Super Bock Group: «Queremos uma comunicação de todos e para todos»

No Super Bock Group uma comunicação interna eficiente é fundamental para a concretização dos objectivos estratégicos da empresa, assim como para responder aos desafios diários enfrentados pela equipa.

A comunicação interna tem um papel central no alinhamento das expectativas dos colaboradores com os objectivos estratégicos do Super Bock Group. Nesse sentido, Mónica Barbosa, responsável de equipa da Cultura Organizacional, Inclusão e Bem-estar, e João Miguel Gomes, da Comunicação Interna, explicam que a comunicação da empresa não só informa, como também conecta os trabalhadores com os valores e as metas da organização. Entre os principais desafios, destacam a diversidade de funções e os contextos dentro da empresa, assim como a necessidade de captar a atenção num ambiente de constante sobrecarga de informação.

De que forma a comunicação interna contribui para o alinhamento com os objectivos estratégicos da empresa?

Mónica Barbosa (MB): A comunicação interna tem como papel veicular informação relevante para todos os colaboradores, focando-se nos assuntos que mais interessam aos profissionais, mas também nas prioridades estratégicas da empresa. Para isso, focamo-nos em alguns dos temas mais relevantes para a organização. Ao falar de pessoas, é claro que o bem-estar, a diversidade, a equidade e a inclusão estão no topo da nossa agenda. Se pensarmos numa perspectiva de negócio, comunicamos a actualidade das nossas marcas, das actividades e dos nossos projectos mais transformadores. Fazemos isso não só através dos nossos meios “always on”, como também a partir do “Partilhar”, que, trimestralmente, faz um ponto de situação dos resultados da nossa empresa e, através das chefias, promove o alinhamento das equipas com as prioridades e com os projectos mais impactantes que estão a ser desenvolvidos na organização.

Quais os maiores desafios que encontram para aplicar a estratégia de comunicação interna no Super Bock Group?

MB: Entre o leque de desafios que a equipa de Comunicação Interna tem de gerir no dia-a-dia, destacaria a multiplicidade de modelos de trabalho e de funções que existem no Super Bock Group. Temos colaboradores em funções mais operacionais, outros em áreas de carácter mais administrativo e, ainda, outros a trabalhar a 100% no mercado. Ou seja, temos contextos distintos que geram necessidades diferentes. Acrescentaria, sem dúvida, o caminho que estamos a trilhar enquanto Grupo, no âmbito da diversidade e inclusão. E terminaria com o desafio que passa por captar a atenção dos colaboradores num contexto que se caracteriza por múltiplos estímulos, sobrecarga e ruído no que à informação diz respeito.

Estes serão, provavelmente, os nossos três maiores desafios. E elenco-os sem nenhuma hierarquia de prioridade de uns sobre os outros. Todas as realidades são diferentes e exigem de nós uma compreensão da jornada de cada colaborador e da forma como podemos chegar aos nossos trabalhadores. Temos de ter formatos complementares, adaptados e acessíveis, o que exige variabilidade, flexibilidade e racionalidade.

Como é que o Super Bock Group assegura que as informações importantes são transmitidas de forma clara e atempada a todos os colaboradores?

João Miguel Gomes (JMG): Em primeiro lugar, não podemos ficar à espera de que a informação nos chegue às mãos. Sabemos que, muitas vezes, a prioridade da organização é “fazer acontecer” em vez de “comunicar que fazemos acontecer”. E ainda bem que assim é, diga-se de passagem. Porém, cabe-nos a nós, equipa de Comunicação Interna, fazer com que todos percebam as mais-valias de comunicar internamente os nossos projectos, milestones e conquistas.

Só assim podemo-nos sentir, verdadeiramente, uma parte integrante de algo que vai para lá do nosso trabalho diário. Para isso, estamos a reforçar a rede de “pivots internos” nas várias áreas e sites, para uma actualização mais abrangente e robusta sobre aquilo que acontece de mais relevante. Depois, validamos e alinhamos o conteúdo e tentamos garantir que o essencial é comunicado para toda a organização. Temos desafios também no que toca ao timing em que veiculamos a informação, mas, para isso, estamos à procura de novas plataformas de comunicação que nos permitam ser mais ágeis e imediatos.

Que canais o Super Bock Group está a privilegiar para o sucesso da estratégia de Comunicação Interna?

JMG: À data, utilizamos com frequência o e-mail, mas temos consciência das suas limitações, já que há colaboradores que não acedem a esta plataforma com a frequência desejada. Por esse motivo, trouxemos um refresh de formato à nossa newsletter semanal e complementamos a rede de Comunicação Interna com a “Momentos TV” (um conjunto de ecrãs corporativos espalhados pelas instalações e websites) e com a WeBock (a nossa nova intranet lançada no último ano).

