Trabalho flexível ou jornada de quatro dias? Há vantagens e desvantagens (que deve cuidadosamente analisar) nos dois modelos

As tendências do mercado de trabalho estão a mudar. Novos modelos de trabalho surgem, embora nem todos tenham a certeza de que essas modalidades atendam às expectativas dos trabalhadores e das empresas. Tanto a jornada de trabalho de quatro dias quanto a jornada de trabalho flexível apresentam vantagens e desvantagens. A Robert Walters identificou-as.

 

Vantagens e desvantagens de ambas as modalidades de trabalho:

Horas de trabalho flexíveis
A jornada de trabalho flexível é aquela em que o colaborador tem a possibilidade de adequar o seu horário de trabalho à sua vida pessoal. A principal vantagem é a conciliação da vida familiar e pessoal. Além disso, a possibilidade de aproveitar os períodos de máxima concentração e produção que cada pessoa tem de forma mais eficiente.

Do ponto de vista da empresa, algumas das vantagens desta flexibilização laboral são o aumento do empenho dos profissionais e a redução do absentismo, sem descurar o poder de fidelização das gerações mais novas, uma vez que esse talento júnior vê que os benefícios dessa flexibilidade no seu trabalho são tão importantes quanto o próprio salário.

No que diz respeito aos transtornos que pode acarretar para a empresa, destacam-se a dissociação do profissional com a equipa e os valores da empresa. Por outro lado, as empresas podem encontrar profissionais com pouca ou nenhuma experiência a trabalhar num ambiente flexível, bem como líderes sem a capacidade de gerir equipas flexíveis e remotas de forma eficaz.

Do ponto de vista do colaborador, a principal desvantagem poderá residir no facto de gerir o seu próprio horário sem descurar o cumprimento de objectivos ou projectos, podendo levar a um maior grau de stress como consequência directa.

 

Jornada de trabalho de quatro dias
Portugal começa este ano teste de semana de trabalho de quatro dias. Em carácter experimental, será avaliado qual o impacto da redução da carga horária, sem perda de rendimento, na qualidade de vida dos trabalhadores.

O projecto-piloto começa este ano e ficará sob a responsabilidade do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), que dispõe de 350 mil euros para financiar os acordos fechados com a Birkbeck University of London e o 4 Day Week Global Foundation para o desenvolvimento do programa e apoio técnico às empresas.

Esta modalidade oferece mais tempo livre aos colaboradores ao mesmo tempo em que estimula uma maior produtividade ao ter de focar as tarefas de forma muito mais eficiente. Embora isso também possa ser entendido como o facto de que, ao trabalhar o mesmo número de horas em menos dias, essa modalidade exige a mesma produtividade em menos tempo, por exemplo, obrigando os trabalhadores a fazerem um esforço maior, gerando até mesmo uma distorção entre as expectativas das empresas e as dos trabalhadores.

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