Sim. Para um gestor de pessoas e de equipas e, para todos nós, individualmente. São precisos, em média, 66 dias para criar uma rotina, um hábito. É a ciência que o diz.

Por Filipa Pimenta & Ivone Patrão, psicólogas, investigadoras, psicoterapeutas e autoras do Livro “Dê o Salto: 10 desafios para ser feliz e produtivo”, da Editora Pactor.

 

Ao repetirmos um comportamento várias vezes, se isso nos traz boas sensações e conquistas reforçadoras da nossa autoeficácia, será meio caminho andado para continuarmos a repetir esse comportamento e para o registarmos no nosso repertório de rotinas e hábitos. A nossa percepção de bem-estar e de que somos capazes aumentam. Daqui o que se retire é que será sempre importante identificar as necessidades de mudança ou de implementação de novos comportamentos, analisar as motivações associadas, e percepcionar os possíveis ganhos ao longo de todo o processo.

Podemos pensar, por um lado, em comportamentos de forma individual, centrados no bem-estar de cada um, como por exemplo, a mudança de hábitos alimentares, de sono, ou de actividade física e social. Ou, por outro lado, podemos pensar no desenvolvimento de hábitos promotores de satisfação no local de trabalho, associados a uma melhor comunicação, relação interpessoal e performance.

Já sabemos que pessoas mais felizes produzem mais e melhor, e sentem-se bem nesse duplo desafio. Então será necessário um olhar atento para vários aspectos desse processo. A implementação de rotinas e hábitos que melhorem a comunicação, as relações e que tenham por base uma visão partilhada por todos, constitui-se um desses aspectos a ter em conta.

O que precisa de mudar? O que precisa de implementar de novo? De quem é a necessidade? É sua, é de todos? Estão todos motivados para a mudança ou implementação de algo novo?

Como um arquitecto, para a implementação de um projecto, precisamos de seguir várias etapas até chegar ao resultado. Vejamos TOP 5 orientações:

  1. Avaliação das necessidades. O que constitui um feedback essencial sobre como cada um se sente, como observa a equipa onde está inserido, e que significado dá a propostas de mudança;
  2. Seleccionar a necessidade prioritária para todos. Não conseguimos fazer tudo de uma vez, no mesmo dia à mesma hora;
  3. Escutar propostas. O que pode favorecer o envolvimento de todos na mudança;
  4. Apresentar um primeiro esboço, que foi participado por todos, e agora partilhado para receber feedback e novos inputs;
  5. Estabelecer metas de implementação e de feedback, em conjunto.

 

Estes passos implicam, ainda, uma visão de helicóptero do arquitecto que está a liderar o desenho deste projecto, de sedimentar uma rotina, um hábito.

Olhar para todos os lados de uma montanha, numa visão mais abrangente, implica ter em conta a percepção de que a solução encontrada tem um significado importante para o próprio e para todos, aliada à percepção de autoeficácia, de comprometimento com a mudança e com o plano de acção delineado.

Estão todos a sentir-se no mesmo barco? Prontos para a mesma viagem? Com chegada a um destino? Quando assim é, estão preparados para encetar um plano de 66 dias para implementar uma rotina e um hábito, que no final traduza mais felicidade para todos, para o clima organizacional, e para a optimização de resultados. No fundo, todos unidos à volta de um propósito, de um significado, de um objectivo.

No final, a gratidão é um factor que consolida o plano dos 66 dias, pois reforça a manutenção da mudança, dá-lhe significado e estreita laços. Por isso, há que festejar a conquista e agradecer.

Ao contar e recontar esta conquista terá, ainda, um outro factor a favorecer as próximas mudanças – já conseguiu uma vez!

 

No livro “Dê o Salto: 10 desafios para ser feliz e produtivo.” Pode encontrar mais desafios que o colocam na rota da produtividade e felicidade.

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