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Um fascinante mundo novo
Somos nós, como “DRH”, que temos a missão de encontrar o melhor caminho para que, tanto as novas gerações como as “old school”, consigam apaziguar-se neste mundo em que o hoje não é o ontem nem será o amanhã.
Por Isabel Heitor, directora de Recursos Humanos na ANA – Aeroportos de Portugal
Tudo muda. Tudo flui. Não adianta insistir que somos insubstituíveis, como se de seres raros nos tratássemos. Pelo contrário, todos nós somos seres comuns, em que são muito subtis aqueles verdadeiros detalhes que nos distinguem. Mas existem, e de facto fazem a diferença. Cada vez estou mais fascinada com as novas gerações. São, seguramente, o meu arco-íris. É com eles que consigo mudar de cores ao longo do dia e são eles que me inspiram e não me deixam desistir. Descobri que sou eu que tenho de mudar entre um “tom” e “outro”. Não são eles que se ajustam. Somos nós. Somos nós que nos devemos adaptar não só aos “Y” e “Z”, mas como às outras gerações com os “X”.
Faço parte da “old school”. Com orgulho. Mas todos os dias me questiono como vou conseguir gerir as novas gerações e as outras (as mesmas que a minha e as outras anteriores). Mas é exactamente essa descoberta que torna a minha caminhada fascinante. Gerações para quem a realidade virtual, inteligência artificial, robots, e outros “nomes desconhecidos” são autênticos extraterrestres para a maioria dos que nos rodeiam. Nem uns nem outros se devem inquietar. Acredito que somos nós, como “DRH”, que temos a missão de encontrar o melhor caminho para que tanto as novas gerações como as “old school” consigam apaziguar-se neste mundo em que o hoje não é o ontem nem será o amanhã. Somos nós, RH’s que deveremos ter a capacidade de fomentar a colaboração entre todos, conseguindo a harmonia perfeita.
Este novo mundo impõe-nos mais flexibilidade, mais trabalho remoto, melhorar o onboarding, mais gamificação e apostar no on-job training. Nos dias de hoje, é crucial estarmos preparados o quanto antes para integrar nas equipas novos elementos, formá-los de forma rápida e dentro das necessidades específicas para o desempenho da função. A volatilidade e a complexidade do mundo de hoje exigem-nos agilidade. A única certeza é a incerteza. O inesperado anda de braço dado com mudanças disruptivas e novos paradigmas. Acresce que não obstante toda a informação de que dispomos, não significa necessariamente que nos seja útil.
Eu sou assumidamente “old school”, mas quero continuar a ter a esperança de que vou conseguir colaborar com o novo mundo, fascinante e pleno de riqueza profissional e aprendizagem pessoal. A automação veio para ficar, mas nós continuamos a ser dotados de capacidades únicas. E quero acreditar que me é possível na minha profissão fazer uso delas para um mundo melhor. À minha humilde escala. Só assim faz sentido.
Este artigo foi publicado na edição de Julho/ Agosto da Human Resources.