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Um em cada três portugueses tem dificuldades no pagamento de despesas fixas
Actualmente, 34% dos portugueses (mais de um terço) afirma ter já sentido dificuldades no pagamento de despesas fixas. A conclusão é de um inquérito do Observador Cetelem, realizado pela Nielsen, que procurou saber qual a opinião dos portugueses em relação à situação actual do país e como avaliam a sua situação pessoal.
Para fazer face às dificuldades financeiras, ou apenas com objectivos de poupança, a renegociação de serviços contratados parece ser uma opção pelo menos para 41% dos portugueses inquiridos, com 24% a afirmarem já o ter feito e 17% a manifestarem ter a intenção de rever, renegociar ou cancelar serviços que não utilizam ou utilizam pouco. Contudo, 52% irá continuar a usufruir desses produtos ou serviços, não pretendendo fazer qualquer alteração.
No que diz respeito às despesas extras, 28% dos inquiridos assumem que hoje não têm já capacidade para as suportar, havendo um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Já 43% afirmam conseguir pagá-las.
Relativamente aos próximos três meses, a maioria dos portugueses acredita que conseguirá assegurar totalmente as despesas do agregado familiar (52%). Já 23% dizem que só conseguirão assegurá-las parcialmente e 18% acreditam que nos próximos 3 meses podem não conseguir assegurá-las de todo.
O inquérito indica ainda que os portugueses avaliam a actual situação do país como negativa, atribuindo 4,9 pontos em 10. Apenas 46% fazem uma avaliação positiva, sendo os jovens dos 18 aos 24 anos os mais positivos, assim como os que trabalham por conta de outrem. Os mais pessimistas são os que se encontram em situação de desemprego e os empresários que trabalham a título individual.
Os portugueses estão, no entanto, ainda algo optimistas em relação à sua situação pessoal, que avaliam com 5,6 pontos em 10, com 44% dos inquiridos a avaliarem a sua situação como negativa. É nas regiões Sul e Centro que a perspectiva pessoal é mais positiva. Já os inquiridos entre os 35 e os 44 anos, residentes nas regiões de Lisboa e Porto, desempregados ou em regime de lay-off são os que pior avaliam a sua situação pessoal.
Face a anos anteriores esta é a primeira vez que se verifica uma diminuição destes dois indicadores. A situação do país não era avaliada pelos portugueses tão negativamente desde 2017 (4,6), tendo diminuído 0,5 pontos face a 2019 (5,4). A avaliação que os portugueses fazem da sua situação pessoal está em níveis de 2018 (5,6), representando uma diminuição mais ligeira, de 0,2 pontos, face a 2019 (5,8).