Vanda de Jesus: Capacitação digital. Um comboio de alta velocidade que não podemos perder
No comentário aos resultados do XXXII Barómetro Human Resources, Vanda de Jesus, Executive Director do Portugal Digital sublinha que «nesta nova realidade, as organizações têm feito um esforço por se adaptar e, não obstante a incerteza que ainda existe, já todos percebemos que quem ficar na estação a ver o comboio passar dificilmente terá agilidade e espaço para voltar a apanhá-lo.»
«É hoje inequívoco, mais do que nunca, que as novas formas de trabalho vieram para ficar. Se esta era uma realidade crescente para muitas empresas, a pandemia e seus efeitos no dia-a-dia dos cidadãos e organizações acelerou o comboio a alta velocidade da transformação digital, encurtando distâncias e estações. Nesta nova realidade, as organizações têm feito um esforço por se adaptar e, não obstante a incerteza que ainda existe, já todos percebemos que quem ficar na estação a ver o comboio passar dificilmente terá agilidade e espaço para voltar a apanhá-lo. Temos hoje uma percepção generalizada que, independentemente do sector de actividade, uma parte desta mudança ocorre e depende do mundo digital. Seja na relação com os clientes, seja nas cadeias de produção, seja nas operações internas, as empresas e organizações estão cada vez mais dependentes para o seu crescimento e evolução das competências digitais. Torna-se por isso central termos, enquanto cidadãos, organizações e no País, uma visão clara para a transição digital que se está a operar, e que é imprescindível acelerar em Portugal. Os cidadãos têm de apostar na sua capacitação digital. As empresas têm de antecipar necessidades e capacitar os seus activos de competências digitais que serão essenciais para a prossecução da estratégia, e serão muitas vezes indutoras da transformação. As áreas da produtividade, colaboração, co-criação e a análise de dados são o motor e novo óleo desta economia digital e são neste Barómetro claramente evidenciadas como áreas de aposta inequívoca. Portugal foi dos primeiros a aprovar um Plano de Acção para a Transição Digital, com um enfoque claríssimo na capacitação digital da nossa população e empresas. É agora tempo de garantir a mobilização para a sua concretização, sem deixar ninguém para trás, e com o objectivo claro de aproveitar uma nova pista que se abriu e poderá mudar a geografia periférica do nosso país, posicionando-nos no pelotão da frente da economia digital.»
Este testemunho foi publicado na edição de Setembro da Human Resources, no âmbito da XXXII edição do seu Barómetro.