Serão estas as prioridades para os líderes de Recursos Humanos nas empresas portuguesas

Segundo um relatório da Boston Consulting Group (BCG) em conjunto com a World Federation for People Management Associations (WFPMA), 94% dos inquiridos destacam a formação e requalificação como prioridades futuras para os responsáveis de recursos humanos nas empresas portuguesas.

 

Já 93% dos inquiridos indicam a estratégia de pessoas e RH como prioridades futuras. Seguem-se o envolvimento do colaborador e o seu bem-estar (91%) e o desenvolvimento e comportamento da liderança (91%) e o employer branding (90%).

Sobre o mercado português, em particular, o estudo “Creating People Advantage 2021: The Future of People Management Priorities” conclui ainda que as organizações se mostram actualmente “altamente capacitadas” em questões relacionadas com saúde e segurança (48%), estratégia de pessoas e recursos humanos (45%), relação com colaboradores (44%), gestão de performance (44%) e estratégia e processo de recrutamento (40%).

A capacidade de digitalização e do uso de inteligência artificial, cloud e robótica em RH e o uso de princípios agile estão entre as competências menos reconhecidas nas empresas portuguesas, com 19% e 20%, respectivamente.

A maior disparidade registada entre a realidade portuguesa e a global prende-se com o critério da compensação e reconhecimento. Este tópico ocupa o 25º lugar perante o 13º a nível global. Quando o foco da questão é a sua importância futura, este critério sobe para o 8º lugar da tabela, movimento contrário ao do cenário global, que empurra o parâmetro para a 17ª posição.

O estudo mostra também a nível global que para fazer face a um ambiente de trabalho em rápida mudança, os líderes de RH devem focar-se na digitalização, no talento e no futuro do trabalho.

O relatório classifica 32 tópicos relacionados com a gestão de pessoas em duas dimensões: a capacidade actual das organizações para abordar cada tópico e a importância futura de cada um deles. Com base na avaliação destas dimensões em conjunto, o estudo destaca as três áreas onde é mais urgente implementar acções inovadoras.

Em primeiro lugar, a digitalização, onde se inclui o uso de novas tecnologias tais como people analytics, aplicações de base na cloud, inteligência artificial (IA) e robótica.

O talento e o planeamento estratégico da equipa de trabalho, o desenvolvimento de lideranças, a aposta na formação e requalificação (upskilling e reskilling) e a visão do trabalho como um ecossistema de empregados, prestadores de serviços e outros tipos de mão-de-obra surge como segundo ponto.

Por último, o futuro do trabalho, onde se abordam os recursos humanos mais agile, a integração de trabalho smart, e a gestão da mudança.

Outra conclusão deste relatório foi a necessidade de criar experiências personalizadas para os colaboradores. Aqui encontrou-se o maior consenso do estudo, com 85% dos inquiridos a responderem que a concentração nas necessidades e expectativas dos colaboradores é o factor-chave de sucesso na disputa pelo talento na década de 2020.

A BCG e a WFPMA colaboram em estudos semelhantes desde 2008 e a análise deste ano é a mais abrangente até agora. Foram inquiridas mais de 6.600 pessoas em 113 países e entrevistados mais de 30 executivos em empresas líderes e startups pelo mundo, o que resulta em conclusões detalhadas, quantitativa e qualitativamente. Em Portugal, foram inquiridas 117 pessoas, em diferentes níveis de senioridade e de 12 indústrias diferentes.

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