Os encontros anuais de colaboradores são também um momento ou uma plataforma fundamental para a transmissão de mensagens. Temos também a intenção de abraçar novos meios e plataformas, sempre alinhados com as tendências actuais. Além disso, temos o objectivo de chegar a todos de uma forma mais próxima e personalizada.

Que tipo de conteúdos consideram mais relevantes para serem partilhados através dos canais de Comunicação Interna?

JMG: Podemos dividir estes conteúdos entre as duas vertentes: pessoas e negócio. Em relação à primeira, queremos que todos se sintam envolvidos e informados sobre aquilo que os impacta no dia-a-dia, seja em assuntos simples, como os programas ou os benefícios, seja também sobre a cultura, o clima social, a segurança, a saúde e o bem-estar e as oportunidades de melhoria que estão identificadas.

Olhando para a vertente de negócio, queremos que todos estejam actualizados e ligados ao que à nossa actividade diz respeito. Desde logo, somos uma organização muito ligada às nossas marcas, às operações e sabemos que é crucial que as pessoas saibam, em primeira mão, aquilo que vai acontecendo antes de ser transmitido na imprensa, na rua ou nos nossos pontos de venda. E depois, temos também todos os nossos projectos mais “invisíveis”, mas que fazem da nossa empresa uma organização pioneira, inovadora e que está sempre à procura do melhor.

Que feedback têm tido dos colaboradores face à Comunicação Interna? Como está a ser trabalhado o feedback recolhido pelos colaboradores?

JMG: Diria que a auscultação e o feedback dos nossos colegas são já parte integrante da nossa forma de actuar. No ano em que lançámos o nosso novo posicionamento no que diz respeito à Comunicação Interna, aprofundámos a auscultação aos colaboradores. Importa dizer que, para a definição desta nova estratégia, já tínhamos ouvido várias pessoas, de todas as áreas da nossa organização, para recolher inputs para a construção do nosso plano.

Já este ano, lançámos um survey sobre Comunicação Interna (que temos intenção de repetir anualmente), que nos permitiu recolher feedback e pontos de melhoria relevantes, que nos vão ajudar a construir o futuro. Vamos complementar com os focus group’s, que deverão acontecer no final deste ano e que nos poderão dar pistas para ajustar a estratégia do próximo ano.

De que forma a Comunicação Interna tem influência sobre a cultura e o ambiente de trabalho na empresa?

MB: A Comunicação Interna é um factor essencial para o envolvimento dos colaboradores, tendo um papel essencial no engagement dos trabalhadores com o Grupo e com os nossos valores: confiamos nas pessoas, superamos com ambição, e fazemos com excelência. Queremos estimular o sentimento de pertença dos colaboradores no dia-a-dia e melhorar a nossa proposta de valor através da nossa política de Comunicação Interna.

Damos eco e estimulamos a participação nas diversas iniciativas internas que visam promover a criação de laços e a promoção de um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo. Comunicamos e partilhamos boas práticas e os vários exemplos de comportamentos e atitudes que são a representação dos valores base da nossa cultura autêntica, que é alimentada no dia-a-dia por todos.

Quais os objectivos da empresa para o próximo ano no que diz respeito à Comunicação Interna?

JMG: Este ano começámos a implementar um projecto de revisão da nossa estratégia de Comunicação Interna. Começámos por criar uma marca: “A Nossa Comunicação”. O objectivo é que esta seja uma marca comum a todos os conteúdos da Comunicação Interna, de forma a garantir uma identidade única. Não obstante, vai além disso. O nome pode parecer pouco original, mas reflecte o nosso mote: queremos uma comunicação de todos e para todos, com uma identidade só nossa.

Em termos de formatos, e tal como já falámos, fizemos evoluir os já existentes (nova newsletter, nova intranet e um refresh da TV Corporativa) e estamos a trabalhar em novos formatos. Em relação ao conteúdo, queremos estar mais próximos das pessoas e da organização. Para isso, estamos a preparar o lançamento de novos conteúdos. “A Nossa Comunicação” é uma estratégia que arrancou este ano e seguirá a sua implementação no próximo ano. Mais do que um projecto e um plano, é um propósito.

Com os olhos postos no futuro, que tendências o Super Bock Group prevê na Comunicação Interna?

JMG: Por um lado, parte das tendências de Comunicação Interna são as mesmas tendências da comunicação em geral. O consumo de conteúdos hoje é muito diferente – cada vez mais somos formatados para conteúdos curtos e rápidos e a Comunicação Interna não pode fugir a esse paradigma.

Para além disso, ter uma comunicação autêntica e genuína é também uma tendência, e precisamos de ser, cada vez mais, criativos para captar a atenção da nossa audiência. Há muito conteúdo, muitos estímulos e cada vez existirão mais. Por estes motivos, temos de ter respostas para captar os nossos colaboradores para o nosso conteúdo.

Este artigo faz parte do Especial “Comunicação Interna” publicado na edição de Setembro (n.º 165) da Human Resources.

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