Super Bock Group – Segurança e saúde no trabalho, uma prioridade

No Super Bock Group, o tema da Segurança e Saúde no Trabalho vai além das obrigatoriedades legais e é considerado um vector prioritário.

 

Segurança e Saúde no Trabalho foi sempre um tema recorrente nas empresas e um dos mais importantes no que diz respeito aos recursos humanos. Mas no meio de uma pandemia como a de COVID-19, este tema, mais do que importante, acabou por se tornar uma prioridade absoluta para a maioria das organizações.

A confirmar isso mesmo está o Super Bock Group (SBG), onde Pedro Ribeiro, director de Pessoas, não tem dúvidas em afirmar que «a Segurança e Saúde no Trabalho tem sido um dos vectores prioritários. Há alguns anos que se tem revestido de uma enorme importância, com um carácter transversal (não apenas direccionado ao ambiente fabril), e onde tem vindo a ser percorrido um trajecto consistente e positivo para atingir a meta dos zero acidentes – cada vez mais próxima!». Para a urgência causada pela pandemia em Março de 2020, «foi constituída uma vasta equipa multidisciplinar que tem assumido a gestão das diferentes frentes do projecto, actuando de forma integrada e partilhando indicadores de controlo».

Tal como em muitas outras empresas, a história desta pandemia conta-se em dois momentos: o da emergência aquando da declaração da pandemia pela Organização Mundial de Saúde e a consolidação das medidas, que veio depois. Pedro Ribeiro partilha que «foram adoptadas diversas medidas, a vários níveis».

Numa primeira fase, conta o director de Pessoas do SBG, «a preocupação foi direccionada para a garantia da segurança individual de todos: quer os que puderam aderir ao teletrabalho, quer os que, por necessidade operacional, permaneceram nos diferentes sites ou no mercado. Nesta medida foi constituído um gabinete de crise que, em articulação estreita com a medicina do trabalho, coordenou a definição e implementação das medidas necessárias, como por exemplo, ao nível dos EPI, das regras e procedimentos de conduta e os relacionados com deslocações, reuniões, refeições, eventos, etc».

Mas de lá para cá, passou-se mais de um ano, e desde então o País passou por diversos estados de emergência, com regras que mudaram. Muitas vezes. Pedro Ribeiro explica que as medidas foram ajustadas para darem resposta às necessidades dos diversos estados da pandemia que o País atravessou, «não só de um ponto de vista de conformidade legal, porque a legislação produzida variava significativamente a cada quinzena, mas também ao nível das próprias medidas implementadas, porque atravessámos uma situação inédita. Foi necessária uma grande agilidade para, quase em simultâneo, definir, implementar, monitorizar e eventualmente corrigir algumas das acções em função do seu resultado prático».

Apesar da prioridade que o SBG já atribuía à Segurança e Saúde no Trabalho, houve desafios a ultrapassar devido ao inédito e à urgência das medidas que foi necessário implementar. «Julgo que as maiores mudanças ditadas pela pandemia se centraram nas medidas específicas que tivemos de adoptar para lhe dar resposta. Adicionalmente, as exigências colocadas pelo contexto pandémico ao nível da Saúde Psicológica reforçaram claramente a oportunidade para falarmos, monitorizarmos e actuarmos a este nível, robustecendo a nossa actuação no que à Segurança e Saúde no Trabalho diz respeito», relata Pedro Ribeiro.

Por mais medidas que se tomem, uma das questões que se colocam numa pandemia em que grande parte das pessoas passaram a trabalhar em casa é como se transporta as directrizes estabelecidas pela empresa para espaços residenciais onde as condições são completamente diferentes do ambiente controlado de uma empresa e onde muitas vezes nem sequer existem horários de trabalho. Apesar de ser um desafio, Pedro Ribeiro lembra que «os períodos prolongados de teletrabalho são possíveis (a prática demonstrou-o), mas não subsituem algumas das características do tempo presencial. Em matéria de teletrabalho, fomos consistentemente prudentes, não promovendo o regresso rápido ao escritório, e permitindo um maior resguardo por parte dos colaboradores, a quem fomos regularmente informando um conjunto de boas-práticas aplicáveis ao contexto de teletrabalho (ex: idas ao supermercado, uso de transportes públicos, etc.). Por outro lado, passámos a ter uma atenção especial às situações-limite de excesso de trabalho, procurando actuar preventivamente».

