Vai iniciar carreira, mas não sabe se deve apostar numa grande empresa ou numa mais pequena? Cinco líderes partilham os seus conselhos

Está prestes a entrar no mundo do trabalho. Adquiriu algumas qualificações, ganhou alguma experiência e refinou o seu currículo. É um bom candidato, mas onde deve tentar encontrar trabalho?

Será melhor começar num negócio de primeira linha, rico em recursos, ou deverá aprimorar as suas competências numa empresa mais pequena, onde terá a oportunidade de se tornar rapidamente um “peixe grande num lago pequeno”?

Cinco líderes empresariais reflectem sobre as suas carreiras e partilham com a ZDNET as suas dicas de melhores práticas.

 

Encontre uma organização que combine consigo

Cynthia Stoddard, CIO da Adobe, começou numa grande empresa, mas diz que o caminho a seguir e o tamanho da empresa para a qual trabalha dependerão da sua personalidade. «É quase como ir para uma grande universidade ou para uma escola mais pequena. Onde vai tirar o máximo proveito disso?»

A CIO da Adobe aconselha outros profissionais a pensar sobre quem são, a considerar o que pretendem das suas carreiras e a encontrar um empregador que ofereça um bom ponto de partida.

«Se um profissional quer diversidade no que faz todos os dias e alguma atenção personalizada, o caminho a percorrer é numa pequena empresa, onde aprenderá melhor», revela. «Mas se está confiante de que vai entrar numa grande empresa e receber um laptop, um telemóvel e até um colega designado a ajudá-lo a ambientar-se, vá em frente.»

 

Explore oportunidades em empresas de todas as dimensões

Alex Hibbitt, director de engenharia do Albelli-Photobox Group, considera que um profissional aprenderá muitas competências em qualquer organização e aconselha futuros colaboradores a trabalhar em grandes e pequenas empresas.

«Do meu ponto de vista, começar numa organização mais pequena permitiu-me crescer à medida que minha carreira se desenvolvia», partilha. «Portanto, acho que no geral é uma boa abordagem, mas depende de cada um e do impacto que desejam ter.»

Alex Hibbitt iniciou a sua carreira numa empresa especialista em software de cinema, a Arts Alliance Media. Era o funcionário número 12 e aprendeu muito com a experiência.

«Acho que a única constante verdadeira é a mudança. Se começares num pequeno ecossistema, poderás ter uma perspectiva dessa mudança e então poderás aplicar esse conhecimento num ecossistema maior mais tarde na tua carreira.»

Hibbitt diz que passar a trabalhar para o Albelli-Photobox Group deu uma nova perspectiva de como é a mudança numa organização maior. «Somos 300 colaboradores. Ser capaz de navegar pelas mudanças numa organização desse tamanho é completamente diferente de o fazer numa organização de 12 pessoas», confessa.

 

Trabalhe para uma empresa que oferece novos desafios

Lalo Luna, global head of Strategy and Insights na Heineken, é outro líder que considera que o tamanho da organização para a qual se trabalha no início de carreira não é o factor mais importante.

«Não tem que ver com a empresa. É mais sobre como o profissional explora todos os recursos e todo o conhecimento disponível. Tem mais que ver com a abertura a aprender coisas novas, a forma como se recebe feedback e sobre a capacidade de aprendizagem contínua», explica.

Lalo Luna diz que não há regras específicas que determinem onde o profissional será mais feliz e bem-sucedido. Embora tenha chegado ao topo de uma grande empresa global, conhece casos de profissionais que lutaram para atingir os seus objectivos em empresas de primeira linha.

«Ouço muitas histórias de pessoas que deixaram empresas muito grandes porque não eram felizes. Foram para empresas mais pequenas e agora são muito mais bem-sucedidos e sentem-se mais confortáveis.»

Para Luna, a empresa que tiver o melhor fit com a pessoa será o lugar certo para trabalhar, independentemente do tamanho. «Tem mais que ver com a cultura, com as pessoas, com a reacção do profissional e como consegue adaptar-se aos desafios do negócio.»

 

Reflicta cuidadosamente sobre as pessoas com quem trabalhará

Nem todos mudam de uma empresa para outra. A Tech manager Robyn Furby, por exemplo, passou toda a sua carreira na seguradora NFU Mutual.

Distinguida na Gallup Exceptional Workplace 2023 pelo oitavo ano consecutivo pelo engagement dos colaboradores e pela cultura no local de trabalho, para Robyn Furby esse cuidado fez com que ficar na NFU Mutual fosse uma decisão fácil.

«Os profissionais e o ambiente sempre foram o que me fez permanecer na organização porque pude crescer e aprender com pessoas com as quais realmente me conecto», revela.

Para Robyn Furby, a principal lição para os profissionais que estão a ponderar por onde começar é que o elemento humano é fundamental. «A minha carreira cresceu num só lugar, mas sempre aprendi sobre vários temas dentro da organização. Acho que tudo se resume a encontrar a empresa certa para cada um.»

 

Deixe-se guiar pela sua paixão

Jay Meyering, senior manager de Desenvolvimento de Software da CrossFit, trabalhou anteriormente para a gigante Oracle e diz que há vantagens em trabalhar tanto em pequenas como em grandes empresas. No entanto, trabalhar numa grande empresa pode significar estar em contacto com coisas mais interessantes.

«A vantagem de estar numa grande empresa como a Oracle é que havia muitos profissionais com quem aprender, muitas pessoas realmente inteligentes e coisas giras que outras equipas estavam a fazer. Havia muita partilha de conhecimento», recorda.

Ainda assim, Jay Meyering considera o seu actual cargo o seu “emprego de sonho”. Começou a praticar CrossFit há 15 anos e mudou-se para a empresa há três anos, misturando um hobby com a paixão por desenvolvimento e dados.

«O que adoro nesta empresa mais pequena é estar muito mais exposto. Acho que isso ajuda a ter maior amplitude, e há quase uma função forçada que diz: “mais ninguém consegue fazer isto”. Aí entro eu e aprendo essa coisa nova.»

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