Um tema omnipresente

João Zúquete da Silva, chief Corporate officer da Altice Portugal, acredita que o tema da atracção e retenção de talento é, hoje, omnipresente, nas empresas. Leia a sua análise aos resultados do XXIX Barómetro Human Resources.

 

«Este 29.º Barómetro, por ser o primeiro de 2020 e se focar numa previsão, assume particular interesse na análise dos resultados. Na primeira questão – futurologia simples, mas que dá uma indicação sobre o que os profissionais de Recursos Humanos colocaram nos budgets para este ano –, percebe-se que estimam uma evolução magra (<3%) ou mesmo estabilidade no emprego. O que pode não ser sinónimo de calmaria nas contratações versus saídas de colaboradores (basta imaginar que se todos mudarmos de trabalho, o nível de emprego mantém-se, mas houve muitas pessoas a entrar e sair das empresas). Nos grandes temas, de destacar a atracção e retenção de talento (omnipresente), o equilíbrio trabalho-vida pessoal e a transformação digital. Nesta última, fico sem perceber a que se deve a preocupação em concreto, admitindo que possa estar ligada a novas necessidades que possam aparecer nas organizações. Menção de honra para a transumância (trabalho simbiótico máquina-humano), mas também para aquilo que se entende como estando adquirido: a Comunicação Interna. Quanto à influência dos gestores de Pessoas na estratégia para 2020 – sendo de notar que as respostas são dadas pelos próprios –, mais de 50% entendem ser elevada. Há 3% dos respondentes que precisam de career counselling dado que responderam ser reduzida. Nos  temas de actualidade, destaca-se que, na semana de quatro dias, pouco menos de metade não acredita na medida. Mas um terço não só acredita, como pensa que terá um impacto positivo na produtividade. E em relação ao salário mínimo europeu, as opiniões dividem-se de alguma forma, sendo que a percentagem dos que defendem a medida como positiva é ligeiramente inferior à dos que defendem o contrário. Já na revogação do Banco de Horas Individual, não deixa de ser impressionante que quase um terço pense não ter qualquer impacto e mesmo 5% afirmem ter impacto positivo, pois é uma ferramenta de gestão de capacidades de unidades de produção, placas comerciais do retalho ou outras, que deixa de estar à disposição dos Recursos Humanos.»

Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro da Human Resources, no âmbito do XXIX edição do seu Barómetro.