No SBG, os colaboradores em teletrabalho só podiam deslocar-se pontualmente ao escritório (e pelo tempo estritamente necessário) após fundamentação da necessidade junto da chefia e validação por parte do gabinete de crise. Paralelamente, e «antecipando alguns dos desafios que o teletrabalho coloca aos colaboradores do ponto de vista da ergonomia, da carga de trabalho e do equilíbrio trabalho-família, partilhámos um conjunto de recomendações e boas práticas junto das chefias e dos próprios colaboradores, procurando minimizar impactos menos positivos» afirma Pedro Ribeiro.

Relativamente às pessoas que continuaram a trabalhar nos escritórios, foi adoptado um «sem número de medidas», nomeadamente o controlo de temperatura corporal à entrada, a automatização da abertura das portas para evitar contacto físico, a limitação da capacidade nos diferentes espaços comuns, tendo em consideração a preservação de um distanciamento mínimo de, pelo menos, 2 metros, a disponibilização de EPI para colaboradores e prestadores de serviço residentes e a definição de percursos de circulação evitando cruzamentos, entre outras medidas.

Com o previsível fim da obrigatoriedade de teletrabalho no final de Maio, para as funções que o permitem, a empresa prevê um regresso gradual ao escritório, controlado e com critério. Pedro Ribeiro afirma que «o escritório deve continuar a ser o local de trabalho preferencial, mas é inegável que, para o desempenho de algumas actividades, o teletrabalho pode ser simultaneamente mais produtivo e equilibrado. Por esse motivo acreditamos que adoptaremos um modelo híbrido que deverá procurar optimizar o valor acrescentado da conjugação dos dois modelos; ou seja, trabalho presencial nos momentos ou actividades em que tal seja benéfico, e teletrabalho quando tal se verificar como mais vantajoso».

Para o nível de regresso previsto a partir de Junho, «já temos as condições necessárias para o acomodar. Será, contudo, necessário reforçar a comunicação das regras em vigor, nomeadamente no que diz respeito aos EPI ou à boa utilização das salas de reunião ou outras zonas comuns».

Para os casos em que o trabalho remoto se prolongar de forma indefinida no tempo, o que mesmo em tempos normais já acontecia com a equipa comercial e assistência técnica, que dirariamente se deslocavam, «tem de existir sobretudo sensibilização e capacitação para os riscos envolvidos, bem como para as regras que devem observar na frequência de espaços onde o distanciamento social nem sempre pode ser assegurado».

O tema da Saúde Mental é outro dos que têm estado na ordem do dia, devido aos confinamentos e aos períodos de isolamento, por vezes prolongados, em que se encontram alguns dos colaboradores. «Interessa, antes de mais, desmistificar as questões relacionadas com a Saúde Psicológica. Temos colocado um grande foco na sua abordagem através das diferentes plataformas de Comunicação Interna, integrando-a, como tem necessariamente de ser, no conceito global de Saúde e Bem-Estar», diz o director de Pessoas do SBG. «Reforçar a preparação das lideranças é algo que temos também identificado como prioritário na nossa acção a este nível, tendo em vista sustentar e robustecer a capacidade de sinalização e actuação das nossas chefias relativamente a sinais de stress e/ou falta de saúde psicológica dos elementos das respectivas equipas».

«A sinalização de factores de risco psicossocial e o mapeamento de indicadores, permitindo-nos o acompanhamento transversal da saúde e bem-estar das nossas pessoas, bem como a implementação de acções e medidas ajustadas às necessidades, completam o quadro de intervenções em que temos vindo a trabalhar para robustecer a nossa actuação nesta área fundamental», conclui.

Sempre que existe um diagnóstico de uma qualquer condição do foro da Saúde Mental, a articulação é feita pela área de Medicina no Trabalho que coordena, se e quando necessário, as respostas mais adequadas.

Por fim, à pergunta se os colaboradores ainda temem pela sua saúde no local de trabalho, Pedro Ribeiro responde que não. «Creio que sentem que as acções e medidas implementadas pela empresa são as necessárias e têm contribuído para uma cultura de segurança, sendo os nossos sites percepcionados como locais muito seguros.»

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Segurança e Saúde no Trabalho”, publicado na edição de Maio (n.º 125) da Human Resources, nas bancas.

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